Entrevista Schematta
ESQUEMAS DE [IN]ACÇÃO
Oriundos de Vale de Cambra e existentes desde 2003, os Schematta lançam finalmente o seu primeiro registo – o EP “Exit:Inertia”. Autores de uma sonoridade algo difícil de catalogar, embora sem se tratar de algo propriamente novo, os Schematta são sim capazes de esquematizar num só som varíadissimas influências que lhes são incutidas no dia-a-dia, desde The Dillinger Escape Plan a Incubus e The Mars Volta. Resultado: um som bastante ecléctico que, no entanto, marca pela palidez e lugubridade das suas melodias que têm tanto de frio como reconfortante. Um projecto interessante que nos levou a querer dialogar com Eduardo Costa, vocalista e guitarrista da banda.
O que vos levou a criar os Schematta?
Bem, em primeiro lugar, o prazer em tocar. A música sempre foi a forma como nos expressamos melhor. Já nos conhecíamos todos há bastante tempo, apesar de tocarmos em bandas diferentes, e então houve a oportunidade de juntarmos o Paulo "Kwane" à nossa formação. Decidimos desde então que iríamos optar por uma vertente que de alguma forma unisse os nossos diferentes gostos musicais e convergisse numa sonoridade mais pesada. No entanto, o nosso som começou muito cru e decidimos que a melhor forma de progredirmos era entrando em estúdio. Mais recentemente, em Outubro de 2005, Celso Pinto juntou-se aos Schematta para segundas vozes e guitarra.
O que significa o nome Schematta?
O conceito que tentamos definir enquanto banda, é algo como um ou mais esquemas que, apesar de complexos, também convergem para uma espécie de unidade. A sensação de que há um caos que, de alguma forma, se revela através da ordem, num universo que muitas vezes parece lançado ao acaso e que, contudo, parece ter toda a lógica. Essa é a sensação que tentamos transmitir com a nossa música.
E as vossas letras andam também à volta disto, portanto...
Sim.
E este caos é também por vezes pessoal ou abordam os temas de uma forma mais geral?
As letras partem de pressupostos particulares para conceitos gerais porque, ao fim e ao cabo, tudo começa dentro de nós. A forma como vemos o mundo, como o entendemos e sentimos...
“Exit: Inertia” já foi gravado há quase um ano, certo?
O processo de masterizaçao terminou em finais de Junho de 2005.
O que o levou a ficar “encalhado” este tempo todo?
No final da gravação do EP só tínhamos mesmo esses 5 temas completamente prontos, o que levou a que decidíssemos passar mais algum tempo na sala de ensaios para preparar mais temas para os concertos ao vivo. É claro que a questão da edição de autor atrasa sempre as coisas, pois os recursos são escassos. De qualquer das maneiras, propusemo-nos a tratar de todos os aspectos que dizem respeito a esta "profissão" mais elaboradamente, desde a própria música à imagem da banda.
Mas vocês já existem desde 2003... Como se ocuparam durante este período, uma vez que chegaram à altura da gravação apenas com cinco temas?
A partir do momento em que decidimos ir para estúdio, o que aconteceu algures em 2004, decidimos também recorrer ao trabalho de um produtor, neste caso do Márcio Silva. Essa nossa primeira experiência com um produtor atrasou também o processo, porque não sabíamos de todo o quão meticuloso era o processo de "corte e costura" que um produtor exerce sobre uma banda. O Márcio veio então acompanhar os nossos ensaios e iluminou-nos acerca de como construir estruturas musicais mais coesas.
Tiveram então, aproximadamente, quanto tempo de produção e pré-produção?
Pré-produção uns 4 meses... Depois, entrámos em estúdio no final de Abril de 2005 e, em finais de Junho, já tínhamos o master. O próprio financiamento do EP levou também a um considerável atraso...
Como acabaram por financiá-lo? Com dinheiro de cachets, algum apoio?
Empréstimo bancário.
