O F.I.M.?
Cá estou [tentando] estar de volta! Como devem imaginar, a produção/organização de um festival não termina com o fim dos espectáculos, por isso ainda se tratam dos últimos detalhes e se fecham as últimas “contas”. Mais alguns dias e prevejo ter a SounD(/)ZonE a funcionar em pleno [pode-se pensar que a rotina das entrevistas, reviews e artigos é aborrecida, mas foi aqui que tudo se criou e tudo se gera - o gozo é enorme].
Que se poderá dizer de mais esse capítulo na vida de uma pacata região “metaleira” e de [pelo menos] alguns jovens que viveram entusiasticamente mais este festival de calibre internacional nos Açores? A alegria desmedida aliada à troca de experiências com os músicos internacionais que gera o crescimento – vital - de mentalidades e de um movimento local que há muito necessitava de um tão grande balão de oxigénio, crê-se que é o mais importante. Em jeito de análise/conclusão fica mais uma vez a convicção de que o futuro é dos “putos” e não, propriamente, e por mais que isso possa ferir susceptibilidades, dos auto-proclamados militantes da “Velha Guarda”. Esses parecem perder fulgor, fibra e apego à causa com o passar dos anos e deixa cada vez mais de ser composto por esses o grosso da plateia que dá cor e vida aos espectáculos do lado de cá do palco.
Não é também novidade que o mercado açoriano é deveras restrito, embora seja reconhecido no país como uma das regiões com mais bandas de Metal por “metro quadrado”. A explicação para uma “tímida” adesão de público neste evento fica, indiscutivelmente, ligada à falta de convicção e princípios das pessoas. Não querendo parecer antiquado, mas o Metal ou qualquer outro movimento artístico, ideológico, social ou mesmo político tem que ser vivido de alma e coração. Tem que vir de dentro. Daí que esta continue a ser a maior batalha a travar por quem, como a SounD(/)ZonE e outras honrosas entidades locais, promove o Metal nos Açores. A quantidade de bandas e músicos neste género musical nos arredores é enorme, como já se disse, mas estes, e está à vista, ainda não saberão bem o que estão aqui a fazer. Bastariam os músicos locais para garantir uma casa justa para com a grandeza deste evento. Ainda se compreenderá, até certo ponto, a fragilidade das convicções de muitas pessoas que durante anos nunca viu algo assim se passar perto da sua "porta" ou acreditou que este movimento viesse a atingir pontos tão altos como esse e outros que tiveram lugar nos últimos anos… A minha teoria é a de que esses foram criados em “má escola” e agora já têm vícios que são quase impossíveis de tirar.
Resta-nos, portanto, acreditar na renovação. Na renovação de pessoas e condutas que, pelo que se vê [nem que seja pelos gentis e-mails que me chegaram, de jovens, mais concretamente] deixam transparecer que são lúcidos em relação à importância destas mudanças e destes eventos que têm havido na região e ao que isso pode proporcionar-lhes no futuro. Para isso, basta manterem-se lá, na plateia; nós tentaremos continuar a corresponder-vos.
A par disso tudo, sabe-se, de consciência muito firme, de que o caminho é muito longo a percorrer. Mas é incontornável que algo de bom se começa a antever, atentendo à alegria dos mais novos que acorrem às salas de espectáculos hoje em dia. É por esses mesmos que sentimos vontade de continuar. São por esses que mais tarde este estilo pode crescer e rever-se num outro manual de crenças e convicções. Quem ficou de fora, está mesmo “out”! Não interessará à causa.
Que este texto não soe a despejo de “azias” por algo que se tenha passado mal. De maneira alguma. Da nossa parte temos a humildade como lema, e, sem esquisitices, achei, bem como outros, esse um grande festival (com todas as letras)! O melhor foi mesmo o que se passou lá dentro e não cá fora, na casa de outros ou noutras festas a poucos quilómetros. Só fazem falta os que lá estão. E assim foi. Se uns insistem em falar em quantidade, eu falo em qualidade. Parafraseando as palavras de alguns músicos internacionais: “Vi a sinceridade nos olhos dos putos. De onde venho isso já pouco acontece”.
A impressão de todos foi a melhor e os Açores ficaram timbrados a “ouro” na agenda intensa e nas carreiras dos músicos que vieram de fora. Podemo-nos orgulhar, com toda a certeza! Para mim, como membro da SounD(/)ZonE, músico e “sonhador”, como sou e sempre serei, continua a ser surreal verificar que se conseguiu, não interessa por quem nem porquê, algo tão bom nesta região. Só consigo discernir que a persistência e a fé levou-nos a outros patamares. Os meus votos são, portanto, que esta vontade se aglomere e nos traga muitas mais alegrias no futuro. Esperamos estar por aqui mais vezes a falar de assuntos agradáveis como esse. Um muito obrigado por tudo e a todos… os que acreditam!
