Entrevista Stream
MISSÃO DE SALVAMENTO
São já um autêntico fenómeno de popularidade nos Açores. A sua postura madura e profissional, aliada a uma maneira exemplar de destilar rock cheio de garra, valeu-lhes várias vitórias em concursos por essa região fora. Actualmente, continuam a sua S.O.S Tour, que já vai longa, e já os levou a praticamente todos os recantos dos Açores, conquistando todos quantos os ouviram. Na crista de uma corrente atlântica, o vocalista/guitarrista João Mendes.
Explica-nos melhor como começaram os Stream. Sei que são todos oriundos de uma pequena freguesia do interior da ilha Terceira, tocam há dez anos...No entanto, os Stream só surgem bem mais tarde...
Os Stream nasceram de uma necessidade que um grupo de amigos, que estava junto há muito tempo, tinha de fazer um projecto com pés e cabeça em que as coisas funcionassem, em que houvesse uma máquina por detrás da banda, uma maior responsabilidade, na medida em que os membros da banda estavam a crescer e queriam fazer algo a sério. O grupo queria apostar nas raízes em que acreditava e a aceitação que o projecto tem tido tem sido um alento deveras gratificante. Apesar de termos passado por outros projectos, nomeadamente Bat’N’Avó e Overlord, tudo isso foi importante para o crescimento da banda e, sem dúvida, tocarmos juntos há mais de dez anos é uma mais valia para a banda. Somos três amigos de infância que começaram a reunir-se desde muito novos e a partilhar o gosto pelo rock, apesar de tocarem em projectos de cultura popular, pois tudo isso foi factor determinante para as mais diversas influências da banda.
O vosso primeiro ano de existência foi deveras positivo... Dois meses de actividade e já estavam a gravar uma demo ao vivo!
Sim sem dúvida, o nosso primeiro ano foi deveras positivo. Talvez devido ao facto de nos termos associado à Angra Music Agency e termos vencido o AngraRock, tudo isso funcionou como trampolim para os Açores e fez com que, finalmente, conseguissemos virar as atenções das pessoas para três rapazes que faziam música nos Altares. Quanto a gravar a demo ao vivo, foi uma oportunidade para a qual estávamos já a trabalhar e penso que foi um óptimo investimento que fizemos com o dinheiro do prémio da vitória no Angra Rock. Essa demo obteve excelentes reacções por parte da imprensa escrita e da rádio, chegando mesmo a estar no 3º lugar no top da RDP Açores, no programa “Danças Virtuais”, durante 1 mês e meio. Foi muito positivo ouvir a nossa música na rádio e ler críticas na imprensa escrita, nomeadamente no Blitz e na Rock Sound. É realmente gratificante ver o nosso trabalho reconhecido na imprensa. É esse o ponto principal em que devemos apostar para podermos assim chegar ao maior número de pessoas possível, o mais importante pois é para elas que fazemos o nosso trabalho, para o público. E ele tem dado mostrar que gosta do nosso som, o que para nós é excelente. Dar concertos e ver as pessoas a cantar as nossas letras, a saltar, a vibrar com a nossa música, é realmente de nos encher a alma.
Estes últimos tempos foram passados numa considerável digressão pelos Açores, a S.O.S Tour, onde percorreram quase todos os cantos dos Açores e fizeram parte dos Festivais mais importantes de Verão. Que balanço fazes desse período?
Um balanço extremamente positivo visto que, principalmente fora da nossa ilha, tivemos uma aceitação muito grande. Não posso passar sem referir o concerto no Festival Geração, na Ilha de São Jorge, e o Festival Maré de Agosto, na Ilha de Santa Maria. Foi realmente muito bom para nós ver a reacção do público perante o nosso espectáculo ao vivo. Foi, sem dúvida, um período muito fértil e importante para a promoção e divulgação dos Stream nos Açores.
