Entrevista Firewind
VENTOS PREMONITÓRIOS
Podendo muito bem ser considerado o “Zeus” da guitarra eléctrica, o grego Gus G. estará de volta a 24 de Março com o quinto longa-duração dos seus Firewind. Com o título “The Premonition”, este disco insurge de uma combinação de tons que o músico vem destilando desde a demo “Nocturnal Symphony”, de 1998, sendo que a diferença é o poder de composição que se aprimorou cada vez mais. Hoje temos nos Firewind um dos projectos de power metal melódico mais categóricos da Europa e que extravasa em sucesso para o Oriente e Estados Unidos. Contudo, este não é um projecto a solo e o ex-Dream Evil, Mystic Prophecy e Nightrage realça a consistência de um grupo de músicos que se mantém junto pelo segundo disco consecutivo. Prontos para arrancar novamente em digressão com os Kamelot, falamos com Gus G., numa altura em que ainda não se confirmava o seu regresso a Portugal, em Julho, para a segunda edição do surpreendente Lagoa Burning Live.
Podemos dizer que têm expectativas extras com o novo “The Premonition”? Parece-nos que o seu título transmite essa ideia…
Talvez sim. Definitivamente, estamos muito excitados em relação a este novo ano e ao nosso novo álbum. Temos, por isso, o presságio de que este vai ser um bom período para os Firewind.
Também já vos ouvi dizer que o título deste trabalho pode ser interpretado como uma referência ao malogrado destino que a Humanidade está a tomar...
Esta é uma outra maneira de olharmos para o título do álbum através das suas letras. Temos canções como “Life Foreclosed” que fala dos dias finais da Humanidade e até onde tudo isto nos vai levar. Estes são temas sobre os quais também reflectimos, por isso acabamos por escrever sobre eles.
É, de alguma forma, um entusiasta político?
Eu não gosto muito de me envolver em políticas, sou músico. Não preciso de dizer mais do que aquilo que as pessoas sabem. Simplesmente, liguem a vossa televisão e vejam as notícias. As guerras, a fome, a pobreza, a vergonha da Humanidade… Está tudo lá!
Sendo um guitarrista virtuoso ainda passa muito tempo a praticar ou mais a compor? Por este ponto de vista então não tinha mesmo tempo nenhum para a política!
[risos] Exactamente! Hoje em dia passo mais tempo em frente ao computador a tratar de assuntos da banda, mas ainda assim toco muito guitarra. Contudo, estou mais preocupado em compor boas canções.
De facto, tempo parece ser coisa que pouco lhe sobra… Aliás, acabou por ser isso que o afastou dos Dream Evil, Nightrage e Mystic Prophecy, certo?
Sim, tens razão. Decidi parar de tocar com o resto das minhas bandas de forma a poder concentrar-me no meu próprio “bebé” e ver até onde ele me podia levar. Foi um risco tomado, mas os Firewind sempre foram a “minha” banda, a minha cara e coração.
Considera-se uma pessoa que tem dificuldades em rejeitar desafios? A fase em que estava a tocar em várias bandas ao mesmo tempo acabou por gerar-lhe muito stress, mas ainda assim persistiu durante algum tempo…
No início não havia stress nenhum, uma vez que todas as minhas bandas estavam a começar, não haviam obrigações, planos para tournées, etc. Depois quando elas começaram a crescer e tinha que dar resposta a quatro bandas comecei a ficar um pouco nervoso. E isso não era justo para nenhum dos meus projectos. Por isso, sinto que foi uma escolha inteligente dedicar-me apenas aos Firewind.
Seguiram alguma forma diferente de trabalho na concepção de “The Premonition”?
Basicamente, concebemos este álbum da mesma forma que o “Allegiance”. Fizemos toda a pré-produção nos nossos estúdios caseiros e mais tarde reunimo-nos na sala de ensaios para darmos os toques finais.
Também o line-up dos Firewind foi mantido neste novo álbum. Como disse algures, esta é a vossa “equipa vencedora”. Quais são os melhores aspectos de trabalhar com estes músicos?
