Entrevista Ebony - Especial Roquefest 2007
DE CASTA NEGRA
De que o solo insular parece propício à criação de bandas de Rock e Heavy Metal já ninguém tem dúvidas. Apesar dos convénios que perpetuam as dificuldades de ser ilhéu, a verdade é que em São Miguel as bandas parecem surgir como “cachos” em árvores e cada vez mais, sobretudo numa faixa adolescente, a garra de estender o seu talento a uma banda é uma realidade relutante. Os Ebony são mais um desses exemplos e a persistência e força de vontade fê-los vencer contrariedades e manterem-se activos desde 2003. No entanto, precisamente por essas intempéries, a banda é ainda uma quase absoluta desconhecida do público. Efectuou apenas um concerto até hoje e possui na sua discografia uma gravação experimental apenas para consumo interno. Contudo, isso ajuda a inflacionar o interesse e curiosidade em torno da banda para o concerto, no dia 22 de Maio, no festival Roquefest 2007. Enquanto isso não acontece fomos tentar conhecer melhor os Ebony, com a ajuda do vocalista/baixista Dino Medeiros.
Para uma banda formada em 2003 permanecer ainda tão “anónima” será fruto, certamente, de razões fortes. É assim?
Sim, existem as óbvias. Em primeiro lugar, o chegar a um patamar musical que achamos já considerável para mostrar ao vivo e, em segundo lugar, ter um line up estável.
Aliás, este terá sido, porventura, o desafio maior que os Ebony enfrentaram até hoje, certo? Como explicas que tenham entrado e saído tantos elementos da banda ao longo do seu percurso?
Sim, sempre foi e ainda o é porque até há bem pouco tempo o nosso guitarrista saiu da banda passando o seu lugar a ser preenchido pelo Viktor dos Zymosis, como músico convidado, até encontrarmos um membro fixo para a banda.
Continua a ser muito difícil encontrar informação sobre vocês! Porque ainda não decidiram recorrer, no mínimo, a um MySpace?
Pela simples razão de ainda não termos material sonoro com a mínima qualidade para podermos mostrar a banda no seu todo.
Uma vez que o público vos desconhece, penso eu, quase por completo, pedia-te que me fizesses uma breve apresentação da banda.
Basicamente, somos uma banda que não sabe muito bem definir o seu som, mas somos grandes admiradores de bandas como Therion, Katatonia ou até mesmo Amon Amarth. São essas as bandas presentes na nossa mente quando estamos a compor. Podemos dizer que rondamos áreas como o metal, rock e o gótico. Acima de tudo, tocamos aquilo que nos sabe bem. Não nos importamos muito com as tabuletas a dizer “heavy metal" ou "gothic metal”. O que nos importa é gostarmos do que tocamos, porque, em primeiro lugar, tocamos para nós. Quanto ao nosso line-up é formado, actualmente, por mim na voz e baixo, pelo meu irmão Tiago Medeiros na guitarra, Rafael Soares na bateria e Viktor na guitarra, como músico convidado.
A dada altura apanhaste-te com o teu irmão sozinho a tentar manter activa a banda. Foram tempos difíceis...
Sim! Como já referi foi muito difícil e ainda o é. É muito complicado cá formar um line-up estável e duradoiro.
Contudo, a força de vontade parece ter prevalecido. O que significa esta banda para vocês?
Claro, porque a banda é o nosso refúgio para o stress do dia-a-dia. Principalmente por causa disso. Não passamos sem música o que é algo muito bom para a "saúde" quando partilhada.
Certamente, poderemos também falar em sonhos... O que estipularam a nível de objectivos para a carreira dos Ebony? Podemos hoje entendê-los como um projecto a sério?
Sim! Os nosso objectivos são, como deves imaginar, muitos, mas como gostamos de estar com os pés bem assentes na terra pensamos, sobretudo, no que se pode fazer na realidade. Para começar vamos dar esta actuação que para nós é muito importante e depois vamos dar continuidade às gravações do nosso primeiro registo. O resto o tempo ditará.
Que aspectos podes adiantar em relação a este registo?
Não estamos ainda em condições de adiantar muita coisa. O formato será decidido quando as gravações se encontrarem prontas e em consenso com o nosso manager. As gravações estão a cargo da 6/15 Produções.
Em 2005 gravaram a vossa primeira demo, ainda que apenas para consumo interno. Esta era composta por repertório que já não faz parte do actual? Fala-nos um pouco dela?
