Entrevista Cycles
A FÉNIX RENASCIDA
Ainda faltam uns bons meses para o lançamento do seu primeiro trabalho mas a expectativa já está montada em seu redor. “Phoenix Rising” é o nome do primeiro álbum dos portuenses Cycles a ser lançado no início do próximo ano. Na origem deste grupo estão dois ex-membros dos Fears Tomb e Karnak, os guitarristas Filipe Moreira e Carlos Barbosa, que em 2001 abandonaram os seus antigos projectos para criar um outro em que pudessem explorar novos elementos na sua música. A antever o lançamento do álbum, está uma demo de dois temas que demonstra uma capacidade muito interessante no campo do heavy metal mais tradicional. É sobre esta, o novo álbum e os próprios Cycles, que falámos com o guitarrista Filipe Moreira.
Li que tu e o Carlos, decidiram formar a banda porque sentiram a necessidade de acrescentar algo novo àquilo que tinham criado até então. Como foi erguer então este novo projecto?
O arranque de um projecto que rompeu parcialmente com o que tínhamos feito até então, e estamos a falar de 10 anos com um projecto no Metal, constituiu um enorme desafio, não só na capacidade para continuarmos após tantos anos de carreira e com tudo o que alterações na formação de uma banda acarreta, mas também na mudança para uma direcção nova bastante diferente do passado, pois nós tocávamos thrash metal. Contudo essa mudança não foi totalmente premeditada, mas apareceu naturalmente, fruto da evolução da banda e dos elementos que por cá foram passando. O desafio foi enorme, mas passado este tempo creio que valeu a pena…
Os elementos que se juntaram depois aos Cycles são todos oriundos de projectos importantes dentro do nosso panorama. Como foi conjugar toda essa experiência?
O facto de eles terem tocado em outros projectos anteriormente trouxe uma visão mais madura e vasta à banda; contudo, creio que quando entraram na banda puseram, um pouco como eu e o Carlos, o passado para trás em relação ao que vínhamos todos fazendo até então e a dedicação a esta banda foi grande pelo que posso dizer que esse processo foi uma mais-valia para a banda. Pode dizer-se que a sua inserção na banda trouxe vantagens pois permitiu-nos não cometer certos “erros” típicos de bandas que estão em início de carreira e sem qualquer experiência, “erros” que nós próprios já tínhamos cometido, pelo que todo o processo de desenvolvimento e amadurecimento musical foi mais célere.
O CD promocional que nos chega agora às mãos faz parte de uma estratégia tomada perante o considerável sucesso que a banda estava a ter na internet...
O CD promocional faz parte de uma estratégia de divulgação e promoção da banda que deriva precisamente da experiência das pessoas que integram a banda e já estava previsto antes de fazermos qualquer coisa na Internet. Aliás, devo confessar que devido a afazeres profissionais, não tenho tido muito tempo de consultar a Internet, a não ser para esses afazeres, pelo que não sei que sucesso é esse…
Sentes que está a valer a pena o esforço de terem lançado esta demo nessa altura, muito antes de sair o vosso primeiro álbum? Como têm sido as reacções do público e imprensa?
A demo saiu na altura que entendemos ser a melhor para dar a conhecer a banda: é um pouco como um cartão de visitas da banda, aliás tal como o nosso site. As reacções da imprensa estão publicadas e creio, daquilo que me apercebi que, pelo menos ainda não desiludimos, o que nos dias de hoje já não é mau… Quanto ao público, o que posso dizer é o que vejo nos concertos, e após os concertos, em que sinto que ainda há espaço na cena do metal para uma banda como nós.
Ainda faltam uns bons meses para o lançamento do seu primeiro trabalho mas a expectativa já está montada em seu redor. “Phoenix Rising” é o nome do primeiro álbum dos portuenses Cycles a ser lançado no início do próximo ano. Na origem deste grupo estão dois ex-membros dos Fears Tomb e Karnak, os guitarristas Filipe Moreira e Carlos Barbosa, que em 2001 abandonaram os seus antigos projectos para criar um outro em que pudessem explorar novos elementos na sua música. A antever o lançamento do álbum, está uma demo de dois temas que demonstra uma capacidade muito interessante no campo do heavy metal mais tradicional. É sobre esta, o novo álbum e os próprios Cycles, que falámos com o guitarrista Filipe Moreira.
Li que tu e o Carlos, decidiram formar a banda porque sentiram a necessidade de acrescentar algo novo àquilo que tinham criado até então. Como foi erguer então este novo projecto?
O arranque de um projecto que rompeu parcialmente com o que tínhamos feito até então, e estamos a falar de 10 anos com um projecto no Metal, constituiu um enorme desafio, não só na capacidade para continuarmos após tantos anos de carreira e com tudo o que alterações na formação de uma banda acarreta, mas também na mudança para uma direcção nova bastante diferente do passado, pois nós tocávamos thrash metal. Contudo essa mudança não foi totalmente premeditada, mas apareceu naturalmente, fruto da evolução da banda e dos elementos que por cá foram passando. O desafio foi enorme, mas passado este tempo creio que valeu a pena…
Os elementos que se juntaram depois aos Cycles são todos oriundos de projectos importantes dentro do nosso panorama. Como foi conjugar toda essa experiência?
O facto de eles terem tocado em outros projectos anteriormente trouxe uma visão mais madura e vasta à banda; contudo, creio que quando entraram na banda puseram, um pouco como eu e o Carlos, o passado para trás em relação ao que vínhamos todos fazendo até então e a dedicação a esta banda foi grande pelo que posso dizer que esse processo foi uma mais-valia para a banda. Pode dizer-se que a sua inserção na banda trouxe vantagens pois permitiu-nos não cometer certos “erros” típicos de bandas que estão em início de carreira e sem qualquer experiência, “erros” que nós próprios já tínhamos cometido, pelo que todo o processo de desenvolvimento e amadurecimento musical foi mais célere.
