Entrevista Deadlock
MUNDO BICOLOR
"Queríamos dar o próximo passo criando algo de uma forma directa"
Já por cá andam desde 1997, mas é a partir de meados da passada década, com o álbum “Earth. Revolt” e com um contracto com a relevante Lifeforce Records, que começam a impressionar o mundo com o seu death metal melódico. Mais ainda quando Sabine Weniger, com sua voz doce de propensão pop, passa a fazer parte dos quadros da banda e o experimentalismo electro e hip hip de “Wolves” e “Manifesto” demarca-lhes uma identidade. Em 2011, “Bizarro World” traz-nos o que de melhor a banda já fez e injecta-lhe uma eficácia surpreendente em termos de fusão peso/melodia. Johannes Prem, vocalista e fundador, falou-nos da fórmula de sucesso deste colectivo bávaro.
Aquando da decisão de escrever este novo álbum, sentiram que havia a necessidade de mudar algo em relação ao passado?
Quando começámos a trabalhar em novo material, decidimos compor temas com um som tipicamente Deadlock e um alto nível de reconhecimento. Ao mesmo tempo queríamos dar o próximo passo criando algo novo de uma forma directa.
A única diferença é que talvez se revele menos “aventureiro” ao não ter raps nem incursões electrónicas…
Sim, concordo que não tenhamos partes rap ou hip hop, mas por outro lado continuamos muito felizes por experimentarmos coisas novas. A principal diferença em relação ao “Manifesto” é que os samples e as partes electrónicas estão mais integradas no som geral. Os temas “Renegade” ou “Falling Skywards” dão ao ouvinte a ideia de como os Deadlock com estes elementos soam no ano 2011.
Atendendo a que a música dos Deadlock exige alguma “abertura de mente”, como classifica a reacção dos fãs perante a fusão de que acabamos de falar?
Até agora as reacções ao nosso novo álbum foram simplesmente fantásticas, o que prova que tomámos as decisões certas. Melhorar o som e estilo é sempre algo um pouco arriscado, pois nunca sabemos como os fãs e a imprensa vão reagir. O mais importante para nós é sermos verdadeiros connosco próprios e não preocuparmo-nos tanto com os outros. Desde que começámos com os Deadlock que o nosso som sempre evoluiu e o público foi sempre aumentando. Portanto, penso que continuamos a ir no bom caminho.
Na sua opinião, qual é o ponto mais forte de “Bizarro World”?
Como referi anteriormente, a principal vantagem em relação aos nossos outros lançamentos é que este disco soa mais directo. Talvez deva frisar as vocalizações: a minha colaboração com a Sabine está a tornar-se cada vez melhor. Este novo trabalho é uma mistura muito bem equilibrada de metal moderno com um toque de pop e electro, combinado com as letras mais fortes que alguma vez escrevi.
O que poderá ter contribuído para que se tenham tornado compositores mais refinados e eficazes?
O Sebastian (Reichl – guitarrista) é a mente dos Deadlock. Ele compõe toda a nossa música. Como trabalhamos no seu próprio estúdio temos assim uma combinação perfeita, pois o Sebastian é um workaholic e quando falávamos do novo material, na maioria dos casos, ele já tinha uma roughmix para ouvirmos. O seu estúdio – Slaughters Palace – tornou-lhe possível a composição de temas tão elaborados e perfeitos.
Mantiveram então o mesmo processo de produção e gravação…
Para além do que disse antes, há outra coisa muito importante: tivemos uma pessoa muito boa e profissional a trabalhar connosco, no que concerne à mistura e masterização. Primeiro planeámos trabalhar novamente com o nosso amigo Jacob Hansen, da Dinamarca, mas devido a mudanças de agenda isso não foi possível. Ao procurarmos outra alternativa encontrámos o Flo Nowak, um tipo excelente que já trabalhou para bons amigos nossos com os War From A Harlots Mouth e que tem experiência a misturar metal e música pop. Acabámos por adorar o resultado final!
Têm expectativas acrescidas em relação a “Bizarro World” ou estas são as mesmas de sempre?