Aí em Vale de Cambra não há nenhum órgão específico para este tipo de apoios ou nem tentaram?
Tentámos, mas infelizmente não deram. O incentivo a este tipo de iniciativas não é ainda muito bem visto por esses lados.
Pois acredito que sim, por isso te perguntei... Continua a ser dramático o esforço a que as bandas são sujeitas para, independentemente, erguerem o seu trabalho...
Muito verdade isso, são precisos uns quantos sacrifícios...
Quanto ao EP, quais são as principais pretensões com ele? Já contactaram editoras, já há alguém interessado no vosso trabalho?
Ainda agora começámos a promoção. Foram sendo estabelecidos alguns contactos, estivemos também algum tempo à espera de autorização da SPA e também da impressão gráfica. Só agora é que nos estamos a empenhar verdadeiramente na promoção.
Portanto, ainda é muito cedo para se falar em datas, editoras e digressões...
Estamos a tratar de agenciamentos, distribuição e, obviamente, contactos com editoras, revistas, zines e blogs. O nosso objectivo é começarmos essa tal digressão a partir de Maio. Entretanto, demos dois concertos de apresentação, a 17 e 23 de Março, e estamos a preparar um para dia 7 de Abril em Vale de Cambra.
E como correram esses concertos? Tem sido boa a reacção das pessoas? Já receberam alguma reacção por parte de alguma imprensa?
Bem, até à data só alguns blogs nos propuseram entrevistas, assim como uma rádio. Mas os pacotes promocionais só agora foram entregues, pois só chegaram da gráfica no dia 16 de Março.
Estilisticamente, onde enquadras os Schematta?
Isso é sempre um bocado difícil de responder, mas acredito que se enquadre entre o rock e o metal. As nossas influências vão desde Meshuggah, Chimaira, Killswitch Engage, Katatonia, Earthtone9, Glassjaw, Deftones, Tool a cenas electrónicas da Ninja Tunes, a Depeche Mode, David Bowie, The Mars Volta... Mas claro que o som mais pesado é o que nos rege. No geral, penso que as nossas influências podem ser notadas, ou talvez não!... (risos)
Acho curioso referenciares bandas bastante pesadas, pois acho o vosso som bastante melódico...
Sim, mas não tentamos com que o nosso som fique dentro de um género. Tanto pode soar rock como hardcore...
Realmente são perceptíveis algumas referências a The Dillinger Escape Plan no inicio de "Falsetto"...
Sim, são uma das minhas bandas preferidas, tinha-me esquecido de referir! Hoje em dia aparecem muitas coisas que influenciam a nossa forma de tocar.
Por outro lado, não será descabido falar-se em Incubus?
Não, mas referente à fase pré-“Morning View”. Para todos nós álbuns como “Enjoy Incubus” e “S.C.I.E.N.C.E”, e mesmo o “Make Yourself”, foram grandes influências. No entanto, todos achamos que eles decidiram tomar um rumo diferente daquele que esperávamos...
Tinham preferência então pela sua faceta mais pesada?...
Não será por ser mais pesada, mas sim mais arrojada. Repara no “Damnation” de Opeth, é um álbum arrojadíssimo e isto não significa que se tenham tornado mainstream...
O que achas que mudou então nos Incubus para além de se terem tornado mais melódicos?
A construção das músicas, a tonalidade...
Sim, estão de facto mais radio friendly, as estruturas estão mais catchy...
Mas nem é por isso... Aliás, gosto pouco desses álbuns pós “Make Yourself” não pela cena mainstream, mas por toda uma mudança de conceitos. Eles evoluíram num sentido em que quase todos se sentiriam mais confortáveis
Sim exacto, parece que se acomodaram e deixaram de arriscar mais um pouco, e daí é normal que se comece a perder o interesse... De facto, tem faltado um pouco de alma ultimamente, especialmente, neste ultimo álbum...
Sim, sem dúvida, mas isso não lhes tira o mérito. Perderam uns fãs, ganharam outros...
