photo logopost_zps4920d857.png photo headerteste_zps0e0d15f7.png

Entrevista Spinal Trip

O DORSO DA VIAGEM

Com pouco mais de um ano de existência, os Spinal Trip têm vindo a comprovar uma capacidade interessante na forma de talhar nu-metal de contornos emocionais. Formados sem objectivo de maior que não fosse aquele de juntar um grupo de amigos e fazer música ao sabor do seu belo prazer, este quinteto de Ponta Delgada idealizado pelo baterista Pedro Dias foi, entretanto, crescendo e hoje, mais convicto, procura criar as condições para a realização de um sonho. Embora ainda sem nenhum registo, a SounD(/)ZonE baseou-se naquilo que lhes reconhece ao vivo e na sua condição de montra do undergound açoriano para conversar com o guitarrista Carlos Cabral.

Os Spinal Trip formam-se quando e porquê?
Formam-se em Março 2003 a partir de uma ideia do Pedro Dias (baterista) com o intuito de reunir um grupo de amigos disposto a criar uma sonoridade que fosse do seu agrado.

Na altura, estabeleceram algum objectivo em especial com a banda?
Aquando da formação do colectivo a ideia base não era muito ambiciosa, pois pretendia-se unicamente dar alguns concertos e, como é óbvio, procurar ter prazer em criar música. Mais tarde, quando a maturidade atingir o nosso som, ambicionamos a gravação de uma maqueta como primeira via para uma promoção da banda em larga escala.

Acabaram de comemorar um ano de existência. Que balanço fazes desse período?
Foi um ano positivo, pois deu para ganharmos maior maturidade musical e pessoal. Houve também uma evolução no repertório o que nos deu uma maior segurança em palco, local onde, refira-se, nos sentimos muito bem!

Os membros dos Spinal Trip são todos estreantes na música? Já alguma vez tinham passado por outros projectos?
No meu caso e do André (guitarrista), bem como do Hélder Costa (baixista) e do João Botelho “China” (percussionista) os projectos já tinham surgido anteriormente, porém de uma forma amadora. Em relação ao Filipe Dias “Dum” (vocalista), a sua contribuição em projectos musicais também já havia ocorrido. No caso específico do Pedro Dias (baterista), a sua participação em colectivos foi nula.

E já que estamos numa de falar em passado, ainda lembras-te do que te levou a pegar numa guitarra e a querer ter uma banda?
Foi sempre um sonho desde tenra idade, tocar guitarra e ter uma banda, apesar da oportunidade para o fazer só aparecesse por volta dos 15 anos. É algo que adoro e não prescindo, pois é a forma mais directa que tenho de exprimir os meus sentimentos, sendo para além disso um enorme divertimento.

Subir pela primeira vez a um palco foi com certeza um momento inesquecível. Queres contar-nos como foi, como correu?
Foi horrível! De início as mãos tremiam, a respiração era ofegante e o olhar incrédulo. Foi um concerto repleto de azar, em que tivemos vários problemas a nível de material.

Como achas que uma banda açoriana deve planear a sua carreira? Sinto que às vezes as condições são tão más que nem vale a pena dar concertos para promover uma banda, sob risco da própria sair prejudicada! O circuito e o mercado são muito pequenos. Quais achas que são então as alternativas para contornar esses problemas?
Como se sabe no nosso arquipélago é sempre difícil levar a bom termo uma banda, pois como referiste na questão, os problemas são vastos e é necessário combatê-los. Já tivemos exemplos de bandas micaelenses que saíram do nosso território e buscaram um futuro noutro local. Estes exemplos servem-nos de motivação para continuarmos.

Até ao momento, os Spinal Trip não têm nada gravado, certo?
Não.

Para quando a gravação de uma demo ou de uma maqueta?
Talvez para 2005...

Quando assim for, pensam gravar num estúdio a sério, produzir uma maqueta a sério, com atenção a todos os pormenores? É sempre muito importante começar-se bem... Achas que cá consegue-se esta qualidade, ou pelo menos aquela que vocês pretendem?
Realmente é uma ambição que os Spinal Trip têm de num futuro próximo gravar um CD com uma qualidade aceitável. Mas trata-se de um objectivo árduo mas que com um espírito trabalhador será de fácil conclusão. Sim, acho que cá temos as condições necessárias para gravar uma maqueta.

Qual é a ideia que tens dessa nova geração de bandas que está a surgir nos Açores? Perderam-se grandes nomes ao longo dos anos... Achas que o nosso panorama perdeu muita qualidade?
Acho que cada vez mais estão a surgir novas bandas na região, as quais me têm surpreendido pela positiva. Creio que esta nova geração é dotada de enormes talentos, tendo ainda algo a aprender. De facto é verdade, perdemos grandes nomes, mas não necessariamente qualidade. Ainda temos grandes bandas na região.

Os Spinal Trip baseiam-se em quê quando estão a compor? Como funciona o vosso processo de composição?
As nossas músicas normalmente surgem a partir de jam sessions onde libertamos as nossas emoções sem ter em consideração se o produto irá se incluir num determinado estilo. As influências servem apenas como base não tendo estas, obrigatoriamente, que fazer parte do nosso estilo.

Em que se baseiam para escrever as vossas letras? O vosso lado emo surge como?
As letras normalmente surgem a partir do estado emocional em que a banda se encontra, tendo as letras um conteúdo íntimo.

Este verão será passado como? Já têm muitas datas agendadas?
Será passado a trabalhar na composição de novos temas. Entretanto, temos um concerto agendado para breve...

E para terminar, onde vês os Spinal Trip daqui a uns anos? Quais são os vossos sonhos?
Sinceramente, não gosto de fazer previsões... Posso dizer, no entanto, que sonhamos um dia em viver à custa daquilo que gostamos mais, a música.

Nuno Costa
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...