photo logopost_zps4920d857.png photo headerteste_zps0e0d15f7.png

Review

ONE MAN ARMY AND THE UNDEAD QUARTET
“21st Century Killing Machine”

[CD – Nuclear Blast/Mastertrax]

Quando se anunciou o regresso de Johan Linstrand aos The Crown em 2002, após uma ausência de quase dois anos, pensava-se que a banda iria tomar um novo fôlego e solidificar-se para mais uma série de anos de carreira. No entanto, dois anos mais tarde, anunciam o seu fim por considerarem-se cansados de suportar digressões sob fracas condições e pelo facto dos rendimentos serem muito baixos para as suas expectativas. Assim se “atirava a toalha” para o chão e ponha-se fim à carreira de uma das bandas thrash/death suecas mais carismáticas dos anos 90.

Apesar de tudo, e como seria de esperar, o ímpeto criativo de Johan Lindstrand não se deixaria ficar por aqui e, no mesmo ano, começou a compor temas sozinho e gravou uma demo de seis faixas intitulada “When Hatred Comes To Life”. Logo depois foi uma questão de arranjar o resto dos elementos para formar uma nova banda e apresentar a demo às editoras. Da Nuclear Blast veio uma proposta irrecusável e assim começaram a ensaiar para a gravação do seu primeiro CD. Em Setembro de 2005, entram nos Bohus Studios com o conhecido Dragan e, num mês, gravam este debuto que dá pelo nome de “21st Century Killing Machine”, a lançar na Europa no próximo dia 13 de Janeiro.

Na verdade, este álbum faz pouco jus ao seu título, pelo menos na perspectiva futurista de novo século, já que de agressividade e potência não lhe podemos acusar de falta. Quanto muito, a produção servirá para demonstrar a sua contemporaneidade mas, todo o resto acaba por soar datado e o mais preocupante é que parece aqui reinar uma grande falta de criatividade e irreverência artística. O que temos aqui é um thrash/death metal na veia de uns The Haunted, The Crown [pois claro], ou até mesmo de uns Slayer, mas sempre com a típica melodia sueca inerente. Todos os temas estão bem construídos, os riffs de guitarra, no geral, estão muito apelativos e potentes, os solos revelam belíssima técnica e a excelente produção faz destes temas uma autêntica “pedra” arremessada aos nossos ouvidos. Mas de facto, existe neles o problema [grave] da falta de personalidade, que é coisa que não se explica mas se consegue sentir ao longo do disco. É com alguma displicência que chegamos ao fim do álbum e, realmente, pouco conseguimos reter na nossa memória. Excepção feita a “Hell Is For Heroes” que é realmente o tema que nos consegue tirar verdadeiramente da “sonolência” que o álbum gera. É verdade que também existem outros momentos interessantes neste disco, como por exemplo “Killing Machine” ou “Public Enemy No 1”, e verão que esta “sonolência” a que me refiro está longe de ser sinónimo de mediocridade. Mas é um facto [estranho] que conseguimos escutar esse álbum variadas vezes e, apesar deste soar bem, nunca chegamos a encontrar nele nada que realmente nos apaixone.

Talvez pelas elevadas expectativas, o impacto deste álbum tenha saído frustrado, mas é um facto que Lindstrand e companhia terão que se esmerar muito mais para a próxima e trazerem cá para fora toda a sua alma para assim construírem temas verdadeiramente memoráveis. No entanto, acredito que este material resulte muito melhor ao vivo e teremos oportunidade de constatar isso no próximo dia 19 deste mês com Children Of Bodom e Ektomorf, no Hard Club em Gaia. Não percam.

[7/10] N.C.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...