Entrevista The SymphOnyx
Excerto de "Concerto n.º 4, em Lá menor" - “O Inverno” -, da obra-prima “As Quatro Estações”, de Antonio Vivaldi, a marcar presença em “Winterfall”... Assim se apetrecha o refrão do single de apresentação da banda. Aliás, como o seu próprio nome indica, os The SymphOnyx procuram na música erudita o condimento perfeito para fundir o seu rock/metal de características sinfónicas. A operar desde 1995, este [agora] quarteto chega finalmente ao seu álbum de estreia e “Opus 1: Limbu” é a prova de que temos aqui um projecto muito ambicioso e com uma ideologia muito interessante. Martinho Torres, guitarrista e um dos membros fundadores do projecto, esteve à conversa com a SounD(/)ZonE.
Já se passaram alguns meses desde o lançamento de “Opus 1: Limbu”. Consegues fazer-nos já uma análise aos seus resultados? Alguma reacção do estrangeiro nomeadamente?
Além da distribuição assegurada na Rússia, temos recebido imensas solicitações, via e-mail, de envio do nosso trabalho, desde o Brasil, México, França, Alemanha, Indonésia, EUA, etc. Fazemos um balanço muito positivo destes primeiros meses, pois temos apresentado o nosso CD ao vivo em alguns auditórios e há, ainda, vários concertos marcados até ao fim do Verão.
Este ano comemoram o vosso 11º aniversário... Certamente, muita coisa ficou para contar desse período. Que recordações guardas?
Foram excelentes anos e foi acumulada uma preciosa experiência, muito válida para enfrentar as dificuldades de um mercado curto, mas que conseguimos contornar com muita dedicação. Estamos orgulhosos do nosso percurso.
No entanto, só ao vosso 10º ano de existência é que gravam o vosso primeiro álbum. Que explicação tens para isso?
A procura do equilíbrio certo entre todos os elementos que compõem o espectro musical The SymphOnyx – esta terá sido a principal razão de tão grande demora no lançamento do nosso primeiro longa-duração. Isto aliado às dificuldades financeiras...
Realmente, uma das maiores dificuldades que atravessaram ao longo desses anos foi a mudança de elementos. Ainda agora li no vosso site que mais um elemento saiu... O que se tem passado para essas ocorrências terem lugar tão frequentemente?
Não saiu só um, mas sim dois. Julgo que tal facto se deve a essa constante busca do line-up mais equilibrado e que dê mais garantias de qualidade. Prezamos, acima de tudo, um ambiente favorável à consecução dos objectivos a que nos propomos. Quando esses objectivos diferem, temos de salvaguardar, acima de tudo, os interesses do projecto. De qualquer forma, não me parece que cinco mudanças, ao longo de dez anos, sejam um exagero.
Musicalmente, vocês procuram realmente algo de imponente! Todo o cariz da vossa música e as orquestrações que usam tornam o vosso som, de facto, quase numa odisseia clássica. Dá-nos a tua perspectiva sobre o vosso som e de onde vem essa inclinação pelos elementos clássicos.
A nossa música é uma busca de intemporalidade, uma fixação no tempo através da fusão de elementos que convergem no momento presente. O caminho que trilhamos parte de uma base segura, construída em volta de uma componente rock, que depois se transforma numa complexa rede de linguagens e estilos, com alguma incidência na música erudita. Não se pode dizer que esta influência percorra, indubitavelmente, todo o CD, mas a mensagem que procuramos transmitir tem na perspectiva clássica o seu mais forte aliado, pois muitos dos ambientes criados situam-nos nos séculos XVIII/XIX.
Nomeadamente, convidaram um quarteto de cordas para vos acompanhar nas gravações, bem como nos concertos. Fala-nos deles! Apesar de tudo, eles já não vos têm acompanhado ao vivo, certo? O que é uma pena...
É, porventura, neste particular que temos feito maiores investimentos. O nosso espectáculo é edificado em volta de uma equipa de trabalho que envolve os músicos da banda (seis no total), o quarteto de cordas “Sarasate”, uma dupla de actores, uma dupla de figurantes e três elementos da equipa técnica. Já não é mais possível ver actuar o projecto The SymphOnyx em espaços que careçam de condições. A nossa evolução passa por formalizarmos uma série de exigências que possam garantir a qualidade do nosso espectáculo e a plena satisfação de quem nos vê actuar. Temos vários elementos cénicos que complementam um todo envolvente e que tornam o concerto num momento irrepetível. Também neste aspecto procuramos a marca da intemporalidade e do misticismo. A reacção ao concerto tem sido excepcional, mesmo surpreendente. A opinião divide-se entre o extasiante e o transcendente. É uma experiência única.
