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Review

ASSEMBLENT
"Equilibrium"

[CD - Nemesis]

Num início de carreira tipicamente despretensioso, onde marcaram as suas actividades com os Dawn - uma banda de covers -, Sérgio Marques [vocalista], Daniel Campos [guitarra], Carlos Santos [baixo] e César Bento [bateria] celebravam a sua amizade através da partilha de um projecto musical onde a ideia principal era o divertimento. Pelo meio, fica uma altura em que Tânia Gaspar acompanhou o grupo nas teclas, mas foi em 2002 que tudo começou a tomar contornos mais sérios e a ideia de começar a formar uma identidade própria tomou lugar. No mesmo ano, Pedro Lopes entra para as teclas e as versões grunge e metal começam a dar lugar a um death/thrash/doom/goth. Esta talvez pareça uma definição pouco ortodoxa, mas é talvez a única maneira de confluir e fazer transmitir a ideia sobre a sonoridade dos Assemblent. Se temos, por um lado, as ambiências melódicas, tanto através dos leads de guitarra e arpejos como nos teclados, a recriarem a típica veia goth, por outro temos um som de guitarra bastante sujo e alguns riffs thrashados a fazerem lembrar a contemporânea onda metalcore ou mesmo a herança sueca.

Nas vozes, as texturas andam sempre num plano gutural que, apesar de encaixar no segmento goth [num molde à lá Moonspell], também se insere facilmente num plano death. As batidas essas nunca são muito aceleradas, residindo aí as distâncias entre as influências death e doom que os Assemblent reclamam. Apesar de mencionarem Carcass como uma das suas influências, não esperem encontrar aqui nada tão devastador ou “sanguinário” como aquilo que os lendários britânicos criaram ao longo da sua carreira. Esperem sim um verdadeiro ambiente dark, mas sempre doseadamente melódico. Exemplos mais marcantes neste disco são “Silent Cries”, uma típica power ballad gótica onde marca presença [ilustríssima] Fernado Ribeiro [Moonspell] e “Heartwork”, curiosamente, os dois temas gravados em 2003 que serviram de primeiro registo promocional para a banda.

No geral, o disco é bem linear e mantem-se coeso do princípio ao fim. No entanto, não se percebe como o material aqui composto, com os meios disponíveis hoje em dia, apresenta uma produção de guitarra e até mesmo de bateria tão fraco e desnivelado. O caso das guitarras é gritante e faz-nos realmente lamentar o “prejuízo” que daí lhe advém por extrair grande parte da força a este material. Realmente, algum deste material poderia soar estrondoso se tivesse uma produção à altura... De qualquer maneira, ficam asseguradas as potencialidades dos Assemblent, apesar de algumas condicionantes, e apesar de, como é óbvio, acreditarmos que ainda têm muito para crescer. No entanto, uma estreia promissora.

[7/10] N.C.
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