photo logopost_zps4920d857.png photo headerteste_zps0e0d15f7.png

Ao vivo - Festival Maré de Agosto

XX FESTIVAL MARÉ DE AGOSTO
19/20.08.04 - S. Gonçalo, Santa Maria

Quinta-feira, dia 19 de Agosto de 2004... Arrancava em S. Gonçalo, na ilha de Sta. Maria, mais uma edição do mais antigo e mediático festival de música dos Açores – o festival Maré de Agosto. Como esse dia era dedicado às bandas mais underground do festival, decidi fazer uma breve viagem ao longo da noite. A abrir por volta das 23h00, os marienses Eyeless que já haviam participado neste festival no ano anterior. A banda trouxe pouco de novo em relação ao ano anterior, limitando-se ao mesmo setlist, com excepção para duas faixas novas, sendo uma delas o ponto forte do espectáculo, altura em que convidaram Kim para cantar com eles, debitando assim um groove e um rap metal muito corrosivo e soberbo que, do meu ponto de vista, era assim que deveria resultar sempre.

Logo de seguida, entram em palco os Stream, da ilha Terceira, banda que também já havia estado em terras marienses aquando de um festival de menores dimensões. A experiência da banda e o seu rock bem construído levaram muita gente para a frente do palco, preparando assim o recinto para a maior surpresa da noite, os Easyway.

A nova coqueluche do Punk nacional entra em palco e se não abriu muitas mentes por aqui provocou certamente muitos “danos”... Deram um concerto espectacular, pena que o público presente no recinto não fosse maioritariamente afecto ao género, o que aliás já é habitual ver por nesta ilha... Mesmo assim, a banda não parou de puxar pela plateia com temas que ficavam no ouvido e uma atitude Punk muito vincada. Estes rapazes, com apenas quatro anos de existência como banda, prometem um grande futuro à sua frente!

Chegava então o último dia da XX edição do Festival Maré de Agosto e a banda mais esperada de todo o festival estava prestes a entrar em palco. Falamos de Nuno Bettencourt e os seus Population 1, bem como a reunião do músico com os ex-membros dos Extreme. Nuno Bettencourt entrou em palco acompanhado de Joe Pescia no baixo, Steve Ferlazzo nos teclados e Kevin Figueiredo na bateria (actual line-up). O concerto teve início pelas 3h40 da manhã e muito havia para ver a partir de então. Depois de tocadas algumas malhas com os membros referidos, era hora de começar o verdadeiro espectáculo e detonar o palco com toda a energia que levou este músico a ser o que é hoje.

Entra então em palco a maior surpresa da noite: os seus companheiros de sempre nos Extreme. Eram eles o carismático vocalista Gary Cherone (Van Hallen, Tribe of Judah), o primeiro baterista da banda, Paul Geary, e o segundo baterista da banda e mago da bateria Mike Mangini (Steve Vai, Annihilator). A banda tornou-se então muito mais pesada, iniciando o concerto com o hino de Portugal cantado intensamente por todos os presentes e acompanhado pela guitarra acústica de Nuno. A partir daí havia constantes trocas de instrumentos e de vocalista. Steve Ferlazzo a cantar, Nuno a tocar baixo, Paul Geary e Mike Mangini ao mesmo tempo na mesma bateria, riffs de guitarra de arrepiar, os tripés dos microfones que não resistiam à energia de Gary Cherone que se sentava em cima da bateira, trepava colunas, enfim um verdadeiro “Hell on Stage”. E ainda um solo de bateria tão poderoso por parte do carismático Mike Mangini que levou todos os que se encontravam no recinto ao delírio.

Mas a noite não se ficava por aqui e muitas surpresas estavam ainda para vir. “More Than Words”, a mega-balada conhecida por todos, foi cantada por Gary Cherone em conjunto com todo o público e tocada por Nuno. Era mais um hino na mesma noite e um bom momento para descansar as cabeças que já se descolavam do pescoço sozinhas. Pouco depois, era a vez de chamar ao palco Maria Bettencourt para cantar “Bring Me To Life”, dos Evanescence. Espectáculo total mais uma vez com todo o público a cantar em conjunto com a banda e com a jovem que, apesar da idade, faz adivinhar um futuro de sucesso... Assim esperamos.

Já se fazia tarde e haviam mais surpresas. Era a vez de convidar para o palco o guitarrista André Indiana para tocar ao lado de Nuno numa cover dos Led Zeppelin. Uma troca de riffs frios e pesados feita frente-a-frente pelos dois guitarristas tornando-a num espectáculo digno de apreciação total! Já se fazia dia e Gary Cherone gritava com força “Good morning Santa Maria”, cortejando o público, dizendo que estava a adorar e que continuava igual como há 17 anos. Eram então já 7h30 e hora de fechar em grande. Era hora de tocar uma cover dos Beatles, no caso “Hey Jude”. E como não podia deixar de ser num espectáculo de tão grandiosa dimensão, esta foi cantada mais mais uma vez por todos os presentes até ao ultimo acorde. Espectáculo poderoso que fechou da melhor maneira o festival Maré de Agosto 2004. Pela negativa apenas alguns [pequenos] problemas técnicos com o som mas nada que prejudicasse a excelente actuação! Espera-se que para o ano hajam mais, iguais ou melhores bandas. Agora é tempo de fazer as malas… O Angra Rock já está à porta!

Miguel Almada
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...