Tiveram também este Verão em S. Miguel no Festival Rock In Ribeira Seca. Que foi que acharam? Diz-se muito que os micaelenses são mais cépticos no que concerne à entrega nos espectáculos e que por seu lado também são menos dinâmicos a nível de organização de espectáculos. Eu honestamente concordo. Acho que em comparação a vocês temos muito que aprender. Falta-nos criar um festival deveras marcante no Verão, ainda mais para uma ilha que é a "capital" dos Açores...
Este Verão estivemos em São Miguel pela primeira vez, na segunda edição do Festival Rock In Ribeira Seca. Foi extremamente positivo, a organização está de parabéns, mas infelizmente, é ainda um festival que vai na sua segunda edição e que ainda não tem a aceitação do público micaelense como deveria ter. A nível de público a presença não foi tão forte como esperávamos mas isso compreende-se devido ao que disse anteriormente. Mas estamos ansiosos por voltar a São Miguel para pudermos realmente mostrar o som do mais puro Rock a essa ilha.
E a nível de bandas, o que tens achado daquilo que tens visto por cá?
Acho que tem havido uma grande aposta em trazer grandes nomes da música nacional e internacional aos Açores, o que é de salutar, mas deixa de ter lógica quando não apoiamos o “produto” regional. Acho muito importantes as oportunidades que têm surgido do público açoriano ver muitos concertos, que há alguns anos seriam impensáveis de ver nos Açores. Exemplos disso, Moonspell, The Waillers, Gabriel O Pensador, etc.
Para além da vossa demo ao vivo, vocês gravaram depois disso dois singles certo?
Foi uma oportunidade que nos surgiu pela Direcção Regional da Cultura que nos convidou a participar numa compilação de bandas açorianas, com dois temas, mais precisamente “War Women” e “Touch Me. Aproveitamos para gravar um tema que mostra uma outra faceta da banda, o “War Women”, uma faceta mais descontente que vivíamos na altura. Essa iniciativa foi de louvar, pena foi que não teve a repercussão que nós esperávamos, de qualquer maneira é mais um meio de promoção.
E quanto a um álbum que é o que todos realmente esperam dos Stream?
Ainda é muito cedo para falar nisso. Gravar um álbum para ser efémero e não chegar a lado nenhum não é o que os Stream querem. Um passo de cada vez é necessário dar, o mesmo queremos fazer no continente, e então aí veremos o que irá acontecer.
Até onde vai o sonho dos Stream, visto que as coisas têm corrido bastante bem?
Para quem já tocou dez anos numa pequena freguesia de lavradores no norte da ilha, onde nada acontece, neste momento o nosso limite é o céu.
Os próximos tempos serão passados como? A S.O.S. Tour termina agora e depois o que se segue? Como vão preencher o vosso tempo?
Gostaria de fazer uma correcção – a S.O.S. Tour ainda não terminou. Apesar de estar a decorrer há mais de 2 anos na estrada, ainda temos muitos sítios para chegar. Sendo assim temos uma digressão pelo continente, que passará por oito cidades, e que tem como objectivo dar a conhecer a banda no continente português. A digressão irá ter início a 28 de Outubro e terminará a 4 de Novembro. Podemos adiantar algumas das cidades: Porto, Figueira da Foz, Braga e Águeda. A S.O.S. Tour só terminará no final deste ano [2004], e em 2005 tudo pode acontecer, desde uma breve pausa para gravações a uma prolongação da S.O.S. Tour pelo Continente ou sabe-se lá outras paragens.
Stream, um som ímpar nos Açores, três cabecinhas apenas a pensar. Muita união, uma coesão impressionante. Qual é o vosso segredo?
Acho que já disseste tudo e já respondi na primeira questão: um grupo de amigos que brincam juntos desde que usam fraldas, cresceram com o mesmo sonho, passaram por dificuldades juntos, nunca desistiram e não vai ser agora que vão desistir, quando que as coisas começam a acontecer.
