Review
KRONOS
“Ubi Est Morbus”
[EP – Zero Negative/Compat Records]
O plano “sintético” do nosso rock/metal, apesar de tradicionalmente pouco prolífero, mantém ainda alguns representantes, entre eles os [f.e.v.e.r.], Bizarra Locomotiva, Dr. Zilch e estes Kronos. Atendendo a que os [f.e.v.e.r.] apresentam um estilo capaz de ser mais abragente e aventureiro e os Bizarra Locomotiva e Dr. Zilch um mais heavy e corrosivo, os Kronos acabam por moverem-se bastante à vontade no trilho do electro/industrial rock. Este factor tanto pode ser benéfico como prejudicial, mas só a banda o poderá dizer. O facto de serem únicos confere-lhes simbolismo, mas por outro lado a especificidade deste estilo parece não ter os adeptos em Portugal que pelo menos a banda desejaria. Contudo, a verdade e importância destes dados só à banda caberá.
Enquanto isso, os Kronos continuam a crescer nesta fórmula e este regresso, três anos depois do EP de estreia “Symbolon”, garante que os Kronos são um exemplo de empenho e entusiasmo pela sua arte. Apesar dos desígnios rock da banda, é a “maquinaria” aqui que impera. O público que por este trabalho se interessará será aquele com maior cumplicidade para com malhas computadorizadas e sampladas viciantes do que com peso distorcido e abrasivo, como seria de calcular.
Contudo, a imagem de marca deste colectivo de Vila Franca de Xira está também na sua atitude que transmite um certo free spirit, um sentido relaxado de estar bastante agradável, ao contrário das bandas atrás referidas que apresentam um semblante muito mais obscuro e sério. A banda continua também aqui a manifestar uma perícia multilingue, com letras em inglês, francês e português. Será este outro ponto de referência no seu cartão de visita. A demonstrar que o português pode realmente encaixar muito bem na maioria dos géneros musicais, fica aqui “Crepúsculo dos Cães”, a transpirar a Luxúria Canibal, como um dos melhores temas desta colecção. Os versos são de uma pungência assinalável e ficam-nos inevitavelmente na memória. Na memória fica também o refrão de “Borderline” e a inesperada versão de “Et Si Tu N’Existais Pas”, tema sobejamente conhecido do cantor romântico francês Joe Dassin.
Em suma, apesar de poderem mover-se algo desamparados neste segmento musical em Portugal, os Kronos não parecem esmorecer e continuam cheios de vitalidade, energia e alegria. “Ubi Est Morbus” soa já a derradeiro ensaio para o teste a sério: o álbum.
“Ubi Est Morbus”
[EP – Zero Negative/Compat Records]
O plano “sintético” do nosso rock/metal, apesar de tradicionalmente pouco prolífero, mantém ainda alguns representantes, entre eles os [f.e.v.e.r.], Bizarra Locomotiva, Dr. Zilch e estes Kronos. Atendendo a que os [f.e.v.e.r.] apresentam um estilo capaz de ser mais abragente e aventureiro e os Bizarra Locomotiva e Dr. Zilch um mais heavy e corrosivo, os Kronos acabam por moverem-se bastante à vontade no trilho do electro/industrial rock. Este factor tanto pode ser benéfico como prejudicial, mas só a banda o poderá dizer. O facto de serem únicos confere-lhes simbolismo, mas por outro lado a especificidade deste estilo parece não ter os adeptos em Portugal que pelo menos a banda desejaria. Contudo, a verdade e importância destes dados só à banda caberá.
Enquanto isso, os Kronos continuam a crescer nesta fórmula e este regresso, três anos depois do EP de estreia “Symbolon”, garante que os Kronos são um exemplo de empenho e entusiasmo pela sua arte. Apesar dos desígnios rock da banda, é a “maquinaria” aqui que impera. O público que por este trabalho se interessará será aquele com maior cumplicidade para com malhas computadorizadas e sampladas viciantes do que com peso distorcido e abrasivo, como seria de calcular.
Contudo, a imagem de marca deste colectivo de Vila Franca de Xira está também na sua atitude que transmite um certo free spirit, um sentido relaxado de estar bastante agradável, ao contrário das bandas atrás referidas que apresentam um semblante muito mais obscuro e sério. A banda continua também aqui a manifestar uma perícia multilingue, com letras em inglês, francês e português. Será este outro ponto de referência no seu cartão de visita. A demonstrar que o português pode realmente encaixar muito bem na maioria dos géneros musicais, fica aqui “Crepúsculo dos Cães”, a transpirar a Luxúria Canibal, como um dos melhores temas desta colecção. Os versos são de uma pungência assinalável e ficam-nos inevitavelmente na memória. Na memória fica também o refrão de “Borderline” e a inesperada versão de “Et Si Tu N’Existais Pas”, tema sobejamente conhecido do cantor romântico francês Joe Dassin.
Em suma, apesar de poderem mover-se algo desamparados neste segmento musical em Portugal, os Kronos não parecem esmorecer e continuam cheios de vitalidade, energia e alegria. “Ubi Est Morbus” soa já a derradeiro ensaio para o teste a sério: o álbum.
[6/10] N.C.
Estilo: Electro/Industrial Rock
Discografia:
- “Symbolon” [EP 2006]
- “Ubi Est Morbus” [EP 2009]
www.myspace.com/kronosrock
Estilo: Electro/Industrial Rock
Discografia:
- “Symbolon” [EP 2006]
- “Ubi Est Morbus” [EP 2009]
www.myspace.com/kronosrock