Entrevista Amon Amarth
TROVEJAR DIVINO
São das bandas com mais carisma no panorama metálico actual, já que vincam uma peculiar e obstinada imagem. Os “vikings” Amon Amarth continuam a adular a mitologia e os antepassados nórdicos na forma de um death metal melódico cada vez mais contagiante e eficiente. Assim o prova “Twilight Of The Thunder God”, o sétimo disco de uma carreira construída a “ferros” e às custas de muitas batalhas, não só mitológicas como também pessoais e profissionais. Plenos de mérito, esta veterana banda sueca chega-se ainda mais à frente num plano que já comandava há algum tempo. Em plena digressão pelos Estados Unidos, contactámos Ted Lundström [baixista] para saber como está a decorrer a conquista viking do outro lado do atlântico… e não só.
Estão actualmente a aproximar-se do fim da vossa tournée norte-americana. Como se sentem e que balanço fazem desta nova aventura nos Estados Unidos?
A nossa tournée norte-americana foi um estrondo desde o seu primeiro dia. A resposta das pessoas tem sido espantosa e muitos dos nossos concertos tiveram lotação esgotada. Realmente, temos um “pacote” muito bom de bandas nesta tournée, tocando estilos diferentes, e o público parece gostar bastante de cada uma delas. Para nós a reacção aos nossos novos temas demonstra que fomos capazes de criar um grande álbum.
Desde algum tempo que estou convicto que agarram uma legião de fãs muito fiel e um lugar muito particular no panorama Metal. Após 16 anos de árduo trabalho, como se sentem hoje ao ver a devoção das pessoas?
Sentimo-nos muito bem por, finalmente, podermos colher frutos depois de tantos anos de intenso trabalho e de estar em tournée, mas estamos constantemente a estabelecer metas a atingir. Por isso, acho que ainda é cedo para nos recostarmos e gozarmos o momento demasiado ainda.
Suponho que o lema no seio dos Amon Amarth é manterem-se fiéis ao vosso imaginário musical e lírico. Muitas pessoas já vos devem ter feito essa pergunta, mas cá vai: conseguem prever alguma mudança futura na identidade da banda? Às vezes sentem-se seduzidos a experimentar outros elementos musicais e conceitos líricos?
Por vezes, podemo-nos sentir um pouco “experimentais”, mas acho que vamos continuar fiéis ao que vimos fazendo há sensivelmente 15 anos. O tipo de experiências que possamos vir a fazer é trabalhar com artistas diferentes como fizemos com esse novo álbum com o L.G. Petrov [Entombed], Apocalyptica e Roope Latvala [Children Of Bodom]. Contudo, nunca vamos abandonar os princípios da nossa música e letras.
Como surgiram as colaborações com estas ilustres personalidades?
Foram ideias que foram surgindo enquanto compúnhamos novos temas e letras ou durante o processo de gravação. Quanto escrevemos a letra para a “Guardians Of Asgaard” sentimos que precisávamos de um segundo vocalista para assumir o papel de irmão do Johan e o LG Petrov é um velho amigo nosso… e um grande vocalista. A parte dos Apocalyptica foi uma ideia que surgiu em estúdio. Precisávamos de um violoncelo numa parte para atingirmos o que tínhamos em mente e daí decidimos perguntar a eles se estavam interessados em participar no disco. Eles tiveram alguns dias disponíveis entre a sua tournée pelos Estados Unidos e Europa e decidiram ajudar-nos. O solo de Roope aconteceu porque queríamos ter um solo verdadeiramente rápido no tema título e uma vez que ele é uma pessoa muito simpática e um fantástico guitarrista…
Embora possamos pensar que se tornou fácil para vós compor, continuam a ser muito dedicados ao trabalho na sala de ensaios. Como decorreu com a composição do “Twilight Of The Thunder God”?
Nunca é fácil compor novos temas quando desejas escrever uma grande canção de qual te sintas orgulhoso. Trabalhámos realmente muito na nossa sala de ensaios com base em ideias que recolhemos durante a última época de tournées. Tivemos uns meses muito intensos antes de irmos para o estúdio, passando muitas horas por dia a compor e a fazer os arranjos que ouvem agora no nosso novo trabalho.
Embora o som dos Amon Amarth já fosse, simultaneamente, muito melódico e pesado, fiquei com a ideia de que elevaram a um novo patamar todos estes elementos, tornando “Twilight Of The Thunder God” num disco ainda mais fácil de absorver. Os temas estão ainda mais “magnéticos” e contagiantes…
Obrigado. O objectivo que temos com cada álbum é tentar criar o material mais pesado e melódico que alguma vez pensámos que fossemos capazes de criar. Nós gostamos honestamente de bandas pesadas e melódicas e tentamos fazer uma ligação entre estas duas abordagens.
