Entrevista Dark Wings Syndrome
MISTÉRIOS VOLÁTEIS
“Arcane” é a “jóia dos meus tesouros””
Depois da saída dos The Symphonyx em 2006, Barros Onyx convenceu-se de que a música seria prescindível na sua vida. Porém, como o próprio confessa, este foi um período de “tortura” e cedo sentiu a necessidade de voltar a soltar a sua criatividade. O resultado é um auspicioso álbum de estreia pleno de consistência e de argumentos mais que válidos na área da música alternativa, progressiva e melancólica. Saudámos o regresso do músico vimaranense, principal mente dos Dark Wings Syndrome, na conversa que se segue.
Um álbum detalhista como “Arcane”, no que respeita, essencialmente, aos arranjos, foi forçosamente um álbum exigente de se idealizar e gravar?
Sim, com certeza. “Arcane” foi meticulosamente idealizado e concebido. No que respeita aos arranjos, nada foi feito ao acaso, contando com o empenho de Rui Ferreira “Caps” (baixista/teclista e produtor). Foi um álbum muito trabalhoso, exigente mas deu muito prazer cada etapa que passámos. Em suma, estamos muito satisfeitos com o produto final.
Para além de detalhista, “Arcane” é um álbum versátil. Isso demonstra a variedade de influências dos seus autores ou foi mera coincidência?
O mundo é feito de coincidências, no entanto, “Arcane” é fruto da variedade de influências que sempre esteve e continua a estar presente entre os elementos de DWS. Todos ouvimos estilos diferentes com os quais nos identificamos. “Arcane”é o reflexo dos mundos sonoros onde viajamos.
Embora este não seja um projecto a solo, parece haver uma clara preponderância sua no que diz respeito à escrita. Como funcionam estruturalmente os DWS?
No que diz respeito à escrita, de facto, existe a minha parte sentimental/obscura. DWS é um grupo de amigos que gostam de e vivem para a música. Na composição de “Arcane” todos colaboraram, sempre em democracia.
A motivação para a criação deste projecto parte de si numa altura em que estava “parado” há dois anos. Explique-nos os motivos dessa paragem e do arranque dos DWS.
Em 2006 deixei a música com grande tristeza, mas foi uma decisão inevitável. Pensei que conseguia seguir a minha vida sem música. No entanto, ao fim de dois anos de tortura, vi-me obrigado a exorcizar os meus “demónios”, resultando na criação de “Arcane”. Ao longo desse tempo, em conversa com o meu irmão Carlos Barros (baterista), passei-lhe as ideias que tinha. Ele acreditou e pouco tempo depois iniciámos a nossa viagem. Contávamos agora com o Tiago Machado para a guitarra e com três elementos apenas iniciámos a composição de “Arcane”. Logo após, contávamos com Rui Correia “Caps” (baixista/teclista e produtor) e. por fim, com o David M. (guitarrista).
Olhando para o seu passado recente, os DWS parecem um projecto por que há muito ansiava. Significa tudo o que alguma vez desejou como músico?
Pôr em prática este projecto foi, sem dúvida, algo por que ansiava… mesmo há muito tempo. Posso acrescentar que foi, até agora, o ponto mais alto da minha carreira musical. “Arcane” é, sem dúvida, a “jóia dos meus tesouros”. No entanto, não significa a totalidade dos meus desejos como músico, porque um músico insaciável como eu dificilmente alcançará um desejo final e total.
Tendo em consideração a tradução à letra do seu título, há aparentemente uma convergência feliz entre a música e o conceito dos DWS…
Não há aparentemente uma convergência feliz entre a música e o conceito DWS. Essa convergência feliz existe mesmo porque assim a entendemos, essa harmonia não aconteceu por acaso. Todo o trabalho que tivemos na criação de “Arcane”, em termos de letras, música, capas e no próprio conceito, foi estudado e criado até ao ínfimo pormenor.
Como se poderá interpretar o recurso a tantos ilustres convidados para um primeiro álbum? Pura comunhão entre amigos ou também uma (legítima) estratégia promocional?
Pode entender-se como pura comunhão entre amigos. Quando expliquei pela primeira vez o conceito “Arcane” ao meu irmão, o intuito inicial e final seria termos amigos da música nacional e internacional a colaborar no projecto. Por isso durante a composição dos temas, esse foi mais um dos pormenores que não foi deixado ao acaso. Já tínhamos pensado nos nosso amigos para poder dar alma aos temas.
Que pontos positivos podemos extrair daí?
Depende do ponto de vista. Os pontos positivos são imensos! Para nós, banda, foi espectacular podermos contar e trabalhar com músicos competentíssimos como o são todos os nossos convidados. Foi e está a ser uma experiência muito positiva; o avivar de amizades um pouco guardadas no “fundo da estante”. São inúmeras as entregas e aprendizagens de ambas as partes. Quando entregámos os temas aos nossos amigos (convidados), simplesmente pedimos que se entregassem de corpo e alma e dissemos-lhes que teriam liberdade total. O resultado foi simplesmente majestoso! Muito mais haveria a dizer… No entanto, gosto de deixar um bocadinho de magia no ar.
