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Review

BYZANTINE
“...And They Shall Take Up Serpents”

[CD – Prostethic Records/Recital]

Ora aqui temos uma verdadeira surpresa, pelo menos para mim, vinda de West Virginia, Estados Unidos. Este trio composto por Chris “Oj” Ojeda nas vozes, guitarras e piano, Tony Rohbrough nas guitarras e baixo e Matt Wolfe na bateria, percussão e dando também um cheirinho na guitarra acústica, lança agora o seu segundo álbum e, pelo menos para aqueles que não tiveram conhecimento do debutante “The Fundamental Components”, este “...And They Shall Take Up Serpents” revela-se realmente uma agradável surpresa.

Se olharmos para o catálogo da Prosthetic Records, rapidamente nos apercebemos da sua política de contratações – metalcore e novas tendências da música extrema. Mesmo assim temos que lhes reconhecer o devido mérito por algumas das valiosas peças do seu catálogo como Lamb Of God, HIMSA ou All That Remains, o que só vem demonstrar os bons olheiros de que a editora dispõe. Estes Byzantine são, sem dúvida, outra excelente aquisição, talvez das melhores do catálogo, e quando, pelo que se disse, se possa pensar que eles não passam de uma vulgar banda de metalcore, então aí enganam-se. É verdade que neste álbum há muito metalcore pulverizado, mas mesmo para mim que não sou um confesso apreciador do género, esta banda conseguiu-me cativar. Isto porque a banda de Chris é suficientemente dinâmica, criativa e audaz para conseguir criar álbuns e temas que vão para além das concepções típicas do metalcore. Senão vejamos: “Justicia” abre com o peso tremendo e os compassos de uns Meshuggah para logo à frente demonstrar o enorme potencial técnico dos seus músicos com solos de guitarra a fazerem lembrar Dimebag Darrel ou Dave Mustaine. O travo a Meshuggah, num exercício neo-thrash tão agradavelmente aqui injectado, continua a surgir nos temas enquanto alusões a Lamb Of God dão personalidade metalcore ao disco.

A voz de Chris Ojeda acaba por ser uma das maiores surpresas deste trabalho, ao demonstrar ao terceiro tema - “Jeremiad” – que também sabe cantar e tem uma voz limpa fortíssima, na onda altiva de Howard Jones. Este tema revela-se dos mais interessantes do disco, e apesar de chegar a assustar com um refrão mais melódico, a sua construção, peso inerente e leads de guitarra de extrema beleza – isso já para não falar no subtil piano que aparece na recta final do tema – revela que os Byzantine não constróem temas à toa, tentando fugir sempre à banalidade e incutindo sempre uma imprevisibilidade que nos desperta constantemente os sentidos. Como exemplos disso temos ainda a passagem acústica, com travo meio oriental meio tribal [graças à inclusão das congas] em “Ancestry Of The Antichrist”, ou ainda o piano melancólico inicial de “Five Faces Of Madness”, ou mesmo a viola acústica e delicada a iniciar “Red Neck War”. Vozes e coros limpos também marcam presença como por exemplo em “Temporary Temples” ou ainda no final “Salem Ark” onde Chris nos faz recordar Burton C. Bell nos seus refrões melódicos.

Com tudo isto já poderão ter percebido do que se trata aqui, ou pelo menos aguçado o vosso apetite para descobrir essa banda. Muito peso, muita dinâmica, solos apreciáveis e melodia q/b num preparado capaz de agradar aos fãs de Lamb Of God e Chimaira, mas também aos de Pantera, Slayer, Clutch e Meshuggah.

[9/10] N.C.
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