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Review

SEVEN STITCHES
“The Face Alone Does Not Reveal The Man”
[EP – Recital]

Apesar de hoje representarem um dos nomes importantes do panorama de peso nacional, a afirmação dos Seven Stitches não se fez de um surto repentino de popularidade. Ao contrário de alguns nomes que surgiram na altura em que se formaram, em 2002, a banda de Grândola só se começou a implantar verdadeiramente quando atingiu a solidez, nomeadamente com a entrada do baixista Pedro Paulo, em 2004. Um ano depois a banda grava “While We Don’t Take Over Death”, a sua primeira demo, e a partir de então começa a mostrar a sua verdadeira força, tanto em disco como nos concertos ao vivo que aumentaram de número. Com o contracto com a Recital a banda entrou de novo em estúdio no início de 2006, com Miguel Cristo sentado na cadeira de produtor, e, em conjunto, gravaram o seu primeiro E.P. nos Adrenalina Studios, em Tarouca.

Ao pormos a rodar “The Face Alone Does Not Reveal The Man”, com o auxílio de uma produção sólida, os seus primeiros instantes soam como um potente coeficiente em que as parcelas sustentam-se em guitarras muito densas e num ritmo acentuado que o torna contagiante. O empenho técnico nota-se ao longo dos temas, quer em alguns solos, quer em alguns compassos compostos, conferindo desta forma uma imprevisibilidade interessante ao trabalho. Sem serem demasiado exuberantes na sua abordagem, os Seven Stitches assumem-se como uma oleada engrenagem movida a ritmos rápidos e com um poder de “ataque” incisivo, onde feitas as contas finais, não há muito espaço para vagarosidades. Este quarteto, apesar de dividir as suas velocidades inteligentemente e de forma muito equilibrada dá-nos a sensação de nunca querer dar tréguas ou tirar o pé do acelerador. As linhas distorcidas são impetuosas e a sua sonoridade, algo entre o thrash, o death e uma miscelânea de vertentes mais modernas, acaba por tornar este disco agradável. É verdade que a banda não mudou quase nada os métodos que guiaram a sua música no passado, mas nota-se um certo extremizar de atitude. Para além de que sabe bem ver a honestidade, convicção e obstinação com que a banda trilha, fielmente, o seu caminho sonoro. Entretanto, sentem-se ainda alguns momentos de ingenuidade ao nível da composição que naturalmente serão corrigidos com o tempo e a experiência.

Em suma, “The Face Does Not Reveal The Man” é um trabalho atraente, embora não traga nada de novo, mas a força e o ritmo que emprega tem um particular sentido de nos empurrar contra a parede. Como bónus, a banda oferece três temas da sua primeira demo para quem ainda não conhece o seu passado musical.

[7/10] N.C.
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