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Moonspell - De funerária

O preto não era obrigatório, mas foi a cor dominante no primeiro dos dois concertos com que os Moonspell iniciaram, sábado e domingo à noite, no Cinema São Jorge, a digressão ‘Sombra’, em formato acústico e recuperando muitos dos temas que os fãs já não ouviam ao vivo há algum tempo. E ainda que alguns tenham ido ao engano – nem todos saberiam tratar-se de um concerto acústico! – no final não houve queixas. Antes pelo contrário.

Aos gritos de "são os maiores!", aos assobios e às saudações metálicas, os presentes, que demonstraram conhecer de cor as letras das canções da banda, aplaudiram até mais não poderem o espectáculo e saíram da sala de sorriso aberto. Os ‘moches' não fizeram falta alguma.

"É estranho verem os Moonspell sentados, não é?", perguntou a certa altura o vocalista, Fernando Ribeiro. "Mas não é mau...", acrescentou. É, sobretudo, diferente. Chegados ao local numa carrinha funerária (!), os cinco músicos tiveram honras de passadeira vermelha e entraram para um São Jorge decorado com falsas teias de aranha - ou não fosse este também o fim-de-semana da Noite das Bruxas (Halloween).

Com a Sala 1 já cheia, o ‘aquecimento' ficou a cargo dos Opus Diabolicum, quarteto de violoncelos com um percussionista que depois voltaria ao palco para acompanhar a prestação da banda principal. Num palco praticamente vazio, com um tapete de arraiolos ao centro e panos de veludo vermelho a enquadrar a cena, Fernando Ribeiro dominou o concerto com a sua voz e a sua presença, acompanhado por um trio de belas vozes femininas (as Mountain Singers) e usando o ecrã de cinema para projecção de imagens de animação.

O espectáculo, imaculado, resulta mais gótico e menos metálico e corre o risco de fazer (ainda) mais fãs para os Moonspell.

Ana Maria Ribeiro
In Correio da Manhã
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