Ilustres de bancada
Invocando uma gíria futebolística, até porque me confesso entusiasta adepto desta modalidade, a actividade de “treinadores de bancada” parece cada vez mais desenvolver-se, embora sempre tenha sido um "ramo" muito disputado num país de consciências, quase sempre, pouco esclarecidas. Neste texto é evidente que me estarei mais a referir a “músicos de bancada”, “jornalistas de bancada”, “managers de bancada”, “promotores de bancada”, “técnicos de som de bancada”, etc, etc…
Tal como no futebol, a música desperta muitas paixões, mas estas podem ser verdadeiramente nocivas a partir do momento em que se tornam ridículas rixas intelectuais encerradas naquilo que classificamos vulgarmente de fanatismo, clubismo ou bairrismo. O manifesto das nossas opiniões, apesar da democracia em que vivemos, devia ter regras mais rígidas para não cairem, como facilmente acontece, numa avaliação difamatória de tudo e de todos. A liberdade de expressão não devia contemplar a “libertinagem de expressão”, mas é o que parece que se tornou. Não sabemos lidar com ela, definitivamente. Seremos sempre "animais", mais do que aquilo que pensamos…
Tento evitar estas crónicas precisamente para não cometer o mesmo erro. Não podemos estar por aí a dizer sempre tudo o que pensamos, não é verdade? Para além do que evito expressar-me sobre o que não sei e mesmo quando falo sobre aquilo que sei ou penso saber, faço-o com a maior das reservas e distâncias para não abordar pontos dos quais não estou completamente inteirado.
Potenciadas pela expansão dos meios de comunicação, nomeadamente dos fóruns, a opinião das pessoas sente-se muito mais hoje em dia e de forma indiscriminada, fazendo isso com que muitas vezes se constatem autênticos atentados ao bom senso e à integridade do próximo. Respeito é cada vez menos uma palavra com significado no vocabulário das pessoas. Não estou aqui a defender a censura, com toda a certeza, mas confesso que não sei para onde pesa mais a balança quando medidos os prós-e-contras de uma liberdade que, tendencialmente, reclamamos total. Se nos discorrêssemos da gravidade que tem fazer juízos de qualquer espécie sobre qualquer coisa que não conhecemos a fundo… Meus amigos, para mim esta é das coisas mais inconcebíveis que pode haver. Chocam-me por completo e, claro, revoltam-me. Não posso conceber que a liberdade de expressão seja usada como método de onanismo intelectual quando tudo não passa de um claro indício de uma série de complexos e de uma imensa falta de respeito e moral.
Este é, evidentemente, um comportamento altamente destrutivo, já que pode deitar abaixo muita boa intenção, trabalho ou projecto. Difama-se, indiscriminada e viciosamente… Mas as coisas tendem a ficar encobertas ou disfarçadas, melindrosamente, por retóricas, singelezas cínicas ou por qualquer certificado de incapacidade intelectual.
Salvo flagrantes casos de incompetência, qualquer convocatória é o resultado de semanas, meses e anos de trabalho e não de apenas 90 minutos de jogo – ou de música, neste caso. O bilhete por que pagamos não nos dá direito de pôr em causa toda uma estrutura, profissional ou amadora. A não ser que esta seja a nossa.
Nuno Costa
Tal como no futebol, a música desperta muitas paixões, mas estas podem ser verdadeiramente nocivas a partir do momento em que se tornam ridículas rixas intelectuais encerradas naquilo que classificamos vulgarmente de fanatismo, clubismo ou bairrismo. O manifesto das nossas opiniões, apesar da democracia em que vivemos, devia ter regras mais rígidas para não cairem, como facilmente acontece, numa avaliação difamatória de tudo e de todos. A liberdade de expressão não devia contemplar a “libertinagem de expressão”, mas é o que parece que se tornou. Não sabemos lidar com ela, definitivamente. Seremos sempre "animais", mais do que aquilo que pensamos…
Tento evitar estas crónicas precisamente para não cometer o mesmo erro. Não podemos estar por aí a dizer sempre tudo o que pensamos, não é verdade? Para além do que evito expressar-me sobre o que não sei e mesmo quando falo sobre aquilo que sei ou penso saber, faço-o com a maior das reservas e distâncias para não abordar pontos dos quais não estou completamente inteirado.
Potenciadas pela expansão dos meios de comunicação, nomeadamente dos fóruns, a opinião das pessoas sente-se muito mais hoje em dia e de forma indiscriminada, fazendo isso com que muitas vezes se constatem autênticos atentados ao bom senso e à integridade do próximo. Respeito é cada vez menos uma palavra com significado no vocabulário das pessoas. Não estou aqui a defender a censura, com toda a certeza, mas confesso que não sei para onde pesa mais a balança quando medidos os prós-e-contras de uma liberdade que, tendencialmente, reclamamos total. Se nos discorrêssemos da gravidade que tem fazer juízos de qualquer espécie sobre qualquer coisa que não conhecemos a fundo… Meus amigos, para mim esta é das coisas mais inconcebíveis que pode haver. Chocam-me por completo e, claro, revoltam-me. Não posso conceber que a liberdade de expressão seja usada como método de onanismo intelectual quando tudo não passa de um claro indício de uma série de complexos e de uma imensa falta de respeito e moral.
Este é, evidentemente, um comportamento altamente destrutivo, já que pode deitar abaixo muita boa intenção, trabalho ou projecto. Difama-se, indiscriminada e viciosamente… Mas as coisas tendem a ficar encobertas ou disfarçadas, melindrosamente, por retóricas, singelezas cínicas ou por qualquer certificado de incapacidade intelectual.
Salvo flagrantes casos de incompetência, qualquer convocatória é o resultado de semanas, meses e anos de trabalho e não de apenas 90 minutos de jogo – ou de música, neste caso. O bilhete por que pagamos não nos dá direito de pôr em causa toda uma estrutura, profissional ou amadora. A não ser que esta seja a nossa.
Nuno Costa