É uma forma de estar para preservar em futuros lançamentos?
Isso o futuro o dirá…
Há dois meses no mercado… Para já é aceitável o balanço mediático de “Arcane”?
Claro que sim, bastante aceitável. Já saíram várias reviews em jornais e revistas. O videoclip do single já estreou na TV nacional e passou na MTV Grécia. Portanto, podemos concluir que tem sido um balanço satisfatório para a banda.
A realização do videoclip foi então uma forte aposta promocional…
O videoclip está a ser uma aposta para promover o single “Spiritual Emotions”. Estamos também a negociar com outras TV´s na Europa para promover ao máximo o single. Entretanto, este mês (Novembro) iremos gravar um novo videoclip. Mantenham-se atentos.
Na estrada ainda parece por cumprir uma promoção condicente…
Sim, na estrada ainda falta cumprir a promoção deste magnífico trabalho. Estamos a agendar alguns concertos, mas não vão ser muitos. Necessitamos de ter as condições mínimas para poder apresentar “Arcane” e isso é o mais difícil neste momento.
Acredita que a música dos DWS resulta tão bem ao vivo como em disco?
Sim, sem dúvida. Eu não acredito, é um facto, tenho a certeza, resulta! A única coisa que não existe ao vivo é os nossos convidados. Gostávamos muito de os ter a todos mas não é possível.
Como avalia o potencial internacional de “Arcane”? Tem já algum indicador de que é fácil levá-lo aos palcos além-fronteiras?
Neste momento, estamos em negociações internacionais. Ainda é muito cedo para tirarmos conclusões.
Segundo referiu atrás, o seu irmão é baterista da banda. Pode falar-se em herança genética? Sempre viveu rodeado de música e músicos?
Sim, pode-se falar de herança genética. O nosso pai gostava muito de música; eu e o meu irmão, ainda de tenra idade, ouvíamos muita música. Pode dizer-se que ele cresceu rodeado de música e de músicos. Temos diferença de idade entre catorze/quinze anos; o meu irmão seguiu bem de perto todos os meus passos na música. Claro está, chegou a altura em que ele quis ser músico e o resultado está à vista.
Como acha que está a mente dos portugueses para consumir o vosso tipo de música?
A mente dos portugueses está bem melhor do que há alguns anos atrás. Estes têm a mente mais aberta do que se possa imaginar, não devemos menosprezar isso. Faz-se muita boa música em Portugal, por isso, estamos para ficar e dar muita música.
“Arcane” é a “jóia dos meus tesouros””
Depois da saída dos The Symphonyx em 2006, Barros Onyx convenceu-se de que a música seria prescindível na sua vida. Porém, como o próprio confessa, este foi um período de “tortura” e cedo sentiu a necessidade de voltar a soltar a sua criatividade. O resultado é um auspicioso álbum de estreia pleno de consistência e de argumentos mais que válidos na área da música alternativa, progressiva e melancólica. Saudámos o regresso do músico vimaranense, principal mente dos Dark Wings Syndrome, na conversa que se segue.
Um álbum detalhista como “Arcane”, no que respeita, essencialmente, aos arranjos, foi forçosamente um álbum exigente de se idealizar e gravar?
Sim, com certeza. “Arcane” foi meticulosamente idealizado e concebido. No que respeita aos arranjos, nada foi feito ao acaso, contando com o empenho de Rui Ferreira “Caps” (baixista/teclista e produtor). Foi um álbum muito trabalhoso, exigente mas deu muito prazer cada etapa que passámos. Em suma, estamos muito satisfeitos com o produto final.
Para além de detalhista, “Arcane” é um álbum versátil. Isso demonstra a variedade de influências dos seus autores ou foi mera coincidência?
O mundo é feito de coincidências, no entanto, “Arcane” é fruto da variedade de influências que sempre esteve e continua a estar presente entre os elementos de DWS. Todos ouvimos estilos diferentes com os quais nos identificamos. “Arcane”é o reflexo dos mundos sonoros onde viajamos.
Embora este não seja um projecto a solo, parece haver uma clara preponderância sua no que diz respeito à escrita. Como funcionam estruturalmente os DWS?
No que diz respeito à escrita, de facto, existe a minha parte sentimental/obscura. DWS é um grupo de amigos que gostam de e vivem para a música. Na composição de “Arcane” todos colaboraram, sempre em democracia.
A motivação para a criação deste projecto parte de si numa altura em que estava “parado” há dois anos. Explique-nos os motivos dessa paragem e do arranque dos DWS.
Em 2006 deixei a música com grande tristeza, mas foi uma decisão inevitável. Pensei que conseguia seguir a minha vida sem música. No entanto, ao fim de dois anos de tortura, vi-me obrigado a exorcizar os meus “demónios”, resultando na criação de “Arcane”. Ao longo desse tempo, em conversa com o meu irmão Carlos Barros (baterista), passei-lhe as ideias que tinha. Ele acreditou e pouco tempo depois iniciámos a nossa viagem. Contávamos agora com o Tiago Machado para a guitarra e com três elementos apenas iniciámos a composição de “Arcane”. Logo após, contávamos com Rui Correia “Caps” (baixista/teclista e produtor) e. por fim, com o David M. (guitarrista).
