Review
CRUSHING SUN
“Tao”
[CD – Major Label Industries]
Sete anos de existência e largas dezenas de palcos palmilhados podem servir para incutir uma natural maturidade e experiência em quem conduz ou faz parte de uma banda. De qualquer forma, o talento deve já lá estar, nas entranhas. Os vila-condenses Crushing Sun são daquelas surpresas aguardadas que agora começam a abrir claramente o “livro”. O seu último trabalho – um split CD com os E.A.K. – havia já demonstrado uma banda com uma perspectiva alargada do que é o metal extremo e “Tao” eleva-a a um nível admirável de versatilidade e sofisticação.
Os franceses Gojira parecem ter uma influência importante na forma desarmónica e desconcertante como criam os seus riffs. Aliás, todo este é um trabalho orientado para a eficácia rítmica, onde não há grandes preocupações com virtuosismos daqueles mais imediatistas e óbvios. De qualquer forma, basta chegarmos ao terceiro tema - “The End” – para nos convencerem da sua forma de estar aventureira e progressiva. Falamos de um tema que marca a diferença pela envolvente e ao mesmo tempo sombria melodia inicial de guitarra acústica. Afinal de contas, os rapazes estão bem despertos e não querem apenas “partir a loiça”, mas sabem antes usar a cabeça para imprimir violência nos seus temas por diferentes pontos de partida. Isso é muitas vezes o que marca a diferença entre os milhares de lançamentos disponibilizados mensalmente e o que nos faz querer ouvir outro e outro tema de um disco.
“Tao”
[CD – Major Label Industries]
Sete anos de existência e largas dezenas de palcos palmilhados podem servir para incutir uma natural maturidade e experiência em quem conduz ou faz parte de uma banda. De qualquer forma, o talento deve já lá estar, nas entranhas. Os vila-condenses Crushing Sun são daquelas surpresas aguardadas que agora começam a abrir claramente o “livro”. O seu último trabalho – um split CD com os E.A.K. – havia já demonstrado uma banda com uma perspectiva alargada do que é o metal extremo e “Tao” eleva-a a um nível admirável de versatilidade e sofisticação.Os franceses Gojira parecem ter uma influência importante na forma desarmónica e desconcertante como criam os seus riffs. Aliás, todo este é um trabalho orientado para a eficácia rítmica, onde não há grandes preocupações com virtuosismos daqueles mais imediatistas e óbvios. De qualquer forma, basta chegarmos ao terceiro tema - “The End” – para nos convencerem da sua forma de estar aventureira e progressiva. Falamos de um tema que marca a diferença pela envolvente e ao mesmo tempo sombria melodia inicial de guitarra acústica. Afinal de contas, os rapazes estão bem despertos e não querem apenas “partir a loiça”, mas sabem antes usar a cabeça para imprimir violência nos seus temas por diferentes pontos de partida. Isso é muitas vezes o que marca a diferença entre os milhares de lançamentos disponibilizados mensalmente e o que nos faz querer ouvir outro e outro tema de um disco.
“Tao” é sedutor desde o início. Há uma aura abstracta e cerebral que o povoa na plenitude, revelando-se ainda um trabalho tecnicamente arrojado (com especial destaque para a bateria) e com uma escrita moderna, onde não basta ouvir um tempo de cada riff para sabermos o que se lhe vai seguir nos próximos segundos ou minutos.
Podemos encontrar ainda influências death metal mais descaradas, nos blastbeats furiosos de “T. Hatchter”, groove a rodos em “Cantilever” ou ainda um arrastanço monolítico como o de “Love”, que tanto podia pertencer a uns Neurosis como a uns Deftones. Mas tudo isso acaba por ser vago. Os Crushing Sun sabem ser eles próprios.
Podíamos ficar com mais exemplos, já que, sendo um todo conexo e sólido, “Tao” tem muito que se lhe diga a cada que tema que passa. É daqueles discos de digestão ácida que corrói vísceras, mas estimula claramente os sentidos. [8.9/10] N.C.
Estilo: Death Metal Progressivo
Discografia:
- “Crushing Sun” [Demo CD - 2005]
- “Bipolar” [Split CD c/ E.A.K. - 2008]
- “Tao” [CD - 2010]