Alguma razão em especial para terem escolhido o Daniel Cardoso para produzir o vosso álbum, uma vez que tem um background muito diferente do vosso, pelo que sei...
A escolha do Daniel Cardoso deveu-se, essencialmente, a conversações que tiveram lugar, ao longo de algumas semanas, e que passaram pela confluência de objectivos e ideias para chegarmos a conclusões claras sobre o produto final desejado. Ficamos todos bastante satisfeitos com o resultado obtido.
Que teor lírico acompanha as vossas canções?
Existe, no álbum, uma perspectiva conceptual que abrange cinco dos dez temas. Centrando a questão nesses temas, podemos dizer que retrata a história de dois jovens apaixonados que têm de se separar por razões patrióticas – a guerra. Ao longo do disco, pressagiam-se várias fatalidades e o desfecho acaba por ser um segredo bem guardado que terá de ser desvendado pelos ouvintes. No que diz respeito aos restantes temas, são diferentes visões do mundo e da vida, sempre vividos pelo lado do imaginário e do fantástico.
Relativamente ao vosso videoclip, tiveram já possibilidades de o pôr a rodar na TV?
Essa fortaleza é inexpugnável. Por indicação de vários iluminados da nossa praça, dá-se preferência a produtos de qualidade duvidosa, em detrimento do esforço e dedicação de pessoas sérias e competentes. Mas não desistimos e havemos de ver o nosso videoclip a rodar, nem que seja num canal independente…
Para breve, esperam-se concertos... Algo mais em mente? Algum concerto em particular pelo qual estejas ansioso?
Encaramos todos os concertos com a mesma dedicação e entusiasmo e estamos sempre ansiosos pelo próximo. Temos quatro datas na nossa agenda: Moreira de Cónegos, a 16 de Junho; Chaves, a 22 de Junho; Penafiel, a 22 de Julho e Santa marta de Penaguião, a 12 de Agosto.
Algum comentário final?
Descubram o nosso projecto em www.thesymphonyx.com e continuem a apoiar a boa música nacional. Um bem haja a todos os leitores da Sound(/)Zone!
Já se passaram alguns meses desde o lançamento de “Opus 1: Limbu”. Consegues fazer-nos já uma análise aos seus resultados? Alguma reacção do estrangeiro nomeadamente?
Além da distribuição assegurada na Rússia, temos recebido imensas solicitações, via e-mail, de envio do nosso trabalho, desde o Brasil, México, França, Alemanha, Indonésia, EUA, etc. Fazemos um balanço muito positivo destes primeiros meses, pois temos apresentado o nosso CD ao vivo em alguns auditórios e há, ainda, vários concertos marcados até ao fim do Verão.
Este ano comemoram o vosso 11º aniversário... Certamente, muita coisa ficou para contar desse período. Que recordações guardas?
Foram excelentes anos e foi acumulada uma preciosa experiência, muito válida para enfrentar as dificuldades de um mercado curto, mas que conseguimos contornar com muita dedicação. Estamos orgulhosos do nosso percurso.
No entanto, só ao vosso 10º ano de existência é que gravam o vosso primeiro álbum. Que explicação tens para isso?
A procura do equilíbrio certo entre todos os elementos que compõem o espectro musical The SymphOnyx – esta terá sido a principal razão de tão grande demora no lançamento do nosso primeiro longa-duração. Isto aliado às dificuldades financeiras...
Realmente, uma das maiores dificuldades que atravessaram ao longo desses anos foi a mudança de elementos. Ainda agora li no vosso site que mais um elemento saiu... O que se tem passado para essas ocorrências terem lugar tão frequentemente?
Não saiu só um, mas sim dois. Julgo que tal facto se deve a essa constante busca do line-up mais equilibrado e que dê mais garantias de qualidade. Prezamos, acima de tudo, um ambiente favorável à consecução dos objectivos a que nos propomos. Quando esses objectivos diferem, temos de salvaguardar, acima de tudo, os interesses do projecto. De qualquer forma, não me parece que cinco mudanças, ao longo de dez anos, sejam um exagero.
