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Entrevista Khold

ABANDONADOS NA ESCURIDÃO

Formados em 2000 em Oslo, Noruega, os Khold bem se podem gabar da carreira e ascenção que atingiram em tão pouco tempo. Estrearam-se logo em 2001 com o aclamado “Masterpiss Of Pain”, isto após apenas terem gravado uma demo e merecido logo a confiança de Satyr (Satyricon) e da sua Moonfog Records. Seguiram-se-lhe “Phantom” (2002) e “Morke Gravers Kammer” (2004) e duas digressões com os Satyricon. O seu black metal primitivo e balançado, muito característico em contrabalanço com a vulgaridade das bandas rápidas do género, fizeram com que os Khold se afirmassem com alguma facilidade e representassem uma proposta muito fresca nos meandros da música extrema. Nesta altura, chegam ao seu quarto disco, “Krek”, nos escaparates desde 10 de Outubro pela Tabu Recordings. A SounD(/)ZonE teve agora oportunidade de falar com o mentor e baterista Sarke.

Bem, sei que os Khold são muito conhecidos na Europa, mas sinto que isso ainda não acontece aqui nos Açores... Gostarias de nos dar uma perspectiva da vossa carreira?
Bem, nós apenas gostamos de fazer a nossa “cena”... Música muito fria e obscura.

Não sentiram que foi realmente fantástico terem obtido uma ascensão tão rápida como aquela que tiveram em 2000, e que logo vos valeu um contracto com a Moonfog do famoso Satyr? Ainda mais quando só tinham gravado uma demo até à data e o vosso black metal era de facto muito primitivo...
Sim, tens razão! Fizemos e gravámos algumas boas músicas. O seu som era brutal e, de certa forma, novo dentro da cena black metal. Black metal primitivo, sujo e pesado... A Moonfog gostou dele imediatamente.

Ainda acerca do vosso estilo musical… Aquele groove e tendências doom injectados na vossa música foi algo espontâneo quando criaram os Khold ou foi algo deliberado no sentido de oferecer realmente algo novo ao mundo do black metal?
Surgiu tudo naturalmente. Até mesmo o black metal tem que fluir! Nós gostamos deste tipo de música directo, frio e primitivo. Começo a notar que cada vez mais bandas começam a seguir este tipo de black metal.

Tens noção de que a Noruega é a terra mãe “amaldiçoada” do black metal...Sabes, muita gente que tem bandas de black metal pelo mundo gostaria imenso de viver e tocar aí... Que dirias a essas pessoas?
Muita gente já se interessava pelo black metal aqui na Noruega antes de ele se tornar famoso. Eu comecei a ouvir bandas como os Mayhem, Darkthrone e Cadaver em 1987/88 e vi-os muitas vezes ao vivo. Eu penso que a coisa mais importante para as bandas mais jovens é simplesmente criarem aquilo que gostam. Não copiem as outras bandas. Tu podes ser influenciado por eles e pelo mesmo estilo de música, mas fá-lo à tua maneira. Acreditem na vossa própria música mesmo quando algumas pessoas disserem que ela não vale nada.

Como surgiu a próxima relação que vocês gozam com Satyr?
Tudo aconteceu quando ele nos assinou pela Moonfog... A partir daí, tem feito um grande trabalho de promoção aos nosso trabalhos.

A partir deste relacionamento também provieram duas digressões com os Satyricon. Fala-nos dessas experiências.
Nós temos feito imensos concertos com os Satyricon... É sempre, simplesmente, muito bom!

Que outros benefícios têm tirado deste relacionamento?
Bem, desta forma temos mais pessoas nos nossos concertos. Realmente, comparecem muitas mais pessoas quando tocamos com os Satyricon do que quando tocamos por nome próprio.

Relativamente a “Krek”… Bem, antes de mais, e para acabar o ano em beleza, foi lhe atribuído o prémio “Álbum do Ano 2005” pela revista online Friedhof. Nada mau, hein?
Sim, foi realmente muito bom! Isto significa que algumas pessoas gostaram realmente do nosso trabalho. Fomos também já nomeados para “Melhor Álbum de Metal” na Noruega duas vezes.

Que espírito envolveu a composição deste novo álbum?
O mesmo de sempre: criar música obscura.

Já agora, o que significa o título deste álbum?
“Krek” refere-se a uma pobre criatura abandonada e esquecida...

Que distinções podemos encontrar entre este álbum e os vossos anteriores?
Desta vez, todos os membro entraram no processo de composição. Normalmente, eu faço a maior parte dos temas juntamente com o Gard... Penso que neste álbum o som ainda é mais cru que nos outros álbuns.

E no que concerne a feedback do público e imprensa, como tem sido?
O feedback tem sido bom, mas claro que haverão sempre pessoas que não vão gostar do nosso material.

E o público tem gostado da performance dos temas ao vivo?
Sim, o público tem gostado muito dos temas e acho que eles resultam muito bem ao vivo. Vamos ver como as coisas se desenrolam, ainda nos faltam três concertos esse mês.

Uma vez que vocês são uma banda que foge ao padrão de bandas que toca black metal veloz, como olham para elas? Sentes que existe alguma falta de criatividade nessas bandas?
Não, eu gosto de bandas velozes. Mas eu gosto muito mais de criar e tocar música mais lenta.

Vocês nunca pensaram em escrever temas em inglês?
Nos Khold sempre cantamos em norueguês e nunca pensámos em escrever letras em inglês... Com certeza que seria óptimo se toda a gente compreendesse o que dizemos, mas simplesmente vamos continuar fiéis a nós próprios.

O vosso álbum saiu há pouco tempo mas, no entanto, já gravaram dois vídeos! Isto é óptimo! Importas-te de fazer um breve resumo dos seus conteúdos?
O primeiro vídeo, “Blod og Blek”, é pouco usual... O novo vídeo “Innestengt I Eikekiste” acabou por ficar muito bom e deu imenso trabalho... Posso dizer que é o vídeo mais “Khold” que fizemos até hoje. Rinn, o nosso guitarrista, foi quem fez o vídeo e podem consultá-lo em www.khold.com

O que podemos esperar dos Khold para os próximos tempos?
Estaremos em digressão pela Europa depois do Verão. De resto, não existem mais projectos por agora.

Para finalizar, queres deixar algum comentário aos açorianos?
Continuem fiéis à música extrema!

PLAYLIST SARKE

Slayer - "Reign In Blood"
Slayer - "South Of Heaven"
Slayer - "God Hates Us All"

www.khold.com

Nuno Costa
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