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Review

IZUMI
“Izumi”

[DCD – Edição de autor]

A viagem alucinante destas quatros criaturas no limiar da sua sanidade mental, tem início em Abril de 2001 em Castelo Branco. Os seus percursores são o Hernâni (guitarra e programações) e o Ricardo (bateria) que já se conheciam de outros projectos. Pouco depois, dão “boleia” a Ema (voz) e Dario (baixo) e, assim, partem acompanhados ao encontro daquilo que é o imaginário Izumi. E de que vive este imaginário? Musicalmente rico, versátil, alternativo, rock/metal, com certeza, com um toque tribal e electrónico, inspirado na ausência de corrente ou linha que possa limitar a sua liberdade de expressão musical. Nada parece impedi-los de fazer aquilo que lhes vai na cabeça. O objectivo racional é deixar-se levar na loucura da sua espontaneidade, criando um mundo à sua volta que se quer que seja o de todos. A iniciativa de pôr cá para fora tudo o que nos preenche, seja insano, bonito ou menos bonito, livre de qualquer padrão, será sempre motivo de orgulho e sinal de consciência e identidade. Daí nasce a obra e a singularidade de cada indivíduo. A insanidade existe e é admitida como veículo e ferramenta deste preparado explosivo.

A obra destes Izumi não será ainda um todo único e pessoal (será isto ainda possível... hoje?). No entanto, é a fusão e o refazer, reinventar, misturar até que se crie um nova substância (como se acontecesse juntarmos vários ingredientes para fazer um bolo e depois no fim este não soubesse a nenhum deles), que faz com que surjam novas amálgamas sonoras bem fundidas e capazes de nos fazer esquecer que são tudo resultado de algo que já conhecemos. Mais objectivamente, os Izumi são bastante dotados tecnicamente, principalmente o vocalista Ema que canta, grunhe, berra, usando registos capazes de caber em variadíssimos campos musicais, fazendo lembrar o frenesim vocal de Mike Patton, Corey Taylor em registos mais limpos, e ainda, um qualquer vocalista de death metal mais extremo.

A diversidade aqui é muita, embora esta demo só contenha cinco temas, sendo a última uma programação (bastante obscura, intensa e alucinogénica) que inicia os concertos da banda. Não se consegue ainda prever o que o futuro lhes reserva, pois bem sabemos que às vezes as pessoas não estão muito receptivas a coisas pouco convencionais, embora muitos finjam que sim. Ainda por cima, conhecemos pouco da banda. De qualquer forma, a nota é muito positiva e anseia-se por um trabalho mais completo. Tenho fé que estes Izumi ainda possam trazer muito ao nosso país musical.

[8/10] N.C.
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