Nuno Costa
São já um autêntico fenómeno de popularidade nos Açores. A sua postura madura e profissional, aliada a uma maneira exemplar de destilar rock cheio de garra, valeu-lhes várias vitórias em concursos por essa região fora. Actualmente, continuam a sua S.O.S Tour, que já vai longa, e já os levou a praticamente todos os recantos dos Açores, conquistando todos quantos os ouviram. Na crista de uma corrente atlântica, o vocalista/guitarrista João Mendes.
Explica-nos melhor como começaram os Stream. Sei que são todos oriundos de uma pequena freguesia do interior da ilha Terceira, tocam há dez anos...No entanto, os Stream só surgem bem mais tarde...
Os Stream nasceram de uma necessidade que um grupo de amigos, que estava junto há muito tempo, tinha de fazer um projecto com pés e cabeça em que as coisas funcionassem, em que houvesse uma máquina por detrás da banda, uma maior responsabilidade, na medida em que os membros da banda estavam a crescer e queriam fazer algo a sério. O grupo queria apostar nas raízes em que acreditava e a aceitação que o projecto tem tido tem sido um alento deveras gratificante. Apesar de termos passado por outros projectos, nomeadamente Bat’N’Avó e Overlord, tudo isso foi importante para o crescimento da banda e, sem dúvida, tocarmos juntos há mais de dez anos é uma mais valia para a banda. Somos três amigos de infância que começaram a reunir-se desde muito novos e a partilhar o gosto pelo rock, apesar de tocarem em projectos de cultura popular, pois tudo isso foi factor determinante para as mais diversas influências da banda.
O vosso primeiro ano de existência foi deveras positivo... Dois meses de actividade e já estavam a gravar uma demo ao vivo!
Sim sem dúvida, o nosso primeiro ano foi deveras positivo. Talvez devido ao facto de nos termos associado à Angra Music Agency e termos vencido o AngraRock, tudo isso funcionou como trampolim para os Açores e fez com que, finalmente, conseguissemos virar as atenções das pessoas para três rapazes que faziam música nos Altares. Quanto a gravar a demo ao vivo, foi uma oportunidade para a qual estávamos já a trabalhar e penso que foi um óptimo investimento que fizemos com o dinheiro do prémio da vitória no Angra Rock. Essa demo obteve excelentes reacções por parte da imprensa escrita e da rádio, chegando mesmo a estar no 3º lugar no top da RDP Açores, no programa “Danças Virtuais”, durante 1 mês e meio. Foi muito positivo ouvir a nossa música na rádio e ler críticas na imprensa escrita, nomeadamente no Blitz e na Rock Sound. É realmente gratificante ver o nosso trabalho reconhecido na imprensa. É esse o ponto principal em que devemos apostar para podermos assim chegar ao maior número de pessoas possível, o mais importante pois é para elas que fazemos o nosso trabalho, para o público. E ele tem dado mostrar que gosta do nosso som, o que para nós é excelente. Dar concertos e ver as pessoas a cantar as nossas letras, a saltar, a vibrar com a nossa música, é realmente de nos encher a alma.
Estes últimos tempos foram passados numa considerável digressão pelos Açores, a S.O.S Tour, onde percorreram quase todos os cantos dos Açores e fizeram parte dos Festivais mais importantes de Verão. Que balanço fazes desse período?
Um balanço extremamente positivo visto que, principalmente fora da nossa ilha, tivemos uma aceitação muito grande. Não posso passar sem referir o concerto no Festival Geração, na Ilha de São Jorge, e o Festival Maré de Agosto, na Ilha de Santa Maria. Foi realmente muito bom para nós ver a reacção do público perante o nosso espectáculo ao vivo. Foi, sem dúvida, um período muito fértil e importante para a promoção e divulgação dos Stream nos Açores.
