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Review

KNEELDOWN
“Volcano”

[EP – Edição Autor]

Vendo-se a braços com muitas [típicas] adversidades que assolam muitos projectos jovens, como saídas de elementos, perca de sala de ensaios, mudança de nome, questões da vida pessoal, os alentejanos Kneeldown conseguem, entretanto, manter-se activos alcançando já no próximo ano os dez anos de carreira. Se estes problemas têm conferido um ritmo de vida lento ao colectivo de Ponte-de-Sor também é verdade que fez vincar uma enorme vontade de manter a busca pelos seus sonhos, o que lhes faz conquistar o nosso respeito.

Uma demo “Blankdisc”, em 2001, e um EP “06:15 AM”, em 2003, são os registos de uma carreira de luta, mas também de reconhecimento. O ponto mais alto da banda pode muito bem ter sido a vitória no concurso Musicbox, em Portalegre, onde arrecadaram também os prémios para “Banda Revelação” e “Melhor Presença em Palco”. Contudo, a banda já desfruta de alguma popularidade muito graças à sua entrega e pujança ao vivo.

Porém, em disco, esta é a primeira vez que um registo seu consegue manter-se fiel ao seu real nervo, muito graças à uma mistura e masterização de Nexious K. [guitarrista dos Reaktor ] que faz esquecer completamente que estes temas foram captados numa sala de ensaios. Sendo assim, o hardcore, ora mais directo, ora mais balançado, cúmplice de um metal essencialmente moderno mas que possui muita da atitude do thrash, ganha evidência neste consistente invólucro sonoro. E por falar em elementos por onde a banda passei a sua música, fica ainda por referir que a banda tem uma saudável tendência para explorar outros territórios, nomeadamente os ambientais e mais progressivos, como podemos conferir em “Medula” que atinge quase nove minutos, numa malha envolvente que nos faz lembrar uns Tool em alguns instantes. As coisas tornam-se realmente mais inspiradoras quando uma banda mantém a mente aberta, pois suspeita-se que possa apresentar detalhes imprevisíveis a qualquer momento e evitar assim cair na monotonia.

E se, no geral, os temas de “Volcano” não trazem nada de novo, poderão ser nestes pequenos pormenores que a banda sublinhe uma entidade minimamente personalizada. Com riffs musculados e baterias incidindo mais no groove do que na técnica ou na rapidez [exceptuando o thrashado “Shyknees”], os Kneeldown conseguem um trabalho interessante para uma banda que acaba por ser jovem face ao imenso tempo que esteve parada. Sendo difícil destacar algo peculiar nos Kneeldown, fica a nota de alguns bons riffs, sobretudo no potentíssimo e contagiante “Incisions” que nos lembra uns Mastodon. Sendo que no resto das composições a dinâmica, por vezes, falha – os riffs estendem-se demasiado tempo e de forma previsível –, o grupo só tem a dedicar-se mais para conseguir riffs tão contagiantes como o do já referido “Incisions”, para que mantenha igual nível de qualidade e interesse ao longo dos seus trabalhos. Contudo, o poder da sua música é palpável e se os Kneeldown mantiverem sempre a inspiração na maior parte dos seus riffs, acreditamos que os seus trabalhos serão mais interessantes e homogéneos.

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