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Entrevista Intronaut

"NÃO HÁ FUMO SEM FOGO"
"Este álbum abre-nos portas para um público mais vasto"

Arrastados no meio do boom do pós-metal, os Intronaut destacaram-se pela versatilidade dos seus álbuns, tendo como consequência ido parar à Century Media. Desde então a cada álbum o fenómeno não pára de crescer. Para comprovar todo o seu talento, o terceiro álbum intitulado "Valley of Smoke" eleva os índices de criatividade e adiciona à sonoridade do grupo, elementos do pós-grunge simbolicamente representados no convidado de luxo no tema-título. Trata-se "apenas de uma transição natural" como nos confessou Danny Walker, baterista da banda californiana, que não se furtou a responder a algumas questões colocadas via e-mail, acerca desta nova proposta conceptual.

Como percepciona o "Valley of Smoke" na vossa discografia? Acha que já encontraram a fórmula secreta para as vossas músicas?
Acredito que esta é a melhor representação do que são os Intronaut. O material de "Valley of Smoke" é mais melódico e memorável, mas mantém a mesma agressividade e peso dos álbuns anteriores. Penso que nesta altura já encontrámos definitivamente o nosso espaço e sonoridade, também devido a um processo de escrita cada vez mais exigente.

Li numa entrevista vossa que este álbum tem um conceito associado. Pode elaborar?
"Valley Of Smoke" é basicamente acerca de Los Angeles, Califórnia. Na banda somos todos nativos dessa cidade e pensámos que seria cool escrever um álbum conceptual beseado na sua história, mistérios e mitologia. Cada canção aborda um assunto diferente. Apesar das letras serem um pouco ambíguas e metafóricas, todos fizemos um intenso trabalho de pesquisa para tornar cada canção especial. Mas foi o Dave Timnick (guitarrista/vocalista) que pegou a fundo no conceito e escreveu todas as letras.

Tiveram a oportunidade de trabalhar com o Justin Chancellor dos Tool. Como foi trabalhar com ele e como é que essa colaboração chegou ao disco?
O Justin emprestou o seu talento na faixa "Valley Of Smoke" onde curiosamente participam dois bateristas e dois baixistas. O Dave Timnick é amigo do Justin Chancellor e têm estado juntos em alguns pequenos projectos. Decidimos que o Justin era o candidato perfeito para o segundo baixo desse tema, sendo que ele tem um estilo único e muito distinto, como o Joe também tem. Quando o Dave perguntou-lhe se gostaria de participar, ele concordou de forma bastante entusiasta. Se ouvirem com atenção esse tema conseguem diferenciar quem toca o quê. Aliás, muita gente não sabe, mas nesse tema o Dave Timnick também toca a segunda bateria! Ele é fantástico, entrou para a banda em 2007 e já quase tomou conta disto tudo!

Se tivesse de escolher uma música para representar o "Valley of Smoke" qual seria e porquê?
Todos temos uma opinião diferente sobre isto, eu penso que é a Miasma», porque providencia ao ouvinte todos os ingredientes do álbum. É pesada como o diabo, mesmo nas incursões melódicas e nos labirintos psicadélicos da canção. Isto representa mesmo aquilo que somos! Vocais melódicos, guturais densos e amplos, escalas estranhas, assaltos poli-rítmicos, guitarras limpas e distorcidas. Esse tema é uma verdadeira montanha-russa de emoções!

Quando oiço o vosso álbum, soa-me bastante emocional mas também técnico e intelectual. Achas que de futuro possam vir a precisar de aliviar esta complexidade e começem a sentir vontade de compôr músicas mais simples de 3/4 minutos focadas em refrões catchy? Essa mudança seria aceitável dentro da banda?
Acho que o "Valley Of Smoke" acaba por ser o nosso álbum de mais fácil digestão até à data. Embora tenhamos mantido o lado mais técnico, as estruturas das músicas são melhores e as melodias ainda mais memoráveis. Penso que nos abre portas a um público mais amplo. Na verdade, nós não colocamos quaisquer objectivos para mudar de sonoridade ou para começar a usar vocais limpos, apenas sentimos essa necessidade. Deixamos a música fluir com naturalidade e se nos soar bem, então fica. Pessoalmente aborrecem-me bandas que permanecem sempre nas mesmas águas. Cada álbum deve adicionar ou oferecer algo diferente.

Segundo álbum com a Century Media; sentem-se satisfeitos com o trabalho desenvolvido por eles? De que forma se sentiram apoiados ao longo destes últimos anos?
Eles têm feito aquilo que qualquer editora pode fazer por uma banda nos dias que correm. A indústria da música enfrenta grandes mudanças e o apoio é cada vez mais limitado. Pelo menos no que toca a dinheiro. Nós damo-nos bem com as pessoas que trabalham na Century Media e são profissionais que trabalham arduamente para nos promover.

Como são os Intronaut ao vivo, podes descrever uma performance vossa? É fácil transportar a atmosfera complexa dos álbuns para o palco?
Nós tentamos não fazer muitos overdubs ou ter demasiadas layers em estúdio porque, por vezes, é extremamente complicado de reproduzir esses efeitos ao vivo. Nunca queres desiludir os teus fãs, por isso reduzimos esses efeitos ao mínimo para que quando estiver cá fora soar, se não melhor, pelo menos igual ao álbum. De qualquer forma, a maioria das pessoas diz-nos que soamos melhor ao vivo, por isso devemos estar a fazer as coisas bem! No palco todos queremos estar concentrados e normalmente temos muito com que nos ocupar, seja com as mudanças de tempos e os pedais de efeitos. Acho que há um bom equílibrio de agressividade e melodia, mas o melhor é descobrirem por vocês!

Quais são os vosso planos para 2011? E já agora que álbums de 2010 gostarias de recomendar aos nossos leitores?
Temos um série de datas na América do Norte entre Março e Maio que ainda não foram anunciadas. Estamos muito ansiosos por esta digressão! Vai ser fantástico! Esperamos voltar à Europa logo a seguir. Já lá vão três anos desde a última data europeia. Voltar à Índia por volta de Outubro também seria óptimo. Álbums que tenho ouvido e que tenho realmente gostado foram estes:

1. Animals as Leaders - "Animals As Leaders"
2. Withered - "Dualitas"
3. East of the Wall - "Ressentiment"
4. Cloudkicker - Demo CD

Paulo Figueiredo

www.myspace.com/intronaut
www.blogronaut.blogspot.com

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