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Review

PINK CREAM 69
“Thunderdome”

[CD - Steamhammer/SPV/Edel]

Dezassete anos de carreira, nove álbuns editados no cardápio de um conjunto de músicos desde sempre reconhecidos na arte de esculpir o hard’n’heavy na sua vertente mais melódica e acessível. “Thunderdome”, o nono trabalho de estúdio da banda sediada em Karlsrhue, na Alemanha, traz-nos de volta uma banda muito experiente após três anos de hiato semi-forçado. Uma das razões dessa paragem deveu-se à decisão da banda parar para recarregar baterias após intensas digressões e ainda pelo facto de ao guitarrista Alfred Koffler lhe ter sido diagnosticada uma distonia focal numa mão que lhe impossibilitava de tocar ao vivo. Apesar de não haver cura para esta patologia e de estar, até certo ponto limitado tecnicamente, o guitarrista conseguiu recuperar e adaptar-se perfeitamente a uma nova forma de trabalhar. Apenas ao vivo Alfred vai precisar de um reforço que cubra as suas falhas e, para isso, a banda já recrutou um segundo guitarrista, Uwe Reitenauer.

A par disso, a banda mantém a sua formação quase inviolável desde o início, sofrendo apenas uma alteração em 1994, altura em que o vocalista Andi Deris saiu para se juntar aos Helloween entrando para o seu lugar David Readman. Quase imaculados na sua formação, os Pink Cream 69 mostram também que a sua sonoridade continua fiel aos seus princípios e “Thunderdome” é bem amostra disso.

Um tema título a abrir de forma mais discreta do que se podia prever e logo de seguida –“Gods Come Together”- um tema mais up tempo que equilibra os alicerces desta cúpula, leia-se Dome, sonora. Dentro desta cúpula está ainda a inevitável balada na forma do bonito “That Was Yesterday” e uma versão do popular “My Sharona”, um original dos Knac e que bem pode deixar orgulhosos os próprios Knac.

E assim se passeia por entre composições muito maduras e que prometem não desiludir tanto os fãs de longa data como todos aqueles que apreciam bom rock e melodia contagiante. Dennis Ward, baixista e experiente produtor, assina mais uma vez a produção do disco e ainda faz questão de assinar a parte lírica de “Thunderdome”. Esta representa o protesto pessoal de Dennis perante a crescente “mecanização” da música pop e da obscuridade que o negócio da música atinge hoje em dia.

Sendo assim e sendo certo que este é um trabalho honesto e interessante, achamos apenas que aos Pink Cream 69, faltou alguma da ousadia que fez de “Electrified” um dos discos mais populares da sua carreira.

[7/10] N.C.
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