Aproxima-se a Unholy Alliance Chapter 3 que vai decorrer a partir de Novembro na Europa com os Slayer. Quais são as vossas expectativas para esta tournée?
Estamos muito entusiasmados, vamos divertir-nos muito, com certeza. É um velho sonho fazer uma digressão com Slayer e, finalmente, isto vai acontecer.
Vocês já são grandes amigos do Kerry King, isto deixa antever grandes momentos de backstage! São daquele tipo de músicos que gosta mesmo de estar na “estrada”?
Eu imagino que vamos ter grandes momentos envolvendo álcool! [risos] Penso que temos uma relação de amor-ódio com tournées. É muito divertido mas também significa muito trabalho e estarmos afastados da família e amigos… e os nossos corpos não estão a ficar mais novos. O fígado sofre bastante por vezes! [risos]
Sentem falta dos tempos em que os Amon Amarth não eram tão conhecidos e não tinham tantos compromissos?
Sim e não. É fantástico termos a possibilidade de encabeçar a nossa própria tournée e viver da música, mas ao mesmo tempo sentes falta dos tempos em que tudo o que fazias era novo e excitante para ti.
Onde vão buscar a inspiração para escrever sobre a mitologia nórdica?
A parte da mitologia vem dos livros que lemos e dos filmes que vemos. As outras letras surgem, às vezes, de coisas que acontecem à nossa volta no dia-a-dia. É tudo uma questão de pegar no material tens e pensar nele como se estivesse passando na época dos Vikings.
Manter o verdadeiro espírito viking inclui usar barba e cabelo comprido? [risos]
Para nós tem muito mais a ver com como te comportas e sentes, mas acho que cabelos compridos e barbas não fazem mal nenhum quando se trata do imaginário de uma banda de metal! [risos] Sempre nos considerámos uma banda de metal. O termo viking metal foi-nos aplicado por outras pessoas.
Para finalizar, quais são os vossos desejos para os próximos tempos [como banda ou até a nível pessoal]?
Esperamos que muitos novos fãs nos descubram de forma a que possamos actuar em partes do mundo onde nunca o fizemos. Sentimo-nos como vikings modernos a navegar por todo o mundo para descobrirmos novos países!
www.amonamarth.com
www.myspace.com/amonamarth
Nuno Costa
São das bandas com mais carisma no panorama metálico actual, já que vincam uma peculiar e obstinada imagem. Os “vikings” Amon Amarth continuam a adular a mitologia e os antepassados nórdicos na forma de um death metal melódico cada vez mais contagiante e eficiente. Assim o prova “Twilight Of The Thunder God”, o sétimo disco de uma carreira construída a “ferros” e às custas de muitas batalhas, não só mitológicas como também pessoais e profissionais. Plenos de mérito, esta veterana banda sueca chega-se ainda mais à frente num plano que já comandava há algum tempo. Em plena digressão pelos Estados Unidos, contactámos Ted Lundström [baixista] para saber como está a decorrer a conquista viking do outro lado do atlântico… e não só.
Estão actualmente a aproximar-se do fim da vossa tournée norte-americana. Como se sentem e que balanço fazem desta nova aventura nos Estados Unidos?
A nossa tournée norte-americana foi um estrondo desde o seu primeiro dia. A resposta das pessoas tem sido espantosa e muitos dos nossos concertos tiveram lotação esgotada. Realmente, temos um “pacote” muito bom de bandas nesta tournée, tocando estilos diferentes, e o público parece gostar bastante de cada uma delas. Para nós a reacção aos nossos novos temas demonstra que fomos capazes de criar um grande álbum.
Desde algum tempo que estou convicto que agarram uma legião de fãs muito fiel e um lugar muito particular no panorama Metal. Após 16 anos de árduo trabalho, como se sentem hoje ao ver a devoção das pessoas?
Sentimo-nos muito bem por, finalmente, podermos colher frutos depois de tantos anos de intenso trabalho e de estar em tournée, mas estamos constantemente a estabelecer metas a atingir. Por isso, acho que ainda é cedo para nos recostarmos e gozarmos o momento demasiado ainda.
Suponho que o lema no seio dos Amon Amarth é manterem-se fiéis ao vosso imaginário musical e lírico. Muitas pessoas já vos devem ter feito essa pergunta, mas cá vai: conseguem prever alguma mudança futura na identidade da banda? Às vezes sentem-se seduzidos a experimentar outros elementos musicais e conceitos líricos?