Tudo o que espero desse álbum é que nos dê a hipótese de dar o próximo passo. Somos uma banda que trabalha muito e a nossa base de fãs está a crescer cada vez mais, o que é incrível se olhar para os primeiros dias dos Deadlock. Estar na estrada, fazer digressões e tocar em festivais para promover o nosso disco, divertirmo-nos em palco e conhecer pessoas novas e fixes à volta do globo é tudo o que espero.
Em termos líricos/conceptuais, “Bizarro World” é, de algum modo, negativista. Parece-me haver uma relação óbvia com a actual situação do mundo…
Liguem a televisão ou vão para a rua e vão ver quantas semelhanças encontram entre “Bizarro World” e o nosso dia-a-dia. Deixe-me explicar isso usando um dos nossos temas como exemplo: “Virus Jones” lida com a indústria farmacêutica e o grande negócio por detrás dela. O medo do paciente é um dado perfeito para garantir dinheiro e construir um grande negócio. Sem perguntar duas vezes, usamos medicamentos contra doenças que nem sabemos se existem, e depois temos que lidar com os efeitos secundários que são ainda piores para a nossa saúde.
Apesar de muitas pessoas não se aperceberem, os Deadlock estão na música há 12 anos. Que balanço faz desse período?
Eu, o Sebastian e o Tobias estamos juntos há quase 14 anos e estamos muito gratos por todas as experiências que vivemos durante esse tempo. Estaria a faltar algo na minha se não tivesse os Deadlock, portanto, o meu rèsumè é que a banda é a melhor coisa que me poderia ter acontecido a par da minha namorada e do nosso maravilhoso filho! É de loucos pensarmos como tudo começou em 1997 e ver onde estamos agora; a fazer tournées pela Europa, a tocar na Rússia e no Japão e a gravar um álbum que chega a um público global. Estou muito satisfeito com o que conseguimos, mas há muitos sítios no mundo onde ainda não actuamos. Portanto, falta muito por fazer!
Nuno Costa
www.xdeadlockx.com
www.myspace.com/xdeadlockx
Já por cá andam desde 1997, mas é a partir de meados da passada década, com o álbum “Earth. Revolt” e com um contracto com a relevante Lifeforce Records, que começam a impressionar o mundo com o seu death metal melódico. Mais ainda quando Sabine Weniger, com sua voz doce de propensão pop, passa a fazer parte dos quadros da banda e o experimentalismo electro e hip hip de “Wolves” e “Manifesto” demarca-lhes uma identidade. Em 2011, “Bizarro World” traz-nos o que de melhor a banda já fez e injecta-lhe uma eficácia surpreendente em termos de fusão peso/melodia. Johannes Prem, vocalista e fundador, falou-nos da fórmula de sucesso deste colectivo bávaro.
Aquando da decisão de escrever este novo álbum, sentiram que havia a necessidade de mudar algo em relação ao passado?
Quando começámos a trabalhar em novo material, decidimos compor temas com um som tipicamente Deadlock e um alto nível de reconhecimento. Ao mesmo tempo queríamos dar o próximo passo criando algo novo de uma forma directa.
A única diferença é que talvez se revele menos “aventureiro” ao não ter raps nem incursões electrónicas…
Sim, concordo que não tenhamos partes rap ou hip hop, mas por outro lado continuamos muito felizes por experimentarmos coisas novas. A principal diferença em relação ao “Manifesto” é que os samples e as partes electrónicas estão mais integradas no som geral. Os temas “Renegade” ou “Falling Skywards” dão ao ouvinte a ideia de como os Deadlock com estes elementos soam no ano 2011.
Atendendo a que a música dos Deadlock exige alguma “abertura de mente”, como classifica a reacção dos fãs perante a fusão de que acabamos de falar?
