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Review

SKYPHO
"Nowhere, Neverland"

[EP - Edição de autor]

Já com uma carreira de nove anos, este sexteto de Albergaria-A-Velha tem dado provas de consistência e maturidade através de três demos editadas, bem sucedidas participações em concursos e muitos concertos de norte a sul do país, para além do marco assinável que foi a sua estreia, em 2005, no estrangeiro, num concerto na Irlanda. Este percurso e currículo permite-lhe chegar agora a um novo trabalho interessante, em formato EP.

Olhando para a introdução ambiental “Walking In A Time Line” e para os primeiros instantes de “My Last Words” até chegamos a pensar que Ill Niño e Primitive Reason pudessem ser as principais fontes inspiradores do grupo, graças ao uso recorrente de percussões e didgeridoo. Elementos que, aliás, dão uma aragem experimental e latina a este arranque de disco. Contudo, com a rápida sucessão de ambientes o consenso em relação às suas influências desvanece-se. O peso das guitarras afirmam a sua costela [nu]metal e as harmonias de voz de Carlos Tavares remetem-nos para uma sensibilidade pop à Incubus muito apelativa.

Logo a seguir, o baixo inicial do tema-título invoca texturas à Rage Against The Machine, mas as coisas “confundem-se” ainda mais quando o tema toma, rapidamente, uma orientação calma e acústica a "puxar" o grunge – corrente que, aliás, identificava a banda no início de carreira. Este é também um tema que, entre muitas outras coisas, demonstra uma produção muito cheia graças aos créditos reconhecidos de Ivo Magalhães. E não nos gorando a mais surpresas, os Skypho ainda cantam em português a meio desta faixa.

Nesta altura, o balanço é muito positivo e o EP ainda vai a meio. Com “My Insomnia” o peso volta a tomar maior proporção, mas os seus laivos ska e as letras rappadas fazem-nos mesmo acreditar que o grupo segue de perto a obra dos Primitive Reason. Até agora temos razões suficientes para comprovar que os Skypho não fazendo nada de original também não fazem algo do mais banal que se vê por aí. Pena a pequena passagem balançada, enfartada por percussões, que mostra plena previsibilidade e evidentes alusões a Soulfly.

“Alone” volta a emanar uma personalidade pesada e melódica, em simultâneo, que é, feitas as contas, a dieta equilibrada de que o grupo se incorre para, eventualmente, poder agradar a mais do que um “mundo”. Mas ainda bem que assim é, pois o grupo mostra capacidades suficientemente distintas para nos deixar atentos ao seu futuro. Novamente, nota muito positiva para a prestação de Carlos Tavares que empresta uma dimensão superior a estas cinco composições. Estão no bom caminho.
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