Tiveram também este Verão em S. Miguel no Festival Rock In Ribeira Seca. Que foi que acharam? Diz-se muito que os micaelenses são mais cépticos no que concerne à entrega nos espectáculos e que por seu lado também são menos dinâmicos a nível de organização de espectáculos. Eu honestamente concordo. Acho que em comparação a vocês temos muito que aprender. Falta-nos criar um festival deveras marcante no Verão, ainda mais para uma ilha que é a "capital" dos Açores...
Este Verão estivemos em São Miguel pela primeira vez, na segunda edição do Festival Rock In Ribeira Seca. Foi extremamente positivo, a organização está de parabéns, mas infelizmente, é ainda um festival que vai na sua segunda edição e que ainda não tem a aceitação do público micaelense como deveria ter. A nível de público a presença não foi tão forte como esperávamos mas isso compreende-se devido ao que disse anteriormente. Mas estamos ansiosos por voltar a São Miguel para pudermos realmente mostrar o som do mais puro Rock a essa ilha.
E a nível de bandas, o que tens achado daquilo que tens visto por cá?
Acho que tem havido uma grande aposta em trazer grandes nomes da música nacional e internacional aos Açores, o que é de salutar, mas deixa de ter lógica quando não apoiamos o “produto” regional. Acho muito importantes as oportunidades que têm surgido do público açoriano ver muitos concertos, que há alguns anos seriam impensáveis de ver nos Açores. Exemplos disso, Moonspell, The Waillers, Gabriel O Pensador, etc.
Para além da vossa demo ao vivo, vocês gravaram depois disso dois singles certo?
Foi uma oportunidade que nos surgiu pela Direcção Regional da Cultura que nos convidou a participar numa compilação de bandas açorianas, com dois temas, mais precisamente “War Women” e “Touch Me. Aproveitamos para gravar um tema que mostra uma outra faceta da banda, o “War Women”, uma faceta mais descontente que vivíamos na altura. Essa iniciativa foi de louvar, pena foi que não teve a repercussão que nós esperávamos, de qualquer maneira é mais um meio de promoção.
E quanto a um álbum que é o que todos realmente esperam dos Stream?
Ainda é muito cedo para falar nisso. Gravar um álbum para ser efémero e não chegar a lado nenhum não é o que os Stream querem. Um passo de cada vez é necessário dar, o mesmo queremos fazer no continente, e então aí veremos o que irá acontecer.
Até onde vai o sonho dos Stream, visto que as coisas têm corrido bastante bem?
Para quem já tocou dez anos numa pequena freguesia de lavradores no norte da ilha, onde nada acontece, neste momento o nosso limite é o céu.
Os próximos tempos serão passados como? A S.O.S. Tour termina agora e depois o que se segue? Como vão preencher o vosso tempo?
Gostaria de fazer uma correcção – a S.O.S. Tour ainda não terminou. Apesar de estar a decorrer há mais de 2 anos na estrada, ainda temos muitos sítios para chegar. Sendo assim temos uma digressão pelo continente, que passará por oito cidades, e que tem como objectivo dar a conhecer a banda no continente português. A digressão irá ter início a 28 de Outubro e terminará a 4 de Novembro. Podemos adiantar algumas das cidades: Porto, Figueira da Foz, Braga e Águeda. A S.O.S. Tour só terminará no final deste ano [2004], e em 2005 tudo pode acontecer, desde uma breve pausa para gravações a uma prolongação da S.O.S. Tour pelo Continente ou sabe-se lá outras paragens.
Stream, um som ímpar nos Açores, três cabecinhas apenas a pensar. Muita união, uma coesão impressionante. Qual é o vosso segredo?
Acho que já disseste tudo e já respondi na primeira questão: um grupo de amigos que brincam juntos desde que usam fraldas, cresceram com o mesmo sonho, passaram por dificuldades juntos, nunca desistiram e não vai ser agora que vão desistir, quando que as coisas começam a acontecer.
Nuno Costa