Partilhamos uma química especial com esta formação e estamos juntos desde os finais de 2005. Por isso, estou contente por compor este novo álbum novamente com as mesmas pessoas e todos contribuíram para o processo de composição e deram o seu cunho.
Cinco discos depois estão convictos de que encontraram o som perfeito para os Firewind? Talvez hoje apresentem o equilíbrio perfeito entre partes pesadas e melódicas…
Penso que sempre soamos dessa maneira. Contudo, amadurecemos como compositores e sentimo-nos muito mais experientes. Por isso, sabemos o que queremos do nosso som e estilo.
Pegando novamente no termo “equipa vencedora”, também há a referir que neste novo disco mantêm também a escolha do produtor Fredrik Nordström. Também ele parece estar em plena sintonia com o que a banda quer…
Na verdade, eu fui o produtor deste novo álbum, o Fredrik misturou-o. Não é muito fácil trabalhar com ele, mas conhecemo-nos muito bem há anos e ele sabe que tipo de som e produção eu quero. Nesta perspectiva foi fixe voltar a trabalhar com ele.
Escolheram o clássico pop dos anos 80 “Maniac” para fazer um cover. Alguma razão especial?
Foi uma ideia do Bob [teclista]. Ele sugeriu-a e nós como conhecíamos a música aceitamos a proposta. Chegámos à conclusão de que seria divertido fazer uma versão hard rock deste tema.
Portanto, não tem nada a ver com gostarem ou não do filme do qual este tema fez parte da banda sonora, o “Flashdance”, embora este valha a pena por causa do corpo escultural da actriz Jennifer Beals…
Concordo contigo a 120%! [risos] Tenho que te dizer que não somos grandes fãs do filme, mas somos, sem dúvida, fãs da Jennifer Beals!
Contudo, achei piada e ao mesmo tempo fiquei preocupado quando li que vocês ponham a hipótese de fazer um remake do videoclip deste tema. Comecei a pensar: será que vamos ver os Firewind naqueles trajes minúsculos a dançar como a Jennifer Beals? Seria um retrato um pouco “assustador”! [risos]
Bom, primeiro que tudo, não somos tão sexy’s como ela é [ou era]. Depois, se nos vestíssemos dessa forma e tentássemos dançar seria a coisa mais ridícula da história do Rock! [risos] Claro que foi uma piada, mas nunca se sabe… Se o tema for bem sucedido e nos fizerem a proposta para fazer o vídeo, somos capazes de a tomar em conta!
Vão estar em tournée de novo com os Kamelot em Abril e Maio. Conhecem-se bem da vossa última digressão pelo Japão. Tem boas recordações?
Sim, passámos muitos bons momentos juntos! Conheço-os desde 2003 quando andei em digressão com os Dream Evil também no Japão. Esta última vez não foi diferente. Para além disso, gosto da sua música e penso que os Kamelot e os Firewind fazem um pacote muito interessante para cruzar os palcos europeus.
Depois de já ter percorrido praticamente todos os cantos do mundo, consegue eleger o melhor público? Passou já várias vezes pelo Japão… Pode estar aí a resposta?
Gosto de tocar em qualquer lado! Sei que temos muitos fãs incondicionais no Reino Unido, Japão, Estados Unidos, Grécia, França… Estes são lugares muito bons para se tocar. Mas mesmo Portugal é um óptimo sítio para um concerto dos Firewind.
Têm expectativas especiais para esse regresso à estrada?
Vamos ver. Espero que os fãs gostem da combinação Kamelot-Firewind e que apareçam nos concertos para se divertirem!