Vocês têm site, mas não prescindem de um sítio no MySpace... Já agora comenta-nos sobre esta nova forma de promover bandas. O MySpace já vos tem trazido algumas boas surpresas?
O MySpace é um excelente veículo de comunicação. O acesso às pessoas é enorme, as opções de busca são pormenorizadas, mas é um site que requer constante atenção porque as coisas hoje em dia são actualizadas e renovadas ao minuto. É uma excelente forma de fazer chegar as nossas músicas ao maior número de pessoas possível e, ainda por cima, é grátis.
E já vos aconteceu serem contactados por pessoas desconhecidas e de partes distantes do globo a elogiarem o vosso som?
Sim, o que é sempre agradável. Mas estamos só no princípio, temos que ter as nossas bases bem fixas para que a estrutura não desmorone repentinamente.
Vocês decidiram disponibilizar todos os temas de "Exit:Inertia" no vosso site... Isso demonstra que o pretexto deste EP está longe de ser comercial, mas sim promocional...
Sim, nós sabemos o quanto custa conseguir viver disto, mas também sabemos que as coisas feitas à pressa também acabam rápido. Trabalhamos agora fazendo alguns sacrifícios, investindo, mesmo sabendo que podemos não ter lucros, mas é assim que tudo começa. Apesar de não ser fácil, se não tentássemos era algo de que me ia arrepender para o resto da vida... Quando tens a música dentro de ti, é muito difícil deixá-la para trás.
Portanto, há que planear primeiramente a divulgação da banda, deixando para segundo plano as vendas... Logo aí me fazes pensar na pirataria. Como vês a questão dos downloads e da pirataria hoje em dia? Não te importarias, portanto, que os Schematta tivessem menos vendas mas, por outro lado, tivessem mais gente nos concertos?
Nós também estamos à procura de divulgação, contamos ter o EP disponível nas Fnac’s, mas neste momento conta muito a divulgação online. Nós partimos do princípio que primeiro conquistam-se as pessoas com um trabalho bem elaborado e trabalha-se também para dar bons concertos. Aí acabamos sempre por cativar mais pessoas e ter mais gente nos concertos significa também ter mais possibilidades de sustento.
O que te parece que transpira o heavy metal nacional neste momento?
Parece-me que está muito bem! Estamos com grandes bandas no underground nacional. Ainda no passado dia 23 partilhámos o palco do B-flat com os Crushing Sun, uma banda com grande potencial que toca um thrash/hardcore muito bem conseguido. Também os E.A.K. são uma banda poderosíssima, bem como os Blacksunrise, os Budhi (com um álbum prestos a sair, os quais aconselho vivamente), os Head Control System (banda do ex-baterista de Sirus, actual Re:Aktor, Daniel Cardoso que já tem até contracto com uma editora americana) e muitas outras bandas que, como nós, tentam apostar em mais qualidade e mais trabalho.
Quais são os teus maiores sonhos como músico e membro dos Schematta?
O sonho de qualquer pessoa que tenta trabalhar na música: poder sustentar-se para continuar a trabalhar nisso. Vamos tentar a nossa sorte, dentro de 2/3 semanas entramos de novo em estúdio para gravar uns temas, porque temos evoluído na construção das músicas e queremos ter algum teaser para aquilo que possa vir a acontecer no futuro. Queremos mostrar aos que nos ouvem que não estamos parados.
E já têm ideia de qual será o formato desses temas e qual o seu fim?
Será em principio em formato mp3 para uma primeira mostra online. Não serão mais de 2 temas, independentemente de quantos gravarmos.
Algum comentário final para os açorianos e leitores da SounD(/)ZonE?