Olhando para o seu passado recente, os DWS parecem um projecto por que há muito ansiava. Significa tudo o que alguma vez desejou como músico?
Pôr em prática este projecto foi, sem dúvida, algo por que ansiava… mesmo há muito tempo. Posso acrescentar que foi, até agora, o ponto mais alto da minha carreira musical. “Arcane” é, sem dúvida, a “jóia dos meus tesouros”. No entanto, não significa a totalidade dos meus desejos como músico, porque um músico insaciável como eu dificilmente alcançará um desejo final e total.
Tendo em consideração a tradução à letra do seu título, há aparentemente uma convergência feliz entre a música e o conceito dos DWS…
Não há aparentemente uma convergência feliz entre a música e o conceito DWS. Essa convergência feliz existe mesmo porque assim a entendemos, essa harmonia não aconteceu por acaso. Todo o trabalho que tivemos na criação de “Arcane”, em termos de letras, música, capas e no próprio conceito, foi estudado e criado até ao ínfimo pormenor.
Como se poderá interpretar o recurso a tantos ilustres convidados para um primeiro álbum? Pura comunhão entre amigos ou também uma (legítima) estratégia promocional?
Pode entender-se como pura comunhão entre amigos. Quando expliquei pela primeira vez o conceito “Arcane” ao meu irmão, o intuito inicial e final seria termos amigos da música nacional e internacional a colaborar no projecto. Por isso durante a composição dos temas, esse foi mais um dos pormenores que não foi deixado ao acaso. Já tínhamos pensado nos nosso amigos para poder dar alma aos temas.
Que pontos positivos podemos extrair daí?
Depende do ponto de vista. Os pontos positivos são imensos! Para nós, banda, foi espectacular podermos contar e trabalhar com músicos competentíssimos como o são todos os nossos convidados. Foi e está a ser uma experiência muito positiva; o avivar de amizades um pouco guardadas no “fundo da estante”. São inúmeras as entregas e aprendizagens de ambas as partes. Quando entregámos os temas aos nossos amigos (convidados), simplesmente pedimos que se entregassem de corpo e alma e dissemos-lhes que teriam liberdade total. O resultado foi simplesmente majestoso! Muito mais haveria a dizer… No entanto, gosto de deixar um bocadinho de magia no ar.
É uma forma de estar para preservar em futuros lançamentos?
Isso o futuro o dirá…
Há dois meses no mercado… Para já é aceitável o balanço mediático de “Arcane”?
Claro que sim, bastante aceitável. Já saíram várias reviews em jornais e revistas. O videoclip do single já estreou na TV nacional e passou na MTV Grécia. Portanto, podemos concluir que tem sido um balanço satisfatório para a banda.
A realização do videoclip foi então uma forte aposta promocional…
O videoclip está a ser uma aposta para promover o single “Spiritual Emotions”. Estamos também a negociar com outras TV´s na Europa para promover ao máximo o single. Entretanto, este mês (Novembro) iremos gravar um novo videoclip. Mantenham-se atentos.
Na estrada ainda parece por cumprir uma promoção condicente…
Sim, na estrada ainda falta cumprir a promoção deste magnífico trabalho. Estamos a agendar alguns concertos, mas não vão ser muitos. Necessitamos de ter as condições mínimas para poder apresentar “Arcane” e isso é o mais difícil neste momento.
Acredita que a música dos DWS resulta tão bem ao vivo como em disco?
Sim, sem dúvida. Eu não acredito, é um facto, tenho a certeza, resulta! A única coisa que não existe ao vivo é os nossos convidados. Gostávamos muito de os ter a todos mas não é possível.
Como avalia o potencial internacional de “Arcane”? Tem já algum indicador de que é fácil levá-lo aos palcos além-fronteiras?
Neste momento, estamos em negociações internacionais. Ainda é muito cedo para tirarmos conclusões.
Segundo referiu atrás, o seu irmão é baterista da banda. Pode falar-se em herança genética? Sempre viveu rodeado de música e músicos?
Sim, pode-se falar de herança genética. O nosso pai gostava muito de música; eu e o meu irmão, ainda de tenra idade, ouvíamos muita música. Pode dizer-se que ele cresceu rodeado de música e de músicos. Temos diferença de idade entre catorze/quinze anos; o meu irmão seguiu bem de perto todos os meus passos na música. Claro está, chegou a altura em que ele quis ser músico e o resultado está à vista.
Como acha que está a mente dos portugueses para consumir o vosso tipo de música?
A mente dos portugueses está bem melhor do que há alguns anos atrás. Estes têm a mente mais aberta do que se possa imaginar, não devemos menosprezar isso. Faz-se muita boa música em Portugal, por isso, estamos para ficar e dar muita música.
Nuno Costa