Em apneia
Quando tudo está bem não há grande estímulo para comentários, mas apenas a sensação de paz e harmonia. Esta é uma das reacções. A outra é, circunstancialmente, o elogio e o incentivo quando merecido.
Ainda o outro dia convidava uma pessoa que muito admiro e ilustre combatente do nosso underground a escrever um texto para o nosso espaço. Ou devia já dizer "ex-combatente"? Pois é, o convite foi-me prontamente negado com a justificação de que havia coisas muito mais interessantes do que escrever sobre Metal e de que nunca mais voltaria a escrever sobre o assunto. Pois é, continua a ser cada vez mais recorrente vermos veteranos impulsionadores do movimento metálico a atirarem a toalha a chão e procurarem outros caminhos, potencialmente mais produtivos. Dirão os mais picuinhas de que se trata de birras de meninos mimados e snobs, mas a verdade é que santo ninguém é e a paciência tem limites, para além de que chegar ao ponto de comprometer a vida pessoal ou até profissional em prol de uma causa movida a gente ingrata é um erro, um tremendo erro, um desperdício de tempo e até de inteligência. E por mais que os outros, que estão por fora, tentem, não conseguem imaginar os sacríficios que por vezes se fazem.
Óbvio que um ataque desses não visa atingir todos. É lógico que há gente que ama o "som eterno" com verdade e consciência, mas a maioria, continua equivocada e prejudica seriamente o progresso da "cena". Quantidade nunca foi sinónimo de qualidade. Engane-se quem pense que tudo vai bem. Não vai e o cheiro é cada vez mais nauseabundo, pútrido. Já essa personalidade que convidei falava muito, nas suas excelentes crónicas, nas "palmadinhas nas costas". É apenas um dos males perpétuos, não há hipótese. Quando juntamos a isso a ignorância o "prédio" desmorona-se. Ora andamos todos felizes a incentivar o amigo, porque é amigo, que se torna cego com isso e estagna nas suas faculdades, porque o mercado é pouco exigente e culto (ou então cínico), ora dançamos ao ritmo dos faits-divers que de profícuos não têm nada mas entretêm a pequenada... e "vendem".
Há quem confunda frustração com indignação e tente passar uma imagem apaziguadora. Os problemas só existem na cabeça de alguns;"Não façamos polémicas, porque o underground tem que ser unido"; Vamos ser touros mansos, atirar pós para os olhos e levar essa cruz às costas. Talvez seja o melhor!? Que se lixe a paz neste caso. Antes perder a guerra com dignidade do que render-se à conformidade e viver na ignorância. Não estamos aqui para agradar a ninguém mas zelar pelo principal: a integridade artística da música, em geral, e do Heavy Metal, em particular.
Nuno Costa
Ainda o outro dia convidava uma pessoa que muito admiro e ilustre combatente do nosso underground a escrever um texto para o nosso espaço. Ou devia já dizer "ex-combatente"? Pois é, o convite foi-me prontamente negado com a justificação de que havia coisas muito mais interessantes do que escrever sobre Metal e de que nunca mais voltaria a escrever sobre o assunto. Pois é, continua a ser cada vez mais recorrente vermos veteranos impulsionadores do movimento metálico a atirarem a toalha a chão e procurarem outros caminhos, potencialmente mais produtivos. Dirão os mais picuinhas de que se trata de birras de meninos mimados e snobs, mas a verdade é que santo ninguém é e a paciência tem limites, para além de que chegar ao ponto de comprometer a vida pessoal ou até profissional em prol de uma causa movida a gente ingrata é um erro, um tremendo erro, um desperdício de tempo e até de inteligência. E por mais que os outros, que estão por fora, tentem, não conseguem imaginar os sacríficios que por vezes se fazem.
Óbvio que um ataque desses não visa atingir todos. É lógico que há gente que ama o "som eterno" com verdade e consciência, mas a maioria, continua equivocada e prejudica seriamente o progresso da "cena". Quantidade nunca foi sinónimo de qualidade. Engane-se quem pense que tudo vai bem. Não vai e o cheiro é cada vez mais nauseabundo, pútrido. Já essa personalidade que convidei falava muito, nas suas excelentes crónicas, nas "palmadinhas nas costas". É apenas um dos males perpétuos, não há hipótese. Quando juntamos a isso a ignorância o "prédio" desmorona-se. Ora andamos todos felizes a incentivar o amigo, porque é amigo, que se torna cego com isso e estagna nas suas faculdades, porque o mercado é pouco exigente e culto (ou então cínico), ora dançamos ao ritmo dos faits-divers que de profícuos não têm nada mas entretêm a pequenada... e "vendem".
Há quem confunda frustração com indignação e tente passar uma imagem apaziguadora. Os problemas só existem na cabeça de alguns;"Não façamos polémicas, porque o underground tem que ser unido"; Vamos ser touros mansos, atirar pós para os olhos e levar essa cruz às costas. Talvez seja o melhor!? Que se lixe a paz neste caso. Antes perder a guerra com dignidade do que render-se à conformidade e viver na ignorância. Não estamos aqui para agradar a ninguém mas zelar pelo principal: a integridade artística da música, em geral, e do Heavy Metal, em particular.
Nuno Costa