Um “desvio” na rota que vos levasse aos Açores poderia ser algo interessante…
Espero que possamos tocar aí algum dia! Gostava de visitar todos os lugares do mundo onde houvessem fãs de Metal e poder tocar para eles. Entretanto, desejo que escutem o “The Premonition” enquanto não aparecemos por aí para “partirmos a loiça”!
www.firewind.gr
www.myspace.com/firewind
Podendo muito bem ser considerado o “Zeus” da guitarra eléctrica, o grego Gus G. estará de volta a 24 de Março com o quinto longa-duração dos seus Firewind. Com o título “The Premonition”, este disco insurge de uma combinação de tons que o músico vem destilando desde a demo “Nocturnal Symphony”, de 1998, sendo que a diferença é o poder de composição que se aprimorou cada vez mais. Hoje temos nos Firewind um dos projectos de power metal melódico mais categóricos da Europa e que extravasa em sucesso para o Oriente e Estados Unidos. Contudo, este não é um projecto a solo e o ex-Dream Evil, Mystic Prophecy e Nightrage realça a consistência de um grupo de músicos que se mantém junto pelo segundo disco consecutivo. Prontos para arrancar novamente em digressão com os Kamelot, falamos com Gus G., numa altura em que ainda não se confirmava o seu regresso a Portugal, em Julho, para a segunda edição do surpreendente Lagoa Burning Live.
Podemos dizer que têm expectativas extras com o novo “The Premonition”? Parece-nos que o seu título transmite essa ideia…
Talvez sim. Definitivamente, estamos muito excitados em relação a este novo ano e ao nosso novo álbum. Temos, por isso, o presságio de que este vai ser um bom período para os Firewind.
Também já vos ouvi dizer que o título deste trabalho pode ser interpretado como uma referência ao malogrado destino que a Humanidade está a tomar...
Esta é uma outra maneira de olharmos para o título do álbum através das suas letras. Temos canções como “Life Foreclosed” que fala dos dias finais da Humanidade e até onde tudo isto nos vai levar. Estes são temas sobre os quais também reflectimos, por isso acabamos por escrever sobre eles.
É, de alguma forma, um entusiasta político?
Eu não gosto muito de me envolver em políticas, sou músico. Não preciso de dizer mais do que aquilo que as pessoas sabem. Simplesmente, liguem a vossa televisão e vejam as notícias. As guerras, a fome, a pobreza, a vergonha da Humanidade… Está tudo lá!
Sendo um guitarrista virtuoso ainda passa muito tempo a praticar ou mais a compor? Por este ponto de vista então não tinha mesmo tempo nenhum para a política!
[risos] Exactamente! Hoje em dia passo mais tempo em frente ao computador a tratar de assuntos da banda, mas ainda assim toco muito guitarra. Contudo, estou mais preocupado em compor boas canções.
De facto, tempo parece ser coisa que pouco lhe sobra… Aliás, acabou por ser isso que o afastou dos Dream Evil, Nightrage e Mystic Prophecy, certo?
Sim, tens razão. Decidi parar de tocar com o resto das minhas bandas de forma a poder concentrar-me no meu próprio “bebé” e ver até onde ele me podia levar. Foi um risco tomado, mas os Firewind sempre foram a “minha” banda, a minha cara e coração.
Considera-se uma pessoa que tem dificuldades em rejeitar desafios? A fase em que estava a tocar em várias bandas ao mesmo tempo acabou por gerar-lhe muito stress, mas ainda assim persistiu durante algum tempo…
No início não havia stress nenhum, uma vez que todas as minhas bandas estavam a começar, não haviam obrigações, planos para tournées, etc. Depois quando elas começaram a crescer e tinha que dar resposta a quatro bandas comecei a ficar um pouco nervoso. E isso não era justo para nenhum dos meus projectos. Por isso, sinto que foi uma escolha inteligente dedicar-me apenas aos Firewind.
Seguiram alguma forma diferente de trabalho na concepção de “The Premonition”?
Basicamente, concebemos este álbum da mesma forma que o “Allegiance”. Fizemos toda a pré-produção nos nossos estúdios caseiros e mais tarde reunimo-nos na sala de ensaios para darmos os toques finais.
Também o line-up dos Firewind foi mantido neste novo álbum. Como disse algures, esta é a vossa “equipa vencedora”. Quais são os melhores aspectos de trabalhar com estes músicos?