Claro. Quanto aos açorianos, não vemos a hora de voar até às ilhas para um concerto. Se tal acontecer, apareçam e tragam amigas! (risos) Aos leitores da SounD(/)ZonE um abraço e obrigado por aparecerem em blogs como este, pois só assim se pode dar continuidade a um trabalho que não é nada fácil.
www.schematta.com
www.myspace.com/schematta
Oriundos de Vale de Cambra e existentes desde 2003, os Schematta lançam finalmente o seu primeiro registo – o EP “Exit:Inertia”. Autores de uma sonoridade algo difícil de catalogar, embora sem se tratar de algo propriamente novo, os Schematta são sim capazes de esquematizar num só som varíadissimas influências que lhes são incutidas no dia-a-dia, desde The Dillinger Escape Plan a Incubus e The Mars Volta. Resultado: um som bastante ecléctico que, no entanto, marca pela palidez e lugubridade das suas melodias que têm tanto de frio como reconfortante. Um projecto interessante que nos levou a querer dialogar com Eduardo Costa, vocalista e guitarrista da banda.
O que vos levou a criar os Schematta?
Bem, em primeiro lugar, o prazer em tocar. A música sempre foi a forma como nos expressamos melhor. Já nos conhecíamos todos há bastante tempo, apesar de tocarmos em bandas diferentes, e então houve a oportunidade de juntarmos o Paulo "Kwane" à nossa formação. Decidimos desde então que iríamos optar por uma vertente que de alguma forma unisse os nossos diferentes gostos musicais e convergisse numa sonoridade mais pesada. No entanto, o nosso som começou muito cru e decidimos que a melhor forma de progredirmos era entrando em estúdio. Mais recentemente, em Outubro de 2005, Celso Pinto juntou-se aos Schematta para segundas vozes e guitarra.
O que significa o nome Schematta?
O conceito que tentamos definir enquanto banda, é algo como um ou mais esquemas que, apesar de complexos, também convergem para uma espécie de unidade. A sensação de que há um caos que, de alguma forma, se revela através da ordem, num universo que muitas vezes parece lançado ao acaso e que, contudo, parece ter toda a lógica. Essa é a sensação que tentamos transmitir com a nossa música.
E as vossas letras andam também à volta disto, portanto...
Sim.
E este caos é também por vezes pessoal ou abordam os temas de uma forma mais geral?
As letras partem de pressupostos particulares para conceitos gerais porque, ao fim e ao cabo, tudo começa dentro de nós. A forma como vemos o mundo, como o entendemos e sentimos...
“Exit: Inertia” já foi gravado há quase um ano, certo?
O processo de masterizaçao terminou em finais de Junho de 2005.
O que o levou a ficar “encalhado” este tempo todo?
No final da gravação do EP só tínhamos mesmo esses 5 temas completamente prontos, o que levou a que decidíssemos passar mais algum tempo na sala de ensaios para preparar mais temas para os concertos ao vivo. É claro que a questão da edição de autor atrasa sempre as coisas, pois os recursos são escassos. De qualquer das maneiras, propusemo-nos a tratar de todos os aspectos que dizem respeito a esta "profissão" mais elaboradamente, desde a própria música à imagem da banda.
Mas vocês já existem desde 2003... Como se ocuparam durante este período, uma vez que chegaram à altura da gravação apenas com cinco temas?
A partir do momento em que decidimos ir para estúdio, o que aconteceu algures em 2004, decidimos também recorrer ao trabalho de um produtor, neste caso do Márcio Silva. Essa nossa primeira experiência com um produtor atrasou também o processo, porque não sabíamos de todo o quão meticuloso era o processo de "corte e costura" que um produtor exerce sobre uma banda. O Márcio veio então acompanhar os nossos ensaios e iluminou-nos acerca de como construir estruturas musicais mais coesas.
Tiveram então, aproximadamente, quanto tempo de produção e pré-produção?
Pré-produção uns 4 meses... Depois, entrámos em estúdio no final de Abril de 2005 e, em finais de Junho, já tínhamos o master. O próprio financiamento do EP levou também a um considerável atraso...
Como acabaram por financiá-lo? Com dinheiro de cachets, algum apoio?
Empréstimo bancário.
Aí em Vale de Cambra não há nenhum órgão específico para este tipo de apoios ou nem tentaram?
