Review
NOCTURNAL RITES
“The 8th Sin”
[CD – Century Media/EMI]
É sempre curioso olhar para as reacções dos fãs de bandas que operaram metamorfoses profundas no seu som ao longo das suas carreiras. Muitos se sentem ultrajados, outros ficam indiferentes e até percebem a atitude das bandas e, porque nem tudo é mau, há sempre novos fãs que se atraem. Olhando para as origens dos Nocturnal Rites, o death metal, podemos facilmente perceber porque isso ainda acontece a cada álbum que lançam, não houvesse ainda tanto preconceito pela parte dos amantes de sonoridades mais extremas. A banda foi gradualmente virando o seu som para o power metal melódico na vertente de uns Helloween e Gamma Ray e esta sonoridade, aliás, vem acompanhando-a desde o seu primeiro disco, “In A Time Of Blood And Fire”, de 1995, sendo que o seu passado mais pesado fica assim somente ligado a uma demo e uma promo.
“The 8th Sign” pode até ser a estocada final para quem gostava dos antigos Nocturnal Rites, isto porque, de facto, o quinteto oriundo de Umeä amaciou relativamente o seu som comparativamente com os seus últimos trabalhos. Contudo, pensar assim é algo insensato, pois, por outro lado, temos aqui provavelmente algumas das melhores composições saídas do cardápio destes nórdicos. Asseguramos também que o peso presente nos riffs do último “Grand Illusion”, de 2005, continua a passear-se por aqui intacto, mas em doses mais equilibradas com estruturas directas, eficazes e refrões muito mais pegajosos. No fundo, sente-se este disco como o seguimento lógico do seu antecessor e um estender do rumo que começaram a tomar a partir de “Afterlife”, de 2000.
Pesados e ao mesmo tempo mais melódicos, a ideia que fica é que com isso os Nocturnal Rites ganharam ainda mais classe. “Call Out The World” e “Never Again” serão indiscutivelmente dois dos pontos marcantes deste conjunto de 11 temas, para além da surpreendente balada ao piano, com Jonny Lindqvist acompanhado por uma voz feminina, que resulta como um momento muito intenso e tocante. É verdade que aqui está tudo muito mais “espremido”, as composições são mais curtas e com apetência para single, mas com a mestria de um grupo de primeira linha como os Nocturnal Rites tudo isto acaba por resultar com o maior sucesso.
Outra das grandes atracções dos seus últimos trabalhos vem sendo, sem dúvida, o som moderno de produção que assenta como uma luva nos riffs potentes de Fredrik Mannberg e Nils Norberg. Esta característica, é de resto, algo que torna a sua escuta tão aliciante e os retira de um leque de bandas que teimam em manter-se, rigidamente, presas às tradições.
Fazendo um balanço deste oitavo trabalho dos Nocturnal Rites chegamos igualmente à conclusão de que, no meio de tão boa música que escreveram ao longo de 17 anos, poderá estar ainda para vir o seu disco perfeito uma vez que, muito longe de conter momentos maus, “The 8th Sin” passa por momentos menos efusivos – o desafio após se conseguirem temas tão bons é manter o nível sempre tão intenso. Ainda assim, ficam lá perto e o mediano de um grupo como este é já tão soberbo que para quem aprecia power metal com grandes guitarradas e linhas de voz arrebatadoras vai ficar invariavelmente agarrado a estes temas. Aos 17 anos de carreira é mais uma vez ocasião para lhes darmos os parabéns por manterem um trabalho tão coeso e uma elegância invejável.
“The 8th Sin”
[CD – Century Media/EMI]
É sempre curioso olhar para as reacções dos fãs de bandas que operaram metamorfoses profundas no seu som ao longo das suas carreiras. Muitos se sentem ultrajados, outros ficam indiferentes e até percebem a atitude das bandas e, porque nem tudo é mau, há sempre novos fãs que se atraem. Olhando para as origens dos Nocturnal Rites, o death metal, podemos facilmente perceber porque isso ainda acontece a cada álbum que lançam, não houvesse ainda tanto preconceito pela parte dos amantes de sonoridades mais extremas. A banda foi gradualmente virando o seu som para o power metal melódico na vertente de uns Helloween e Gamma Ray e esta sonoridade, aliás, vem acompanhando-a desde o seu primeiro disco, “In A Time Of Blood And Fire”, de 1995, sendo que o seu passado mais pesado fica assim somente ligado a uma demo e uma promo.
“The 8th Sign” pode até ser a estocada final para quem gostava dos antigos Nocturnal Rites, isto porque, de facto, o quinteto oriundo de Umeä amaciou relativamente o seu som comparativamente com os seus últimos trabalhos. Contudo, pensar assim é algo insensato, pois, por outro lado, temos aqui provavelmente algumas das melhores composições saídas do cardápio destes nórdicos. Asseguramos também que o peso presente nos riffs do último “Grand Illusion”, de 2005, continua a passear-se por aqui intacto, mas em doses mais equilibradas com estruturas directas, eficazes e refrões muito mais pegajosos. No fundo, sente-se este disco como o seguimento lógico do seu antecessor e um estender do rumo que começaram a tomar a partir de “Afterlife”, de 2000.
Pesados e ao mesmo tempo mais melódicos, a ideia que fica é que com isso os Nocturnal Rites ganharam ainda mais classe. “Call Out The World” e “Never Again” serão indiscutivelmente dois dos pontos marcantes deste conjunto de 11 temas, para além da surpreendente balada ao piano, com Jonny Lindqvist acompanhado por uma voz feminina, que resulta como um momento muito intenso e tocante. É verdade que aqui está tudo muito mais “espremido”, as composições são mais curtas e com apetência para single, mas com a mestria de um grupo de primeira linha como os Nocturnal Rites tudo isto acaba por resultar com o maior sucesso.
Outra das grandes atracções dos seus últimos trabalhos vem sendo, sem dúvida, o som moderno de produção que assenta como uma luva nos riffs potentes de Fredrik Mannberg e Nils Norberg. Esta característica, é de resto, algo que torna a sua escuta tão aliciante e os retira de um leque de bandas que teimam em manter-se, rigidamente, presas às tradições.
Fazendo um balanço deste oitavo trabalho dos Nocturnal Rites chegamos igualmente à conclusão de que, no meio de tão boa música que escreveram ao longo de 17 anos, poderá estar ainda para vir o seu disco perfeito uma vez que, muito longe de conter momentos maus, “The 8th Sin” passa por momentos menos efusivos – o desafio após se conseguirem temas tão bons é manter o nível sempre tão intenso. Ainda assim, ficam lá perto e o mediano de um grupo como este é já tão soberbo que para quem aprecia power metal com grandes guitarradas e linhas de voz arrebatadoras vai ficar invariavelmente agarrado a estes temas. Aos 17 anos de carreira é mais uma vez ocasião para lhes darmos os parabéns por manterem um trabalho tão coeso e uma elegância invejável.