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Liberdade de dispersão

Expressar a opinião é um acto associado a um estado democrático e condição de um sociedade livre e civilizada, pese embora a multiplicidade de consciências e ideais deva dar lugar a uma gestão reflectida e, sobretudo, sensata deste direito. Discernir quando, como e porque o devo fazer será um sinal de inteligência que nem sempre se verifica e deriva na maior parte das vezes em acesas e dissuasoras discussões fora ou mesmo dentro de uma esfera social. Neste caso, os valores do Heavy Metal e de uma tribo urbana que tende cada vez mais a desagregar-se em nome das verdades subliminares de que cada um se diz detentor.

O rídiculo da própria questão desvaloriza qualquer extensão desta mesma discussão: no caso esta crónica. Mesmo assim, é difícil ficar indiferente e estático aos efeitos da ignorância de quem não está mais do que a destruir a essência do que é partilhar, expandir e enaltecer os valores de um movimento cultural em prol de meros exercícios onanistas. Quando alguém escolhe devotar-se a algo deve fazê-lo de espírito aberto e em respeito por um mundo de incontáveis "correntes". Isto implica aceitar a nossa opinião e a do próximo. A identidade de cada um é que define a riqueza de uma raça e pôr isto em causa é grave.

Porém, como viver com isso quando há uma obsessiva vontade de afirmação? Podem-me ocorrer várias respostas, mas compreender o significado de respeito e bom senso é talvez a mais imediata e aplicável.Quando a arte é uma forma de expressão e busca de prazer, não há outra discussão possível. A complexidade da música, neste caso, é enorme, ainda mais quando entra num sistema de mercado em que há quem atinja maior ou menor visibilidade, ganhe mais ou menos dinheiro, mas o valor da arte individual não é passível de ser qualificada. A percepção de cada um fará este juízo. Mesmo assim, este deve ser um juizo reservado às nossas próprias sensações e só partilhados se num acto de sadia comunhão. Não há nada superável ao que sentimos quando um pedaço de arte nos toca. Incutir isto a alguém é pôr em causa a essência da arte - a liberdade.

Contudo, estamos certos de que tudo o que é universal e tão complexo como a música tem tendência a criar devoção e.. fanatismos. É praticamente impossível combater isso a não ser que passasse a haver um controle discriminado de ideias e ideais. Ficaríamos na mesma. Está nas mãos de cada um fazer bom uso da sua condição de ser social e racional.

Nuno Costa

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