Tentámos, mas infelizmente não deram. O incentivo a este tipo de iniciativas não é ainda muito bem visto por esses lados.
Pois acredito que sim, por isso te perguntei... Continua a ser dramático o esforço a que as bandas são sujeitas para, independentemente, erguerem o seu trabalho...
Muito verdade isso, são precisos uns quantos sacrifícios...
Quanto ao EP, quais são as principais pretensões com ele? Já contactaram editoras, já há alguém interessado no vosso trabalho?
Ainda agora começámos a promoção. Foram sendo estabelecidos alguns contactos, estivemos também algum tempo à espera de autorização da SPA e também da impressão gráfica. Só agora é que nos estamos a empenhar verdadeiramente na promoção.
Portanto, ainda é muito cedo para se falar em datas, editoras e digressões...
Estamos a tratar de agenciamentos, distribuição e, obviamente, contactos com editoras, revistas, zines e blogs. O nosso objectivo é começarmos essa tal digressão a partir de Maio. Entretanto, demos dois concertos de apresentação, a 17 e 23 de Março, e estamos a preparar um para dia 7 de Abril em Vale de Cambra.
E como correram esses concertos? Tem sido boa a reacção das pessoas? Já receberam alguma reacção por parte de alguma imprensa?
Bem, até à data só alguns blogs nos propuseram entrevistas, assim como uma rádio. Mas os pacotes promocionais só agora foram entregues, pois só chegaram da gráfica no dia 16 de Março.
Estilisticamente, onde enquadras os Schematta?
Isso é sempre um bocado difícil de responder, mas acredito que se enquadre entre o rock e o metal. As nossas influências vão desde Meshuggah, Chimaira, Killswitch Engage, Katatonia, Earthtone9, Glassjaw, Deftones, Tool a cenas electrónicas da Ninja Tunes, a Depeche Mode, David Bowie, The Mars Volta... Mas claro que o som mais pesado é o que nos rege. No geral, penso que as nossas influências podem ser notadas, ou talvez não!... (risos)
Acho curioso referenciares bandas bastante pesadas, pois acho o vosso som bastante melódico...
Sim, mas não tentamos com que o nosso som fique dentro de um género. Tanto pode soar rock como hardcore...
Realmente são perceptíveis algumas referências a The Dillinger Escape Plan no inicio de "Falsetto"...
Sim, são uma das minhas bandas preferidas, tinha-me esquecido de referir! Hoje em dia aparecem muitas coisas que influenciam a nossa forma de tocar.
Por outro lado, não será descabido falar-se em Incubus?
Não, mas referente à fase pré-“Morning View”. Para todos nós álbuns como “Enjoy Incubus” e “S.C.I.E.N.C.E”, e mesmo o “Make Yourself”, foram grandes influências. No entanto, todos achamos que eles decidiram tomar um rumo diferente daquele que esperávamos...
Tinham preferência então pela sua faceta mais pesada?...
Não será por ser mais pesada, mas sim mais arrojada. Repara no “Damnation” de Opeth, é um álbum arrojadíssimo e isto não significa que se tenham tornado mainstream...
O que achas que mudou então nos Incubus para além de se terem tornado mais melódicos?
A construção das músicas, a tonalidade...
Sim, estão de facto mais radio friendly, as estruturas estão mais catchy...
Mas nem é por isso... Aliás, gosto pouco desses álbuns pós “Make Yourself” não pela cena mainstream, mas por toda uma mudança de conceitos. Eles evoluíram num sentido em que quase todos se sentiriam mais confortáveis
Sim exacto, parece que se acomodaram e deixaram de arriscar mais um pouco, e daí é normal que se comece a perder o interesse... De facto, tem faltado um pouco de alma ultimamente, especialmente, neste ultimo álbum...
Sim, sem dúvida, mas isso não lhes tira o mérito. Perderam uns fãs, ganharam outros...