Musicalmente, vocês procuram realmente algo de imponente! Todo o cariz da vossa música e as orquestrações que usam tornam o vosso som, de facto, quase numa odisseia clássica. Dá-nos a tua perspectiva sobre o vosso som e de onde vem essa inclinação pelos elementos clássicos.
A nossa música é uma busca de intemporalidade, uma fixação no tempo através da fusão de elementos que convergem no momento presente. O caminho que trilhamos parte de uma base segura, construída em volta de uma componente rock, que depois se transforma numa complexa rede de linguagens e estilos, com alguma incidência na música erudita. Não se pode dizer que esta influência percorra, indubitavelmente, todo o CD, mas a mensagem que procuramos transmitir tem na perspectiva clássica o seu mais forte aliado, pois muitos dos ambientes criados situam-nos nos séculos XVIII/XIX.
Nomeadamente, convidaram um quarteto de cordas para vos acompanhar nas gravações, bem como nos concertos. Fala-nos deles! Apesar de tudo, eles já não vos têm acompanhado ao vivo, certo? O que é uma pena...
É, porventura, neste particular que temos feito maiores investimentos. O nosso espectáculo é edificado em volta de uma equipa de trabalho que envolve os músicos da banda (seis no total), o quarteto de cordas “Sarasate”, uma dupla de actores, uma dupla de figurantes e três elementos da equipa técnica. Já não é mais possível ver actuar o projecto The SymphOnyx em espaços que careçam de condições. A nossa evolução passa por formalizarmos uma série de exigências que possam garantir a qualidade do nosso espectáculo e a plena satisfação de quem nos vê actuar. Temos vários elementos cénicos que complementam um todo envolvente e que tornam o concerto num momento irrepetível. Também neste aspecto procuramos a marca da intemporalidade e do misticismo. A reacção ao concerto tem sido excepcional, mesmo surpreendente. A opinião divide-se entre o extasiante e o transcendente. É uma experiência única.
Alguma razão em especial para terem escolhido o Daniel Cardoso para produzir o vosso álbum, uma vez que tem um background muito diferente do vosso, pelo que sei...
A escolha do Daniel Cardoso deveu-se, essencialmente, a conversações que tiveram lugar, ao longo de algumas semanas, e que passaram pela confluência de objectivos e ideias para chegarmos a conclusões claras sobre o produto final desejado. Ficamos todos bastante satisfeitos com o resultado obtido.
Que teor lírico acompanha as vossas canções?
Existe, no álbum, uma perspectiva conceptual que abrange cinco dos dez temas. Centrando a questão nesses temas, podemos dizer que retrata a história de dois jovens apaixonados que têm de se separar por razões patrióticas – a guerra. Ao longo do disco, pressagiam-se várias fatalidades e o desfecho acaba por ser um segredo bem guardado que terá de ser desvendado pelos ouvintes. No que diz respeito aos restantes temas, são diferentes visões do mundo e da vida, sempre vividos pelo lado do imaginário e do fantástico.
Relativamente ao vosso videoclip, tiveram já possibilidades de o pôr a rodar na TV?
Essa fortaleza é inexpugnável. Por indicação de vários iluminados da nossa praça, dá-se preferência a produtos de qualidade duvidosa, em detrimento do esforço e dedicação de pessoas sérias e competentes. Mas não desistimos e havemos de ver o nosso videoclip a rodar, nem que seja num canal independente…
Para breve, esperam-se concertos... Algo mais em mente? Algum concerto em particular pelo qual estejas ansioso?
Encaramos todos os concertos com a mesma dedicação e entusiasmo e estamos sempre ansiosos pelo próximo. Temos quatro datas na nossa agenda: Moreira de Cónegos, a 16 de Junho; Chaves, a 22 de Junho; Penafiel, a 22 de Julho e Santa marta de Penaguião, a 12 de Agosto.
Algum comentário final?
Descubram o nosso projecto em www.thesymphonyx.com e continuem a apoiar a boa música nacional. Um bem haja a todos os leitores da Sound(/)Zone!
Nuno Costa