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Entrevista The Fire

PREPARADOS PARA A DIVERSÃO?

São já uns autênticos “dinossauros” dentro da cena hard rock portuguesa! Após 14 anos de carreira, os The Fire são das poucas bandas em Portugal que ainda preservam raízes oitentistas, nomeadamente do glam hard rock popularizado por nomes como L.A. Guns, Poison e Cinderella. Hoje chegam ao seu terceiro trabalho e provam mais uma vez porque são das bandas mais emblemáticas do nosso país. Com uma maturidade invejável, mas já sem as cabeleiras e pinturas da época, incitamos o vocalista Rui “Kid” para nos falar dos The Fire e do seu novo álbum, “Are You Ready”.


Para remontarmos ao início dos The Fire temos que recorrer a 1991!! Nunca pensei que já andassem nisso há tanto tempo!!... Conta-nos lá como foi o vosso começo.
Aconteceu normalmente... Éramos amigos e conhecíamos bem os gostos uns dos outros. Fomos para a garagem de um vizinho e começámos a fazer barulho com as guitarras! Claro que no início tudo isto era apenas uma brincadeira mas quando demos conta estava-mos a tocar no palco da “Queima das Fitas” no Porto para umas quinze mil pessoas... Já lá vai muito tempo!

O hard rock na altura tinha mais força...Conta-nos lá: vocês eram fãs de que bandas, o que vos inspirava no estilo? Viviam também muito fogosamente aquela filosofia do “Party, Fun & Rock’n’Roll”?
Na altura éramos bastante mais novos e gostávamos das bandas mais conhecidas do hard rock americano, especialmente a cena L.A. (Guns`N`Roses, L.A. Guns, Poison , Cinderella, etc.) mas os Led Zeppelin e os AC/DC ainda mexem muito comigo e com os meus colegas... Sempre foram uma grande inspiração, quer musicalmente quer visualmente. Nos primeiros concertos ficámos conhecidos porque aparecemos vestidos como os Motley Crue... É claro que na altura ninguém ficou indiferente, além disso arrastámos muitas miúdas para os concertos dos The Fire... Enfim, fomos sempre diferentes das outras bandas portuguesas da altura, talvez por isso ainda por aqui andamos.

Entretanto, já muitos quilómetros percorreram por essas estradas e pisaram inúmeros palcos, inclusive fora do país e com nomes de respeito dentro da cena. Partilha connosco algumas das experiências mais marcantes para vocês ao longo destes anos.
Todos os concertos dos The Fire foram uma aventura. De Viana do Castelo a Portimão já demos cerca de 250 concertos, todos foram diferentes mas a loucura acaba sempre por tomar conta da cena e acaba por acontecer sempre alguma coisa fora do normasl. Olha só ainda não tocamos nos Açores, o que é imperdoável!!!No próximo ano vamos aí porque queremos tocar para pessoas que ainda nao tiveram oportunidade de ver os The Fire.

Apesar de, efectivamente, vocês já terem uma invejável experiência ao vivo e três discos editados, quer-me parecer que para alguns vocês ainda são algo desconhecidos... Com que achas que isso se prende? Talvez pelo facto de vocês estarem agora com a Recital as coisas tenham começado a mudar? Sentes isso?
Preferimos ser “underground” mas fazer o que gostamos. Não queremos editoras a mandar no nosso trabalho, por isso escolhemos a Recital porque gostam de nós e respeitam a música que fazemos e tratam-nos bem... Agora as coisas vão chegar mais longe e a mais pessoas. Tenho a certeza porque a Recital está mais implantada no mercado do que a nossa anterior editora.

Traça-me uma perspectiva acerca de “The Fire”[1994], “Burning Rock” [1998] e o novo “Are You Ready” [2005]. Quais as mudanças e progressos que podemos verificar nestes três álbuns? Como os representarias?
Todos os CD’s são diferentes... O primeiro é o mais melódico, o segundo é o mais rock´n´roll e o novo, para mim, é o mais heavy metal... Mas eu gosto muito dos três, embora para tocar ao vivo prefira as músicas do “Burning Rock”,mas os temas novos como “2 Loud 2 Proud “ ou “Are You Ready” são grandes malhas e têm muito “power” ao vivo!!!

Atrás falávamos do espírito “Party, Fun & Rock’n’Roll” muito presente no vosso estilo musical... Neste álbum existe alguma história curiosa que queiras contar, algum contexto lírico em especial?
Nada em especial... Fizemos estes temas durante quase dois anos, ensaiámos tudo direitinho e, quando fomos, para estúdio escrevi as letras todas de novo em apenas uma semana!!! No rock tudo acontece... Só descanso quando está tudo como eu quero em estúdio, porque ao vivo gosto que tudo aconteça naturalmente...

Quanto a reacções a este novo “Are You Ready”, estão satisfeitos, estão a ir de encontro às vossas expectativas, tanto a nível de vendas como da parte da imprensa?
Para começar, as vendas estão muito boas e as críticas não podiam ser melhores! Por tudo isto, só podemos estar muito contentes.

Sabemos que o Hard Rock não é um estilo muito enraizado no publico português. No entanto, ainda surgem alguns actos com muita qualidade como é o caso de vocês e dos Arya... Como vês a cena Hard Rock nacional?
Durante todos estes anos não nos podemos queixar porque nunca faltou gente nos nossos concertos e os nossos discos sempre venderam razoavelmente bem. Por vezes, convidam-nos para fazer primeiras partes de grupos conhecido (Doro, Gotthard, etc) e tudo corre muito bem e as pessoas respeitam-nos muito. Quanto a relação com outras bandas não podia ser melhor, quer sejam de hard rock ou de thrash metal. Temos amigos em muitas bandas e tocamos com bandas de todos os estilos... Dos Pitch Black aos Tarantula ou dos Arya aos Genocide, somos todos amigos.

A nível de concertos o que se prevê futuramente?
Tocar nos Açores era espectacular!!!

Algum comentário final?
“Rock´N´Roll is a fucking business …but we like it!!!!”

PLAYLIST RUI “KID”

Velvet Revolver
- "Contraband"
Pretty Boy Floyd – "Size Does Really Matter"
Cherry Monroe – "Cherry Monroe"
Vain – "On the Line"
Pitch Black – "Thrash Killing Machine"

Nuno Costa
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