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Ao vivo - Unrecovers III

UNRECOVERS III
03.01.04 - Valados, Arrifes

Sem dúvida que 2004 começou bem para as hostes do metal açoriano a nível de actividades ao vivo. E isto graças a um vasto leque de músicos dentro desta área que, descomplexados e imbuídos num saudável espírito de convívio e dinamismo, se juntou mais uma vez para edificar mais um interessante espectáculo que já vai na sua terceira edição. Se na sua primeira edição, em Março do ano passado, nos haviam surpreendido pelo formato da iniciativa e após uma segunda edição em Setembro que, por estranho que pareça, passou despercebida a toda a gente, esta terceira edição sagra-se então a mais surpreendente e pesada de todas.

Desta feita com muitas caras novas no seu elenco, o espectáculo realizado no dia 3 de Janeiro num dos armazéns da zona comercial dos Valados, nos Arrifes, encheu para ouvir e recordar alguns dos maiores hits do metal dos últimos tempos numa reinterpretação aqui preparada por um conjunto de 15 músicos que militam nalgumas das maiores bandas do nosso espectro metaleiro, bem como de algumas já extintas e de outras que começam agora a surgir.

A abrir o espectáculo, a já conhecida formação exclusivamente dedicada às covers, composta por Gonçalo Moniz na guitarra, Luís no baixo, Dino na bateria e Félix [ex-Shunkstone] na voz, interpretou-nos três temas, entre eles “Say It Ain´t So” dos Weezer, “Bullet In The Head” dos saudosos Rage Against The Machine e .... a partir daqui foi um frenesim de músicos em palco. Se é verdade que era evidente alguma falta de preparação para o evento – eram bem notórios alguns “pregos” ao longo das músicas - mais verdadeiro ainda foi a coragem e o espírito com que estes músicos abraçaram esta iniciativa perante a dificuldade que é arranjar tempo para preparar um desafio como este. E de facto, isto é que tem de prevalecer e deve ser louvado. Sem querer com isto dizer que os temas foram mal interpretados, antes pelo contrário, o balanço final foi muito positivo e não faltaram momentos de pura adrenalina e energia. Senão demos uma vista de olhos na interminável lista de temas que se seguiram: “Bulls On Parade” dos RATM, “Walk Like An Egyptian” dos The Bangles, “Bleed” dos Soulfly, “Detached” dos Spineshank, “Coma White” de Marilyn Manson, “Engine Nr.9” dos Deftones, “Praise” dos Sevendust, “Let Go” dos Chimaira, “Here To Stay” e “Blind” dos Korn, “Loco” dos Coal Chamber, “Sic” dos Slipknot [estes últimos três com a curiosa e surpreendente presença de Rui Frias, dos Tolerance 0, na bateria!], “Territory” e “Roots” dos Sepultura, também estes dois com uma surpresa, desta feita o baterista Isidro, dos Hemptylogic, a tomar conta do “território”, leia-se palco, e do microfone para uma prestação saudavelmente “animalesca”! E para fechar da melhor maneira, o clássico “5 Minutes Alone” dos texanos Pantera.

Enfim, tudo foi um lavar de almas para os headbangers que viram aqui uma excelente oportunidade para soltar uns “passinhos de mosh" e tornar o recinto num poço de malvadez controlada que, num caso destes, significa a partilha de amores, paixões e devoção pela música que nos une a todos. Para quem ficou até horas mais tardias foi ainda capaz de desfrutar de mais som de peso, cortesia do DJ André Frias, e ainda foi capaz de assistir a uma exuberante, inconvecional e hilariante sessão de dança de alguns dos próprios músicos que, e quem diria, também levavam jeito para a coisa! Só me resta então nomear todos os músicos que nos proporcionaram uma noite em pleno e agradecer-lhes o “true spirit” com que nos brindaram. Foram então autores: Gonçalo Moniz, Luís, Dino, Félix; Honório Aguiar, Rui Frias e Paulo Amaral [Tolerance 0]; Steven Medeiros, Tiago Câmara, Marciano e Isidro [Hemptylogic]; André Viveiros [Hemptylogic e Stampkase] Ruben Bento [Stampkase]; Dum e Pedro [Spinal Trip]; Sérgio e Luís Aguiar [ex-Kaos]. E que voltem a [re]interpretar!

Nuno Costa
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