Keep it [really] Heavy!
Nuno Costa
Que se poderá dizer de mais esse capítulo na vida de uma pacata região “metaleira” e de [pelo menos] alguns jovens que viveram entusiasticamente mais este festival de calibre internacional nos Açores? A alegria desmedida aliada à troca de experiências com os músicos internacionais que gera o crescimento – vital - de mentalidades e de um movimento local que há muito necessitava de um tão grande balão de oxigénio, crê-se que é o mais importante. Em jeito de análise/conclusão fica mais uma vez a convicção de que o futuro é dos “putos” e não, propriamente, e por mais que isso possa ferir susceptibilidades, dos auto-proclamados militantes da “Velha Guarda”. Esses parecem perder fulgor, fibra e apego à causa com o passar dos anos e deixa cada vez mais de ser composto por esses o grosso da plateia que dá cor e vida aos espectáculos do lado de cá do palco.
Não é também novidade que o mercado açoriano é deveras restrito, embora seja reconhecido no país como uma das regiões com mais bandas de Metal por “metro quadrado”. A explicação para uma “tímida” adesão de público neste evento fica, indiscutivelmente, ligada à falta de convicção e princípios das pessoas. Não querendo parecer antiquado, mas o Metal ou qualquer outro movimento artístico, ideológico, social ou mesmo político tem que ser vivido de alma e coração. Tem que vir de dentro. Daí que esta continue a ser a maior batalha a travar por quem, como a SounD(/)ZonE e outras honrosas entidades locais, promove o Metal nos Açores. A quantidade de bandas e músicos neste género musical nos arredores é enorme, como já se disse, mas estes, e está à vista, ainda não saberão bem o que estão aqui a fazer. Bastariam os músicos locais para garantir uma casa justa para com a grandeza deste evento. Ainda se compreenderá, até certo ponto, a fragilidade das convicções de muitas pessoas que durante anos nunca viu algo assim se passar perto da sua "porta" ou acreditou que este movimento viesse a atingir pontos tão altos como esse e outros que tiveram lugar nos últimos anos… A minha teoria é a de que esses foram criados em “má escola” e agora já têm vícios que são quase impossíveis de tirar.
Resta-nos, portanto, acreditar na renovação. Na renovação de pessoas e condutas que, pelo que se vê [nem que seja pelos gentis e-mails que me chegaram, de jovens, mais concretamente] deixam transparecer que são lúcidos em relação à importância destas mudanças e destes eventos que têm havido na região e ao que isso pode proporcionar-lhes no futuro. Para isso, basta manterem-se lá, na plateia; nós tentaremos continuar a corresponder-vos.
A par disso tudo, sabe-se, de consciência muito firme, de que o caminho é muito longo a percorrer. Mas é incontornável que algo de bom se começa a antever, atentendo à alegria dos mais novos que acorrem às salas de espectáculos hoje em dia. É por esses mesmos que sentimos vontade de continuar. São por esses que mais tarde este estilo pode crescer e rever-se num outro manual de crenças e convicções. Quem ficou de fora, está mesmo “out”! Não interessará à causa.
Que este texto não soe a despejo de “azias” por algo que se tenha passado mal. De maneira alguma. Da nossa parte temos a humildade como lema, e, sem esquisitices, achei, bem como outros, esse um grande festival (com todas as letras)! O melhor foi mesmo o que se passou lá dentro e não cá fora, na casa de outros ou noutras festas a poucos quilómetros. Só fazem falta os que lá estão. E assim foi. Se uns insistem em falar em quantidade, eu falo em qualidade. Parafraseando as palavras de alguns músicos internacionais: “Vi a sinceridade nos olhos dos putos. De onde venho isso já pouco acontece”.
A impressão de todos foi a melhor e os Açores ficaram timbrados a “ouro” na agenda intensa e nas carreiras dos músicos que vieram de fora. Podemo-nos orgulhar, com toda a certeza! Para mim, como membro da SounD(/)ZonE, músico e “sonhador”, como sou e sempre serei, continua a ser surreal verificar que se conseguiu, não interessa por quem nem porquê, algo tão bom nesta região. Só consigo discernir que a persistência e a fé levou-nos a outros patamares. Os meus votos são, portanto, que esta vontade se aglomere e nos traga muitas mais alegrias no futuro. Esperamos estar por aqui mais vezes a falar de assuntos agradáveis como esse. Um muito obrigado por tudo e a todos… os que acreditam!
Keep it [really] Heavy!
Nuno Costa