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Entrevista Mindlock

VIAGEM PELO EGO

“Manifesto”, o EP de estreia dos algarvios Mindlock, trouxe-nos a promessa de um projecto cheio de força e ambição. Com o lançamento em 2003 do seu primeiro álbum -“Ego Trip”-, confirmaram todo o seu potencial e conseguiram assim o estatuto de banda revelação do ano passado. Com uma sonoridade algures entre as tendências modernas do metal e o trash do início da década passada, os Mindlock prevêem agora um abrandamento no número de actuações ao vivo com vista à preparação do sucessor de “Ego Trip”. Flip Cabeçadas, baterista e principal compositor da banda, falou para a SounD(/)ZonE.

Mindlock desde 1995... Fala-nos um pouco da vossa criação e do vosso percurso.Nós surgimos por essa altura mas eu e o Xico já nos conhecíamos antes e depois, através do liceu, as coisas foram ganhando rumo. Na altura eu dava-me muito com um vizinho meu que acabou por ser o primeiro vocalista da banda e a ideia estava montada: um grupo de gajos que queriam era tocar e curtir. Felizmente ainda hoje esse pensamento se mantém passados sete anos. Depois com algumas trocas a banda estabilizou-se em 98 com a actual formação.

Para além de baterista és ainda um dos principais compositores da banda. Tens alguma formação musical? Como é compor a partir das tuas ideias?Tenho alguma sim mas sinceramente não a uso conscientemente na composição até porque não gosto da visão da música através de ter muitos termos técnicos e afins. A composição acontece de ideias que me surgem e ao Xico também e eu vou também vendo à medida da evolução das composições se o que sai está a sair bom ou ‘pode ainda ser melhor’ (hehe... esta é a expressão que uso muito).

Na tua opinião, o que é que contribuiu mais até hoje o para o vosso amadurecimento? A vossa visão como músicos e pessoas mudou muito desde então? De que forma?
Sem dúvida crescemos como pessoas, tocámos muito por aí etc. Acho que a experiência na estrada é a melhor para qualquer músico e sem dúvida que sabermos como funciona isto da Indústria musical também nos ajudou a alargar horizontes. Hoje em dia estamos mais crescidos como pessoas mas também como banda, o que nos faz ter mais responsabilidade no que fazemos o que implica atenção desde o primeiro riff de uma possível musica até ao final de uma música antiga tocada ao vivo. É como tudo à medida que se vai fazendo algo na vida, se somos feitos para aquilo ou não, naturalmente há uma evolução e não se estagna.

Fala-nos da vossa participação no Festival Ilha do Ermal! Acredito que tenha sido muito excitante partilhar o palco com Slipknot, entre outros...
Claro é sempre bom para uma banda participar num festival de verão. Estar no Ermal naquele ano foi como um prémio que nos foi atribuído por termos percorrido o país de norte a sul com o “Manifesto”. Foi com Slipknot que é muito bom mas também poderia ter sido com outros. O que interessa é que lá estivemos e foi curtição à brava!

Entre o vosso EP de estreia – “Manifesto” – e o novo “Ego Trip”, quais foram os principais pontos de mudança?Creio que trabalhar com um produtor foi o que mais se diferenciou. Musicalmente as estruturas estão mais sólidas, mais delineadas, no entanto musicalmente há uma evolução de pensamentos a acompanhar a faceta musical que se delineiam depois nas letras. Acho que os principais pontos de mudança se unem numa palavra: evolução.

Porquê o título “Ego Trip”?
Porque muita gente anda viciada em Trips de Ego hoje em dia...E o álbum fala muito nisso.

O vosso primeiro álbum já saiu há algum tempo. Como têm sido o período pós lançamento? Muitos concertos, o público tem reagido bem?
Sim o percurso tem sido positivo mas estamos em Portugal e as coisas acontecem muito devagarinho porque temos um mercado muito pequeno. Mas tocámos muito desde o ‘Manifesto’ e fizemos muitos amigos pelo país todo (só falta mesmo os Açores e a Madeira)

Já estão a compor o próximo álbum? Quando pensam gravá-lo?Sim, estamos a diminuir um pouco os concertos para nos concentrarmos na composição das novas músicas e já temos uns esboços de coisas que irão para o próximo trabalho. Gravar, em princípio, depois do Verão.

Os vossos dois últimos trabalhos têm ambos o selo da Sons da Fortuna que é também vossa empresa de management. Pretendem continuar a funcionar desta forma? Sei que tem sido difícil arranjar propostas de editoras maiores...Sim é muito difícil porque tudo nisto é um mercado e as editoras só avançam quando sabem que têm pelo menos alguma parte assegurada. E neste género em Portugal não costumam arriscar muito e portanto temo-nos mantido com a SOF porque tem acompanhado o nosso percurso. Mas é óbvio que se tivermos outras propostas tomaremos toda a atenção às mesmas. Quem sabe…

A nível sonoro, vocês perfazem uma interessante mistura entre elementos do início da década de 90 e outros mais modernos. Como é que se sentem em relação àquilo que a banda pode fazer no futuro? Vêm-se a explorar campos cada vez mais díspares?
O som será sempre algo que está sempre em constante mudança porque tu não consegues ouvir durante muito tempo a mesma nota seguida porque te fartas. Creio que a banda tentará cada vez mais conter mais simplicidade na sua filosofia misturando as coisas que nos influenciam com as fases da vida pelas quais passamos. Não escolhemos os campos a explorar porque quando damos por nós já estamos neles. Só o futuro dirá os campos que iremos percorrer.

E para terminar, conheces alguma coisa do panorama heavy açoriano?
Actualmente não e costumo andar informado do metal que se faz por aqui, por isso de certeza que hão de haver bons sons a sair daí.

Nuno Costa
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