Vagos Open Air 200907-08.08.09 - Lagoa de Calvão, Vagos

Os KATATONIA, banda liderada por Jonas Renkse baseou a sua actuação no álbum “The Great Cold Distance”. Em destaque estiveram temas como “Dead House”, “My Twin”, “Evidence”, bem como composições do seu mais recente trabalho, “Night Is The New Day” a lançar em Outubro próximo. Em palco podemos testemunhar um vocalista mais comunicativo do que o habitual, mas nunca perdendo a concentração naquilo que estava a fazer. A mística e toda uma atmosfera de encanto e beleza estiveram presentes. Um bom espectáculo.
Este foi o primeiro o concerto dos holandeses THE GATHERING em Portugal com a vocalista Silje Wergland. A magia das músicas do grupo mantém-se bem presente e a sucessora de Anneke Van Giersbergen é detentora de uma bela voz, de timbre muito próximo do da antiga “cara de proa” da banda. Contudo, existe um aspecto em que são muito diferentes – na presença em palco. A dado momento, durante o concerto, Silje olha para a lua e pede que a fotografem e lha mandem por e-mail. Confessou que nunca tinha visto uma lua cheia tão bonita. Para além do peculiar do momento, serviu bem para aliviar um pouco a tensão face à sua estreia em solo português. Entretanto, “Saturnine” foi o ponto alto do concerto, com um público a acompanhar a letra com entusiasmo. Em suma, foi uma boa prestação da banda neste primeiro capítulo do Vagos Open Air, mas uma coisa manchou um pouco o quadro: a fraca adesão de público. À medida que o concerto se ia desenrolando notava-se que muitas pessoas iam abandonando o recinto, quem sabe pela falta daquilo a que Anneke nos havia habituado – uma garra e um amor ao cantar inconfundíveis. Ficamos a aguardar por novos trabalhos da banda… e quem sabe um novo rumo.
Num "dia dois" em que houve um acréscimo significativo de público, os ECHIDNA, de Vila Nova de Gaia, mostraram-se muito bem em palco, aproveitando a ocasião para dar por terminada a sua “No Lenience Tour” que suportou durante vários meses a estreia “Insidious Awakening”. Tratou-se de um concerto cheio de energia onde não faltou mosh. Os Echidna centraram o seu repertório, precisamente, no seu mais recente trabalho, do qual destacaram-se “Purifier” e “Ephemera”. O vocalista Pedro Fonseca esteve sempre muito comunicativo com a assistência, notando-se já que a banda arrasta consigo um número significativo de fãs. Um bom concerto para abrir este segundo dia em Vagos.

Os espanhóis DAWN OF TEARS revelaram-se uma agradável surpresa – um concerto que cativou toda a assistência. A cada música que terminava, notava-se no ar o público a pedir mais. Uma actuação pujante. O vocalista J. Trebol várias vezes agradeceu o apoio da audiência. Esta é uma banda que não tem contrato discográfico, apenas se dão a conhecer gratuitamente no Myspace. O seu visual levou também muita gente, que não os conhecia, a pensar que se tratavam de uma banda de Black Metal… Death Metal Sinfónico é, sim, o aplicativo mais correcto. Por vezes, os concertos de bandas menos conhecidas são os que nos proporcionam os momentos mais memoráveis de um festival… este contribuiu para isso!
Havia muita gente à espera da actuação dos CYNIC, que marcava também a primeira apresentação da lendária banda da Flórida em Portugal. Entretanto, sabia-se que algumas pessoas que estiveram em Vagos já os tinham visto em Vigo. A banda liderada por Paul Masvidal é composta por excelentes músicos que ofereceram uma actuação muito concentrada e determinada. Praticam um Rock Progressivo muito bem oleado.
E eis que chega a hora de uma das bandas mais aguardadas deste festival - os DARK TRANQUILLITY. Entre outros aspectos, destacamos desde logo a excelente actuação do vocalista Mikael Stanne. Ficou claro que não lhe pesa os já vinte anos de carreira. A banda sueca tocou temas como “Focus Shift”, “Final Resistance” e “The Treason Wall”. Curioso foi o momento em que o guitarrista deu o chamado grande “prego”, mas tiveram a humildade suficiente para perguntar ao público se queria que repetissem o tema. Uma excelente interacção entre Stanne e o público.

Texto: Miguel Ribeiro
Foto: Paula Martins