Review
PLEASURE AND PAIN
“Exit Gate"
[CD – Dream Cell II/Code 666/Recital]
Não sendo especial entendedor na matéria, muito menos apreciador do género, mete-me sempre alguma confusão como é que editoras de metal conseguem interessar-se por bandas deste tipo ao ponto de assinarem com elas. A barreira que liga este tipo de sonoridade ao metal é quase tão impermeável como aquela que separa a água do azeite.
Quando peguei neste disco a tendência foi logo a de deixá-lo de lado até que o tempo e a disposição fossem os certos para que não começasse a “disparar” em todas as direcções. Realmente, esta corrente electro adaptada ao dark metal ou qualquer que seja o metal que nela exista, não sei onde poderá agradar a qualquer amante de música pesada, habituado a ouvir batidas furiosas e guitarras distorcidas. Aqui praticamente nada disso existe, a não ser subtilmente no tema “Never Come Back?”, o único onde podemos escutar uma guitarra, tímida é certo, com uma distorção e vibração que não vai para além da ligeireza de uma guitarra pop de uma qualquer banda dos anos oitenta. Muito pouco para quem gosta de peso e muita adrenalina.
No entanto, onde a barreira que falávamos se poderá quebrar e originar algum parentesco, é na melancolia e nas atmosferas obscuras e claustrofóbicas de um mundo negro, sem luz, pois claro, onde só nos falta perceber onde fica a nesga que deixa escapar o prazer de que se fala na designação da banda. Talvez o prazer deste trabalho esteja na interpretação masoquista da dor contida nesta colecção de dez temas. Neste ponto, até consideramos uma certa profundidade de emoções, pois em alguns momentos a sonoridade destes italianos consegue ser de tal maneira desesperante que consegue passar realmente para dentro de quem a escuta [prestem atenção a “Tears”, talvez um dos temas mais convincentes e intensos de todo o álbum].
Todavia, no geral, o [pouco] que este trabalho tem de bom acaba por se dissolver no meio de temas mais dançáveis e de uma alegria estupidamente pop [as batidas sintetizadas e os efeitos de teclados são das coisas mais irritantes neste tipo de trabalho] e que acabam por prejudicar a sua avaliação, num género que até podia render alguma inspiração para as bandas mais obscuras dentro do espectro do metal.
[5/10] N.C.
“Exit Gate"
[CD – Dream Cell II/Code 666/Recital]
Não sendo especial entendedor na matéria, muito menos apreciador do género, mete-me sempre alguma confusão como é que editoras de metal conseguem interessar-se por bandas deste tipo ao ponto de assinarem com elas. A barreira que liga este tipo de sonoridade ao metal é quase tão impermeável como aquela que separa a água do azeite.
Quando peguei neste disco a tendência foi logo a de deixá-lo de lado até que o tempo e a disposição fossem os certos para que não começasse a “disparar” em todas as direcções. Realmente, esta corrente electro adaptada ao dark metal ou qualquer que seja o metal que nela exista, não sei onde poderá agradar a qualquer amante de música pesada, habituado a ouvir batidas furiosas e guitarras distorcidas. Aqui praticamente nada disso existe, a não ser subtilmente no tema “Never Come Back?”, o único onde podemos escutar uma guitarra, tímida é certo, com uma distorção e vibração que não vai para além da ligeireza de uma guitarra pop de uma qualquer banda dos anos oitenta. Muito pouco para quem gosta de peso e muita adrenalina.
No entanto, onde a barreira que falávamos se poderá quebrar e originar algum parentesco, é na melancolia e nas atmosferas obscuras e claustrofóbicas de um mundo negro, sem luz, pois claro, onde só nos falta perceber onde fica a nesga que deixa escapar o prazer de que se fala na designação da banda. Talvez o prazer deste trabalho esteja na interpretação masoquista da dor contida nesta colecção de dez temas. Neste ponto, até consideramos uma certa profundidade de emoções, pois em alguns momentos a sonoridade destes italianos consegue ser de tal maneira desesperante que consegue passar realmente para dentro de quem a escuta [prestem atenção a “Tears”, talvez um dos temas mais convincentes e intensos de todo o álbum].
Todavia, no geral, o [pouco] que este trabalho tem de bom acaba por se dissolver no meio de temas mais dançáveis e de uma alegria estupidamente pop [as batidas sintetizadas e os efeitos de teclados são das coisas mais irritantes neste tipo de trabalho] e que acabam por prejudicar a sua avaliação, num género que até podia render alguma inspiração para as bandas mais obscuras dentro do espectro do metal.
[5/10] N.C.