Vocês têm site, mas não prescindem de um sítio no MySpace... Já agora comenta-nos sobre esta nova forma de promover bandas. O MySpace já vos tem trazido algumas boas surpresas?
O MySpace é um excelente veículo de comunicação. O acesso às pessoas é enorme, as opções de busca são pormenorizadas, mas é um site que requer constante atenção porque as coisas hoje em dia são actualizadas e renovadas ao minuto. É uma excelente forma de fazer chegar as nossas músicas ao maior número de pessoas possível e, ainda por cima, é grátis.
E já vos aconteceu serem contactados por pessoas desconhecidas e de partes distantes do globo a elogiarem o vosso som?
Sim, o que é sempre agradável. Mas estamos só no princípio, temos que ter as nossas bases bem fixas para que a estrutura não desmorone repentinamente.
Vocês decidiram disponibilizar todos os temas de "Exit:Inertia" no vosso site... Isso demonstra que o pretexto deste EP está longe de ser comercial, mas sim promocional...
Sim, nós sabemos o quanto custa conseguir viver disto, mas também sabemos que as coisas feitas à pressa também acabam rápido. Trabalhamos agora fazendo alguns sacrifícios, investindo, mesmo sabendo que podemos não ter lucros, mas é assim que tudo começa. Apesar de não ser fácil, se não tentássemos era algo de que me ia arrepender para o resto da vida... Quando tens a música dentro de ti, é muito difícil deixá-la para trás.
Portanto, há que planear primeiramente a divulgação da banda, deixando para segundo plano as vendas... Logo aí me fazes pensar na pirataria. Como vês a questão dos downloads e da pirataria hoje em dia? Não te importarias, portanto, que os Schematta tivessem menos vendas mas, por outro lado, tivessem mais gente nos concertos?
Nós também estamos à procura de divulgação, contamos ter o EP disponível nas Fnac’s, mas neste momento conta muito a divulgação online. Nós partimos do princípio que primeiro conquistam-se as pessoas com um trabalho bem elaborado e trabalha-se também para dar bons concertos. Aí acabamos sempre por cativar mais pessoas e ter mais gente nos concertos significa também ter mais possibilidades de sustento.
O que te parece que transpira o heavy metal nacional neste momento?
Parece-me que está muito bem! Estamos com grandes bandas no underground nacional. Ainda no passado dia 23 partilhámos o palco do B-flat com os Crushing Sun, uma banda com grande potencial que toca um thrash/hardcore muito bem conseguido. Também os E.A.K. são uma banda poderosíssima, bem como os Blacksunrise, os Budhi (com um álbum prestos a sair, os quais aconselho vivamente), os Head Control System (banda do ex-baterista de Sirus, actual Re:Aktor, Daniel Cardoso que já tem até contracto com uma editora americana) e muitas outras bandas que, como nós, tentam apostar em mais qualidade e mais trabalho.
Quais são os teus maiores sonhos como músico e membro dos Schematta?
O sonho de qualquer pessoa que tenta trabalhar na música: poder sustentar-se para continuar a trabalhar nisso. Vamos tentar a nossa sorte, dentro de 2/3 semanas entramos de novo em estúdio para gravar uns temas, porque temos evoluído na construção das músicas e queremos ter algum teaser para aquilo que possa vir a acontecer no futuro. Queremos mostrar aos que nos ouvem que não estamos parados.
E já têm ideia de qual será o formato desses temas e qual o seu fim?
Será em principio em formato mp3 para uma primeira mostra online. Não serão mais de 2 temas, independentemente de quantos gravarmos.
Algum comentário final para os açorianos e leitores da SounD(/)ZonE?
Claro. Quanto aos açorianos, não vemos a hora de voar até às ilhas para um concerto. Se tal acontecer, apareçam e tragam amigas! (risos) Aos leitores da SounD(/)ZonE um abraço e obrigado por aparecerem em blogs como este, pois só assim se pode dar continuidade a um trabalho que não é nada fácil.
www.schematta.com
www.myspace.com/schematta
Nuno Costa