Até agora as reacções ao nosso novo álbum foram simplesmente fantásticas, o que prova que tomámos as decisões certas. Melhorar o som e estilo é sempre algo um pouco arriscado, pois nunca sabemos como os fãs e a imprensa vão reagir. O mais importante para nós é sermos verdadeiros connosco próprios e não preocuparmo-nos tanto com os outros. Desde que começámos com os Deadlock que o nosso som sempre evoluiu e o público foi sempre aumentando. Portanto, penso que continuamos a ir no bom caminho.
Na sua opinião, qual é o ponto mais forte de “Bizarro World”?
Como referi anteriormente, a principal vantagem em relação aos nossos outros lançamentos é que este disco soa mais directo. Talvez deva frisar as vocalizações: a minha colaboração com a Sabine está a tornar-se cada vez melhor. Este novo trabalho é uma mistura muito bem equilibrada de metal moderno com um toque de pop e electro, combinado com as letras mais fortes que alguma vez escrevi.
O que poderá ter contribuído para que se tenham tornado compositores mais refinados e eficazes?
O Sebastian (Reichl – guitarrista) é a mente dos Deadlock. Ele compõe toda a nossa música. Como trabalhamos no seu próprio estúdio temos assim uma combinação perfeita, pois o Sebastian é um workaholic e quando falávamos do novo material, na maioria dos casos, ele já tinha uma roughmix para ouvirmos. O seu estúdio – Slaughters Palace – tornou-lhe possível a composição de temas tão elaborados e perfeitos.
Mantiveram então o mesmo processo de produção e gravação…
Para além do que disse antes, há outra coisa muito importante: tivemos uma pessoa muito boa e profissional a trabalhar connosco, no que concerne à mistura e masterização. Primeiro planeámos trabalhar novamente com o nosso amigo Jacob Hansen, da Dinamarca, mas devido a mudanças de agenda isso não foi possível. Ao procurarmos outra alternativa encontrámos o Flo Nowak, um tipo excelente que já trabalhou para bons amigos nossos com os War From A Harlots Mouth e que tem experiência a misturar metal e música pop. Acabámos por adorar o resultado final!
Têm expectativas acrescidas em relação a “Bizarro World” ou estas são as mesmas de sempre?
Tudo o que espero desse álbum é que nos dê a hipótese de dar o próximo passo. Somos uma banda que trabalha muito e a nossa base de fãs está a crescer cada vez mais, o que é incrível se olhar para os primeiros dias dos Deadlock. Estar na estrada, fazer digressões e tocar em festivais para promover o nosso disco, divertirmo-nos em palco e conhecer pessoas novas e fixes à volta do globo é tudo o que espero.
Em termos líricos/conceptuais, “Bizarro World” é, de algum modo, negativista. Parece-me haver uma relação óbvia com a actual situação do mundo…
Liguem a televisão ou vão para a rua e vão ver quantas semelhanças encontram entre “Bizarro World” e o nosso dia-a-dia. Deixe-me explicar isso usando um dos nossos temas como exemplo: “Virus Jones” lida com a indústria farmacêutica e o grande negócio por detrás dela. O medo do paciente é um dado perfeito para garantir dinheiro e construir um grande negócio. Sem perguntar duas vezes, usamos medicamentos contra doenças que nem sabemos se existem, e depois temos que lidar com os efeitos secundários que são ainda piores para a nossa saúde.
Apesar de muitas pessoas não se aperceberem, os Deadlock estão na música há 12 anos. Que balanço faz desse período?
Eu, o Sebastian e o Tobias estamos juntos há quase 14 anos e estamos muito gratos por todas as experiências que vivemos durante esse tempo. Estaria a faltar algo na minha se não tivesse os Deadlock, portanto, o meu rèsumè é que a banda é a melhor coisa que me poderia ter acontecido a par da minha namorada e do nosso maravilhoso filho! É de loucos pensarmos como tudo começou em 1997 e ver onde estamos agora; a fazer tournées pela Europa, a tocar na Rússia e no Japão e a gravar um álbum que chega a um público global. Estou muito satisfeito com o que conseguimos, mas há muitos sítios no mundo onde ainda não actuamos. Portanto, falta muito por fazer!
Nuno Costa
www.xdeadlockx.com
www.myspace.com/xdeadlockx