O CD promocional que nos chega agora às mãos faz parte de uma estratégia tomada perante o considerável sucesso que a banda estava a ter na internet...
O CD promocional faz parte de uma estratégia de divulgação e promoção da banda que deriva precisamente da experiência das pessoas que integram a banda e já estava previsto antes de fazermos qualquer coisa na Internet. Aliás, devo confessar que devido a afazeres profissionais, não tenho tido muito tempo de consultar a Internet, a não ser para esses afazeres, pelo que não sei que sucesso é esse…
Sentes que está a valer a pena o esforço de terem lançado esta demo nessa altura, muito antes de sair o vosso primeiro álbum? Como têm sido as reacções do público e imprensa?
A demo saiu na altura que entendemos ser a melhor para dar a conhecer a banda: é um pouco como um cartão de visitas da banda, aliás tal como o nosso site. As reacções da imprensa estão publicadas e creio, daquilo que me apercebi que, pelo menos ainda não desiludimos, o que nos dias de hoje já não é mau… Quanto ao público, o que posso dizer é o que vejo nos concertos, e após os concertos, em que sinto que ainda há espaço na cena do metal para uma banda como nós.
Sei que ainda é muito cedo para isso, mas uma vez que lançaram uma demo e a estão distribui-la pelo país, incluindo editoras também creio eu, já receberam algum feedback de alguma delas ou, ao invés, pensam lançar o álbum independentemente?
Creio que não iremos lançar o álbum independentemente, pois há quem esteja interessado em nós; aliás, posso adiantar que, neste momento, só falta tratar de alguns assuntos burocráticos para o álbum sair… E o quanto eu quero ver o álbum cá fora…
Os temas aqui apresentados demonstram uma abordagem heavy bastante tradicional e directa mas também capaz de navegar por outros planos mais ambientais e até progressivos... Concordas? Como descreverias estes temas?
Eu pessoalmente creio que esse tipo de descrição dos temas deve ser feito por quem de direito, ou seja por todos, público, críticos e músicos, pois o meu ponto de vista é muito pessoal e suspeito, pois afinal de contas faço parte da banda e sou um dos compositores dos temas, pelo que não creio dever estar a falar sobre eles. Agora, concordo com a descrição que foi feita aqui: de facto os temas são um pouco tudo isso e um pouco mais…
Considerarias estes os temas mais representativos dos Cycles para o seu primeiro trabalho? Algum motivo especial para escolherem estes temas para o CD demo?
Creio que estes são dois bons temas e que reduzir um trabalho com 11 temas a dois é pouco. Quando sair o álbum poderão descobrir coisas diferentes nos restantes temas. Creio que os temas do álbum, apesar de diferentes, são homogéneos, fruto um pouco da nossa maturidade e experiência e do bom trabalho do produtor, o Luís Barros, pelo que nessa perspectiva estes dois temas são dois bons “representantes” do álbum.
Por falar em Barros... Também o Paulo Barros participa na vossa demo, este com um solo em “Paradise”...
Foi uma experiência muito gratificante termos uma pessoa com o estatuto e a virtuosidade dele a contribuir para o nosso primeiro trabalho: afinal de contas o Paulo Barros está num plano bastante acima do nosso, pelo que é significativa a sua participação. É um amigo de outra banda que gostaríamos de manter e a quem agradecemos a sua colaboração.
Este disco já estava composto na altura em que o Henrique se juntou à banda. Ainda lhe sobrou tempo para intervir? De que forma?
O Henrique interveio de uma forma que eu considero importante, pois foi ele quem fez o trabalho de voz e quando se ouve uma música a voz define, muitas vezes, a primeira impressão de uma banda; nesse aspecto, creio que apesar de se ter juntado tarde, ainda veio a tempo de fazer a diferença.
Paraísos a contrastarem com mundos áridos destruídos pela fúria do Homem... Qual o conceito e motivação lírica dos Cycles? Algum em especial?
Nós escrevemos sobre muitas coisas: desde estados de disposição a sentimentos sobre alguns assuntos, não há qualquer restrição ao conteúdo lírico da banda. Para se ter um pouco a noção dos assuntos que tratamos, no álbum estão temas tão diversificados como uma história imaginária passada no Antigo Egipto, uma história de Amor muito pouco usual, na trilogia, preocupações sociais, e uma coisa sobre a qual me dá gosto escrever que é a mente humana e toda a sua incerteza. Aliás esses “mundos áridos destruídos pela fúria dos Homens...” como dizes, vêm de filmes que vi e que me levaram a escrever o meu ponto de vista sobre uma eventual III Guerra Mundial. Às vezes o olhar de idoso por quem passamos na rua, pode levar-nos a questionar certas coisas a escrevermos sobre elas… Portanto, livros, filmes, emoções e histórias, tudo é assunto lírico.
O vosso disco de estreia já está a ser preparado. Queres adiantar alguma coisa, algum pormenor sobre ele?
Gostaríamos somente que ele seja lançado o mais rápido possível, pois existem muitas burocracias cá em Portugal que infelizmente atrasam tudo e que em nada são benéficas para as bandas mais pequenas como a nossa.
O heavy metal vive saudável hoje em dia? Qual é a tua opinião?
Há instituições que querem fazer crer que o Heavy Metal está a definhar; contudo, para as pessoas, que é quem conta, o Metal está vivo, de boa saúde e recomenda-se.
Nuno Costa