Bebé recupera audição
Um bebé de 11 meses que nasceu surdo vai poder ouvir e ter uma vida social normal depois de ter recebido um implante coclear no Centro Hospitalar de Coimbra (CHC). É a primeira vez em Portugal que um bebé com menos de um ano é sujeito a uma intervenção cirúrgica desta natureza, o que constitui um marco importante.
"Quanto mais cedo a criança for implantada melhor, porque a via auditiva humana precisa de ser estimulada para funcionar normalmente, e só há uma forma de o fazer, é com informação sonora", explica Carlos Ribeiro, director do serviço de Otorrinolaringologia do CHC.
Se uma criança for implantada aos três anos, o médico garante que os resultados "serão francamente menos brilhantes" e se acontecer só aos dez já não conseguirá falar, porque a fase da estruturação da linguagem já passou.
Através desta técnica, que consiste na aplicação de um dispositivo electrónico que permite captar os sons, já foram implantadas em Portugal 352 crianças desde 1992. Segundo Carlos Ribeiro, os resultados são "muito bons": "Recuperam a audição e fazem uma escolaridade e uma vida perfeitamente normais."
Até agora, a criança mais nova a ser submetida a esta intervenção tinha 16 meses. Segundo Carlos Ribeiro, o caso do menino agora implantado é a prova de que toda a cadeia, desde a detecção do problema e encaminhamento até à cirurgia e posterior reabilitação, está a funcionar em Portugal. "A medicina portuguesa está ao nível dos países mais desenvolvidos nesta área da otorrinolaringologia."
Nem todas as crianças reúnem condições para aplicação do equipamento, que custa 20 mil euros. "As estruturas anatómicas têm de permitir a aplicação." n
O MEU CASO: RUBEN GONÇALVES
"É UMA DOR QUE NÃO SE EXPLICA"
Quando a informaram de que o filho tinha nascido surdo, ficou "completamente arrasada". O diagnóstico foi feito ainda na maternidade. "É uma dor que não dá para explicar", recorda Vera Lúcia Silva, 24 anos, residente em Vila Nova de Gaia, mãe de Ruben Gonçalves, o menino de 11 meses implantado no Centro Hospitalar de Coimbra. Mas a criança, sempre bem-disposta, deu forças a "toda a família".
O problema de Ruben é de causa genética. Desde que foi detectado, logo após o nascimento, o menino foi encaminhado para o Hospital de Coimbra, e daí até à intervenção cirúrgica "foi tudo muito rápido", descreve Vera Lúcia. A criança foi implantada no dia 13 de Julho. "Correu tudo bem. Quando acordou da cirurgia começou logo a rir--se, como se nada tivesse acontecido", conta a mãe.
"Quanto mais cedo a criança for implantada melhor, porque a via auditiva humana precisa de ser estimulada para funcionar normalmente, e só há uma forma de o fazer, é com informação sonora", explica Carlos Ribeiro, director do serviço de Otorrinolaringologia do CHC.
Se uma criança for implantada aos três anos, o médico garante que os resultados "serão francamente menos brilhantes" e se acontecer só aos dez já não conseguirá falar, porque a fase da estruturação da linguagem já passou.
Através desta técnica, que consiste na aplicação de um dispositivo electrónico que permite captar os sons, já foram implantadas em Portugal 352 crianças desde 1992. Segundo Carlos Ribeiro, os resultados são "muito bons": "Recuperam a audição e fazem uma escolaridade e uma vida perfeitamente normais."
Até agora, a criança mais nova a ser submetida a esta intervenção tinha 16 meses. Segundo Carlos Ribeiro, o caso do menino agora implantado é a prova de que toda a cadeia, desde a detecção do problema e encaminhamento até à cirurgia e posterior reabilitação, está a funcionar em Portugal. "A medicina portuguesa está ao nível dos países mais desenvolvidos nesta área da otorrinolaringologia."
Nem todas as crianças reúnem condições para aplicação do equipamento, que custa 20 mil euros. "As estruturas anatómicas têm de permitir a aplicação." n
O MEU CASO: RUBEN GONÇALVES
"É UMA DOR QUE NÃO SE EXPLICA"
Quando a informaram de que o filho tinha nascido surdo, ficou "completamente arrasada". O diagnóstico foi feito ainda na maternidade. "É uma dor que não dá para explicar", recorda Vera Lúcia Silva, 24 anos, residente em Vila Nova de Gaia, mãe de Ruben Gonçalves, o menino de 11 meses implantado no Centro Hospitalar de Coimbra. Mas a criança, sempre bem-disposta, deu forças a "toda a família".
O problema de Ruben é de causa genética. Desde que foi detectado, logo após o nascimento, o menino foi encaminhado para o Hospital de Coimbra, e daí até à intervenção cirúrgica "foi tudo muito rápido", descreve Vera Lúcia. A criança foi implantada no dia 13 de Julho. "Correu tudo bem. Quando acordou da cirurgia começou logo a rir--se, como se nada tivesse acontecido", conta a mãe.
Paula Gonçalves
in Correio da Manhã