Partilhamos uma química especial com esta formação e estamos juntos desde os finais de 2005. Por isso, estou contente por compor este novo álbum novamente com as mesmas pessoas e todos contribuíram para o processo de composição e deram o seu cunho.
Cinco discos depois estão convictos de que encontraram o som perfeito para os Firewind? Talvez hoje apresentem o equilíbrio perfeito entre partes pesadas e melódicas…
Penso que sempre soamos dessa maneira. Contudo, amadurecemos como compositores e sentimo-nos muito mais experientes. Por isso, sabemos o que queremos do nosso som e estilo.
Pegando novamente no termo “equipa vencedora”, também há a referir que neste novo disco mantêm também a escolha do produtor Fredrik Nordström. Também ele parece estar em plena sintonia com o que a banda quer…
Na verdade, eu fui o produtor deste novo álbum, o Fredrik misturou-o. Não é muito fácil trabalhar com ele, mas conhecemo-nos muito bem há anos e ele sabe que tipo de som e produção eu quero. Nesta perspectiva foi fixe voltar a trabalhar com ele.
Escolheram o clássico pop dos anos 80 “Maniac” para fazer um cover. Alguma razão especial?
Foi uma ideia do Bob [teclista]. Ele sugeriu-a e nós como conhecíamos a música aceitamos a proposta. Chegámos à conclusão de que seria divertido fazer uma versão hard rock deste tema.
Portanto, não tem nada a ver com gostarem ou não do filme do qual este tema fez parte da banda sonora, o “Flashdance”, embora este valha a pena por causa do corpo escultural da actriz Jennifer Beals…
Concordo contigo a 120%! [risos] Tenho que te dizer que não somos grandes fãs do filme, mas somos, sem dúvida, fãs da Jennifer Beals!
Contudo, achei piada e ao mesmo tempo fiquei preocupado quando li que vocês ponham a hipótese de fazer um remake do videoclip deste tema. Comecei a pensar: será que vamos ver os Firewind naqueles trajes minúsculos a dançar como a Jennifer Beals? Seria um retrato um pouco “assustador”! [risos]
Bom, primeiro que tudo, não somos tão sexy’s como ela é [ou era]. Depois, se nos vestíssemos dessa forma e tentássemos dançar seria a coisa mais ridícula da história do Rock! [risos] Claro que foi uma piada, mas nunca se sabe… Se o tema for bem sucedido e nos fizerem a proposta para fazer o vídeo, somos capazes de a tomar em conta!
Vão estar em tournée de novo com os Kamelot em Abril e Maio. Conhecem-se bem da vossa última digressão pelo Japão. Tem boas recordações?
Sim, passámos muitos bons momentos juntos! Conheço-os desde 2003 quando andei em digressão com os Dream Evil também no Japão. Esta última vez não foi diferente. Para além disso, gosto da sua música e penso que os Kamelot e os Firewind fazem um pacote muito interessante para cruzar os palcos europeus.
Depois de já ter percorrido praticamente todos os cantos do mundo, consegue eleger o melhor público? Passou já várias vezes pelo Japão… Pode estar aí a resposta?
Gosto de tocar em qualquer lado! Sei que temos muitos fãs incondicionais no Reino Unido, Japão, Estados Unidos, Grécia, França… Estes são lugares muito bons para se tocar. Mas mesmo Portugal é um óptimo sítio para um concerto dos Firewind.
Têm expectativas especiais para esse regresso à estrada?
Vamos ver. Espero que os fãs gostem da combinação Kamelot-Firewind e que apareçam nos concertos para se divertirem!
Um “desvio” na rota que vos levasse aos Açores poderia ser algo interessante…
Espero que possamos tocar aí algum dia! Gostava de visitar todos os lugares do mundo onde houvessem fãs de Metal e poder tocar para eles. Entretanto, desejo que escutem o “The Premonition” enquanto não aparecemos por aí para “partirmos a loiça”!
www.firewind.gr
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Nuno Costa