Sim, foi uma demo gravada, como bem dizes, para consumo interno e, como tal, só as pessoas que a ouviram é que podem dar a sua opinião. Lógico que, para nós, de certa forma, tem significado, nem que seja porque a partir dela conseguimos tirar ilações sobre o passado e organizar da melhor forma o futuro, o que já está a acontecer pois os seus temas têm sofrido muitas alterações.
2004 foi a última vez que subiram a um palco. Este mês regressam a essas lides e a um festival que promete uma grande audiência. Sentem o peso da responsabilidade? Como está a ser vivido este período antecedente ao concerto?
Claro que sim. Sentimos uma enorme responsabilidade porque vamos actuar no único festival dedicado somente ao Heavy Metal nos Açores e ainda mais por irmos abrir para os Hiffen e The SymphOnyx. Mas estamos muito contentes pelo convite e de certeza que daremos o nosso melhor, pois é uma oportunidade importante para mostrarmos o nosso som.
Paralelamente, os vossos membros têm experiência de outras bandas?
Não, basicamente a nossa experiência advém dos Ebony.
Como e quando acontece a vossa entrada para o mundo da música?
Isso é um bocado difícil de responder, porque sempre estivemos ligados à música por influência dos nossos pais que são grandes apreciadores e também tocam alguns instrumentos. Certamente, por aí as coisas acabaram por acontecer naturalmente.
Daqui para a frente os Ebony farão parte mais activa do panorama regional? Ou seja, neste momento podem-se considerar mais estáveis e coesos para poderem manter uma presença mais assídua no nosso cenário e, consequentemente, partir em busca dos vossos objectivos?
Sim! Claro que esta nossa presença vai ser, sem dúvida, a nossa rampa de lançamento e vamos aproveitá-la da melhor forma. Logicamente, depois vamos tentar dar continuidade ao nosso trabalho... Daqui em frente vão ouvir falar muito dos Ebony, acreditem.
Que mensagem deixas às pessoas que não conhecem os Ebony e que terão, já no dia 22 de Maio, oportunidade para vos ouvir?
Queremos apenas apelar a que apareçam porque, acima de tudo, o Roquefest é um festival que existe para divulgar as bandas açorianas e é feito com o maior amor à camisola pela parte da PJ – Prods & Management. Agradeço-vos também a entrevista. Não se esqueçam: 21 e 22 de Maio, Roquefest 2007.
Nuno Costa
De que o solo insular parece propício à criação de bandas de Rock e Heavy Metal já ninguém tem dúvidas. Apesar dos convénios que perpetuam as dificuldades de ser ilhéu, a verdade é que em São Miguel as bandas parecem surgir como “cachos” em árvores e cada vez mais, sobretudo numa faixa adolescente, a garra de estender o seu talento a uma banda é uma realidade relutante. Os Ebony são mais um desses exemplos e a persistência e força de vontade fê-los vencer contrariedades e manterem-se activos desde 2003. No entanto, precisamente por essas intempéries, a banda é ainda uma quase absoluta desconhecida do público. Efectuou apenas um concerto até hoje e possui na sua discografia uma gravação experimental apenas para consumo interno. Contudo, isso ajuda a inflacionar o interesse e curiosidade em torno da banda para o concerto, no dia 22 de Maio, no festival Roquefest 2007. Enquanto isso não acontece fomos tentar conhecer melhor os Ebony, com a ajuda do vocalista/baixista Dino Medeiros.
Para uma banda formada em 2003 permanecer ainda tão “anónima” será fruto, certamente, de razões fortes. É assim?
Sim, existem as óbvias. Em primeiro lugar, o chegar a um patamar musical que achamos já considerável para mostrar ao vivo e, em segundo lugar, ter um line up estável.
Aliás, este terá sido, porventura, o desafio maior que os Ebony enfrentaram até hoje, certo? Como explicas que tenham entrado e saído tantos elementos da banda ao longo do seu percurso?
Sim, sempre foi e ainda o é porque até há bem pouco tempo o nosso guitarrista saiu da banda passando o seu lugar a ser preenchido pelo Viktor dos Zymosis, como músico convidado, até encontrarmos um membro fixo para a banda.
Continua a ser muito difícil encontrar informação sobre vocês! Porque ainda não decidiram recorrer, no mínimo, a um MySpace?
Pela simples razão de ainda não termos material sonoro com a mínima qualidade para podermos mostrar a banda no seu todo.
Uma vez que o público vos desconhece, penso eu, quase por completo, pedia-te que me fizesses uma breve apresentação da banda.
