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Review

MARYSLIM
“Split Vision”

[CD – Wild Kingdom/Sound Pollution/ Recital]

Ao escutarmos os primeiros instantes deste disco, sentimos imediatamente o sabor inconfundível do rock’n’roll. Aos ouvidos chega-nos um som de cara virada para o passado, um passado distante onde a glória do rock se fazia sentir em pleno e que aqui os Maryslim têm a capacidade e engenho de conseguir reconstruir da melhor forma.

Numa época em que começam a surgir vários actos por esse mundo fora a tentarem reavivar o estilo, os Maryslim mostram-se como uma das forças mais capazes de levar a cabo essa tarefa. “Split Vision” é o segundo registo da carreira destes suecos formados em 1999, em Estocolmo, e que sucede à sua estreia homónima em 2001 pelas mãos do produtor Tomas Skogsberrg [The Nomads, Hellacopters, Backyard Babies] e da White Jazz Records. Desta vez, o quarteto formado por Mats MF Olsson nas vozes, guitarra e teclas, Kent Axen na guitarra e voz, Urrke Thunman no baixo e voz e Patrik Jansson na bateria, percussão e voz, encontram-se a representar uma nova casa, a sueca Wild Kingdom, e com isso decidiram também experimentar uma nova produção. Ou melhor, “arriscaram” uma nova produção, porque apesar de Peter Tägtgren ser um produtor de valor incontestável, sabemos bem que a sua área não é, propriamente, a do hard’n’heavy. Aliás, Peter nunca havia produzido um disco deste género até à data. Sendo assim, e constatado o aspecto sonoro de “Split Vision”, podemos garantir que o vocalista dos Hypocrysy e Pain obteve uma estreia fabulosa. Aliás, o factor produção neste disco acaba por desempenhar um papel muito importante, já que sentimos aquele toque tipicamente nórdico e frio a acompanhar as canções, o que só contribui para tornar o carácter do disco ainda mais pessoal. Para além disso, Tägtgren presta-se ainda a um desempenho subtil nas teclas, numa colaboração especial na faixa “Bring It On”, a balada semi-acústica que fecha o álbum.

No geral, são doze faixas de rock’n’roll muito bem criadas onde não faltam a força dos riffs, os coros e as melodias, ora alegres, ora mais arrastadas, e muito ritmo para nos fazer bater o pé. De referir ainda as figuras ilustradas por Charlie Granberg na capa do disco, responsável também pelo grafismo de trabalhos como os dos Gemini Five, Hellfueled e ainda do tributo aos Nomads... Porque um bom trabalho deve contar também com um visual à altura.

[8/10] N.C.
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