Review
UNJUST
“Glow”
[CD – Copro Records/Recital]
Formados na Califórnia em 1999, os Unjust provocam aqui aquilo que eu chamaria de um inesperado voltface na sua carreira. Até este álbum, e para minha surpresa já que nada me fazia prever isso antes de fazer uma pesquisa ao seu passado, os Unjust eram uma banda de thrash metal típico da Bay Area. Ainda sob estas influências lançaram dois álbuns, “Thin Line Emotions” e “Makeshift Grey”, mas agora apresentam-se com um álbum de rock moderno muito orelhudo, melódico, por vezes mais pesado, mas sobretudo muito emo.
Nada do que fizeram até então se pode escutar neste disco. É praticamente uma banda nova, de sonoridade renovada [vá-se ainda perceber o porquê de tão grande mudança] e que agora vai ter que esperar para perceber se este foi ou não um passo certo na sua carreira. É um facto que o que fazem neste disco está bem feito. Os fãs de Lost Prophets, The Hurt Process ou Hoobastank não ficarão desiludidos com a proposta. Os refrões são sempre muito apelativos e as melodias elegantes. As guitarras, por vezes, ainda conseguem manter algum do peso que tinham numa outra fase, mas são sobretudo sobre os acordes melódicos e ambientais que assentam nesta nova sonoridade dos Unjust.
A voz de Paul Mendonza não podia ser mais emocional. Aliás, é incrível como se conseguiu transfigurar de tal maneira e chegar a um tipo de registo tão melódico como aqui apresenta. A bateria tem um som muito demarcado, típico das bandas deste género, aliás como toda a produção do disco que se apresenta bastante boa. No entanto, sinto que o “melaço” que os Unjust aqui nos propõem se torna, por vezes, demasiado “secante”. Mais um pouquinho de peso e hard style não lhes ficaria nada mal. Sentimos que é tudo tão direccionado para o mesmo que aquilo que deveria ser algo profundo acaba mesmo por se tornar demasiado berrante e enjoativo. É como se tivessemos um prato só com um condimento e que apesar de saber muito bem, ninguém é capaz de aguentar até ao fim. Muitas vezes perdemo-nos sem saber onde começa e termina cada tema [passe o exagero] tal é a similaridade entre eles.
Muitos destes temas têm potencial para single. Agora digam-me quantos destes trabalhos têm força para se aguentar por muito tempo? Muito poucos... Ficaria muito mais contente se encontrasse temas como “Falling” ou “Throwing Pennies” num outro trabalho qualquer, mais equilibrado. Desta forma, até perdem dimensão...
“Glow”
[CD – Copro Records/Recital]
Formados na Califórnia em 1999, os Unjust provocam aqui aquilo que eu chamaria de um inesperado voltface na sua carreira. Até este álbum, e para minha surpresa já que nada me fazia prever isso antes de fazer uma pesquisa ao seu passado, os Unjust eram uma banda de thrash metal típico da Bay Area. Ainda sob estas influências lançaram dois álbuns, “Thin Line Emotions” e “Makeshift Grey”, mas agora apresentam-se com um álbum de rock moderno muito orelhudo, melódico, por vezes mais pesado, mas sobretudo muito emo.
Nada do que fizeram até então se pode escutar neste disco. É praticamente uma banda nova, de sonoridade renovada [vá-se ainda perceber o porquê de tão grande mudança] e que agora vai ter que esperar para perceber se este foi ou não um passo certo na sua carreira. É um facto que o que fazem neste disco está bem feito. Os fãs de Lost Prophets, The Hurt Process ou Hoobastank não ficarão desiludidos com a proposta. Os refrões são sempre muito apelativos e as melodias elegantes. As guitarras, por vezes, ainda conseguem manter algum do peso que tinham numa outra fase, mas são sobretudo sobre os acordes melódicos e ambientais que assentam nesta nova sonoridade dos Unjust.
A voz de Paul Mendonza não podia ser mais emocional. Aliás, é incrível como se conseguiu transfigurar de tal maneira e chegar a um tipo de registo tão melódico como aqui apresenta. A bateria tem um som muito demarcado, típico das bandas deste género, aliás como toda a produção do disco que se apresenta bastante boa. No entanto, sinto que o “melaço” que os Unjust aqui nos propõem se torna, por vezes, demasiado “secante”. Mais um pouquinho de peso e hard style não lhes ficaria nada mal. Sentimos que é tudo tão direccionado para o mesmo que aquilo que deveria ser algo profundo acaba mesmo por se tornar demasiado berrante e enjoativo. É como se tivessemos um prato só com um condimento e que apesar de saber muito bem, ninguém é capaz de aguentar até ao fim. Muitas vezes perdemo-nos sem saber onde começa e termina cada tema [passe o exagero] tal é a similaridade entre eles.
Muitos destes temas têm potencial para single. Agora digam-me quantos destes trabalhos têm força para se aguentar por muito tempo? Muito poucos... Ficaria muito mais contente se encontrasse temas como “Falling” ou “Throwing Pennies” num outro trabalho qualquer, mais equilibrado. Desta forma, até perdem dimensão...
[6/10] N.C.