Basicamente, somos uma banda que não sabe muito bem definir o seu som, mas somos grandes admiradores de bandas como Therion, Katatonia ou até mesmo Amon Amarth. São essas as bandas presentes na nossa mente quando estamos a compor. Podemos dizer que rondamos áreas como o metal, rock e o gótico. Acima de tudo, tocamos aquilo que nos sabe bem. Não nos importamos muito com as tabuletas a dizer “heavy metal" ou "gothic metal”. O que nos importa é gostarmos do que tocamos, porque, em primeiro lugar, tocamos para nós. Quanto ao nosso line-up é formado, actualmente, por mim na voz e baixo, pelo meu irmão Tiago Medeiros na guitarra, Rafael Soares na bateria e Viktor na guitarra, como músico convidado.
A dada altura apanhaste-te com o teu irmão sozinho a tentar manter activa a banda. Foram tempos difíceis...
Sim! Como já referi foi muito difícil e ainda o é. É muito complicado cá formar um line-up estável e duradoiro.
Contudo, a força de vontade parece ter prevalecido. O que significa esta banda para vocês?
Claro, porque a banda é o nosso refúgio para o stress do dia-a-dia. Principalmente por causa disso. Não passamos sem música o que é algo muito bom para a "saúde" quando partilhada.
Certamente, poderemos também falar em sonhos... O que estipularam a nível de objectivos para a carreira dos Ebony? Podemos hoje entendê-los como um projecto a sério?
Sim! Os nosso objectivos são, como deves imaginar, muitos, mas como gostamos de estar com os pés bem assentes na terra pensamos, sobretudo, no que se pode fazer na realidade. Para começar vamos dar esta actuação que para nós é muito importante e depois vamos dar continuidade às gravações do nosso primeiro registo. O resto o tempo ditará.
Que aspectos podes adiantar em relação a este registo?
Não estamos ainda em condições de adiantar muita coisa. O formato será decidido quando as gravações se encontrarem prontas e em consenso com o nosso manager. As gravações estão a cargo da 6/15 Produções.
Em 2005 gravaram a vossa primeira demo, ainda que apenas para consumo interno. Esta era composta por repertório que já não faz parte do actual? Fala-nos um pouco dela?
Sim, foi uma demo gravada, como bem dizes, para consumo interno e, como tal, só as pessoas que a ouviram é que podem dar a sua opinião. Lógico que, para nós, de certa forma, tem significado, nem que seja porque a partir dela conseguimos tirar ilações sobre o passado e organizar da melhor forma o futuro, o que já está a acontecer pois os seus temas têm sofrido muitas alterações.
2004 foi a última vez que subiram a um palco. Este mês regressam a essas lides e a um festival que promete uma grande audiência. Sentem o peso da responsabilidade? Como está a ser vivido este período antecedente ao concerto?
Claro que sim. Sentimos uma enorme responsabilidade porque vamos actuar no único festival dedicado somente ao Heavy Metal nos Açores e ainda mais por irmos abrir para os Hiffen e The SymphOnyx. Mas estamos muito contentes pelo convite e de certeza que daremos o nosso melhor, pois é uma oportunidade importante para mostrarmos o nosso som.
Paralelamente, os vossos membros têm experiência de outras bandas?
Não, basicamente a nossa experiência advém dos Ebony.
Como e quando acontece a vossa entrada para o mundo da música?
Isso é um bocado difícil de responder, porque sempre estivemos ligados à música por influência dos nossos pais que são grandes apreciadores e também tocam alguns instrumentos. Certamente, por aí as coisas acabaram por acontecer naturalmente.
Daqui para a frente os Ebony farão parte mais activa do panorama regional? Ou seja, neste momento podem-se considerar mais estáveis e coesos para poderem manter uma presença mais assídua no nosso cenário e, consequentemente, partir em busca dos vossos objectivos?
Sim! Claro que esta nossa presença vai ser, sem dúvida, a nossa rampa de lançamento e vamos aproveitá-la da melhor forma. Logicamente, depois vamos tentar dar continuidade ao nosso trabalho... Daqui em frente vão ouvir falar muito dos Ebony, acreditem.
Que mensagem deixas às pessoas que não conhecem os Ebony e que terão, já no dia 22 de Maio, oportunidade para vos ouvir?
Queremos apenas apelar a que apareçam porque, acima de tudo, o Roquefest é um festival que existe para divulgar as bandas açorianas e é feito com o maior amor à camisola pela parte da PJ – Prods & Management. Agradeço-vos também a entrevista. Não se esqueçam: 21 e 22 de Maio, Roquefest 2007.
Nuno Costa