Por vezes, podemo-nos sentir um pouco “experimentais”, mas acho que vamos continuar fiéis ao que vimos fazendo há sensivelmente 15 anos. O tipo de experiências que possamos vir a fazer é trabalhar com artistas diferentes como fizemos com esse novo álbum com o L.G. Petrov [Entombed], Apocalyptica e Roope Latvala [Children Of Bodom]. Contudo, nunca vamos abandonar os princípios da nossa música e letras.
Como surgiram as colaborações com estas ilustres personalidades?
Foram ideias que foram surgindo enquanto compúnhamos novos temas e letras ou durante o processo de gravação. Quanto escrevemos a letra para a “Guardians Of Asgaard” sentimos que precisávamos de um segundo vocalista para assumir o papel de irmão do Johan e o LG Petrov é um velho amigo nosso… e um grande vocalista. A parte dos Apocalyptica foi uma ideia que surgiu em estúdio. Precisávamos de um violoncelo numa parte para atingirmos o que tínhamos em mente e daí decidimos perguntar a eles se estavam interessados em participar no disco. Eles tiveram alguns dias disponíveis entre a sua tournée pelos Estados Unidos e Europa e decidiram ajudar-nos. O solo de Roope aconteceu porque queríamos ter um solo verdadeiramente rápido no tema título e uma vez que ele é uma pessoa muito simpática e um fantástico guitarrista…
Embora possamos pensar que se tornou fácil para vós compor, continuam a ser muito dedicados ao trabalho na sala de ensaios. Como decorreu com a composição do “Twilight Of The Thunder God”?
Nunca é fácil compor novos temas quando desejas escrever uma grande canção de qual te sintas orgulhoso. Trabalhámos realmente muito na nossa sala de ensaios com base em ideias que recolhemos durante a última época de tournées. Tivemos uns meses muito intensos antes de irmos para o estúdio, passando muitas horas por dia a compor e a fazer os arranjos que ouvem agora no nosso novo trabalho.
Embora o som dos Amon Amarth já fosse, simultaneamente, muito melódico e pesado, fiquei com a ideia de que elevaram a um novo patamar todos estes elementos, tornando “Twilight Of The Thunder God” num disco ainda mais fácil de absorver. Os temas estão ainda mais “magnéticos” e contagiantes…
Obrigado. O objectivo que temos com cada álbum é tentar criar o material mais pesado e melódico que alguma vez pensámos que fossemos capazes de criar. Nós gostamos honestamente de bandas pesadas e melódicas e tentamos fazer uma ligação entre estas duas abordagens.
Aproxima-se a Unholy Alliance Chapter 3 que vai decorrer a partir de Novembro na Europa com os Slayer. Quais são as vossas expectativas para esta tournée?
Estamos muito entusiasmados, vamos divertir-nos muito, com certeza. É um velho sonho fazer uma digressão com Slayer e, finalmente, isto vai acontecer.
Vocês já são grandes amigos do Kerry King, isto deixa antever grandes momentos de backstage! São daquele tipo de músicos que gosta mesmo de estar na “estrada”?
Eu imagino que vamos ter grandes momentos envolvendo álcool! [risos] Penso que temos uma relação de amor-ódio com tournées. É muito divertido mas também significa muito trabalho e estarmos afastados da família e amigos… e os nossos corpos não estão a ficar mais novos. O fígado sofre bastante por vezes! [risos]
Sentem falta dos tempos em que os Amon Amarth não eram tão conhecidos e não tinham tantos compromissos?
Sim e não. É fantástico termos a possibilidade de encabeçar a nossa própria tournée e viver da música, mas ao mesmo tempo sentes falta dos tempos em que tudo o que fazias era novo e excitante para ti.
Onde vão buscar a inspiração para escrever sobre a mitologia nórdica?
A parte da mitologia vem dos livros que lemos e dos filmes que vemos. As outras letras surgem, às vezes, de coisas que acontecem à nossa volta no dia-a-dia. É tudo uma questão de pegar no material tens e pensar nele como se estivesse passando na época dos Vikings.
Manter o verdadeiro espírito viking inclui usar barba e cabelo comprido? [risos]
Para nós tem muito mais a ver com como te comportas e sentes, mas acho que cabelos compridos e barbas não fazem mal nenhum quando se trata do imaginário de uma banda de metal! [risos] Sempre nos considerámos uma banda de metal. O termo viking metal foi-nos aplicado por outras pessoas.
Para finalizar, quais são os vossos desejos para os próximos tempos [como banda ou até a nível pessoal]?
Esperamos que muitos novos fãs nos descubram de forma a que possamos actuar em partes do mundo onde nunca o fizemos. Sentimo-nos como vikings modernos a navegar por todo o mundo para descobrirmos novos países!
www.amonamarth.com
www.myspace.com/amonamarth
Nuno Costa