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"Desvio na despesa" gera debate

Executivo vai ser confrontado com o desvio de algumas centenas de milhões de euros na despesa corrente primária nos primeiros sete meses. Desemprego e prestações sociais marcam 'rentrée'.

O PSD detecta um "desvio de várias centenas de milhões de euros na despesa corrente primária nos primeiros sete meses deste ano face ao orçamentado", garantiu ao DN fonte social-democrata. A Comissão Parlamentar Permanente de hoje ficará marcada pelo "incisivo pedido de explicações" sobre a evolução do cenário macroeconómico, assegurou a mesma fonte.

À saída da conferência de líderes parlamentares de ontem, Miguel Macedo lamentou a ausência do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos (será Emanuel Santos, secretário de Estado do Orçamento, a representar o Ministério), e lembrou que logo em finais de Julho o PSD pediu um debate de urgência sobre a execução orçamental por considerar já então - com base na evolução dos primeiros seis meses - que existiam sinais preocupantes.

Depois de esta comissão permanente extraordinária ter sido rejeitada, a pré-rentrée parlamentar de hoje marca o início do debate em torno do Orçamento do Estado para 2011 pelos partidos com assento na Assembleia da República.

Dados da execução orçamental dos primeiros sete meses do ano, divulgados a 20 de Agosto, assumem um aumento de 5,7% da despesa corrente primária nos primeiros sete meses.

A ministra do Trabalho, Helena André, também vai participar na comissão permanente, por iniciativa do PCP, que quer explicações sobre a "alteração ao regime legal das várias prestações sociais", acusando as mudanças de terem "um pendor fortemente restritivo e penalizador".

Os comunistas garantem continuarem a lutar pela revogação do diploma da condição de recursos que, segundo frisam, deixa "sem apoios muitos portugueses com efectivas carências".

Já a bancada do CDS-PP vai trazer a este debate o agravamento do desemprego. Pedro Mota Soares lembrou ontem que o desemprego "é a maior fractura social e económica que a sociedade portuguesa está a viver".

O Bloco anunciou, por seu lado, a intenção de confrontar o Executivo sobre a decisão tomada esta semana pelo Ecofin - o conselho de ministros das Finanças da UE - de existir um "visto prévio" aos Orçamentos dos países.

A conferência de líderes marcou ontem os primeiros agendamentos para a segunda sessão parlamentar da actual legislatura, que se inicia a 15 deste mês com o debate de uma proposta do Executivo sobre o chamado "licenciamento zero", destinado a agilizar o nascimento de empresas, e de uma proposta da bancada do CDS que avança com uma lei de bases para os cuidados paliativos.

Eva Cabral
in Diário de Notícias
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