photo logopost_zps4920d857.png photo headerteste_zps0e0d15f7.png

Entrevista Men Eater (+ track by track)

EM TONS DE DOURADO
“Gold: expansão mental numa só palavra”

Numa altura em que o muito aguardado “Gold”, o terceiro disco de originais dos Men Eater, está prestes a ser lançado, falámos com Mike Ghost (vocalista e guitarrista) e Pedro Cobrado (baixista). Ficámos a saber que estamos, certamente, perante o melhor álbum da carreira desta banda que espera dar o merecido “salto”.

É com “Gold” que vão conseguir a internacionalização?
Mike: Há muitas propostas lá de fora, de agências, editoras… mas para isso vamos ter de fazer umas duas tours sozinhos. Vamos andar na estrada sem parar. Vamos ver…

Para além da tour nacional, há ideias para uma tour europeia?
M: Sim, vamos tentar encaixar-nos nalguns concertos locais.

“Gold” é o vosso álbum da confirmação?
M: É. Tentámos embelezar o que já estava feito. Não há nada de novo a ser inventado. A partir de agora parece mais fácil porque o disco tem tudo o que Men Eater já fez até agora. Musicalmente está mais composto, mais cheio. Fizemos 14 músicas, mas só nove entraram para o álbum. O disco não tem “chouriços”.

“Hellstone” é mais pesadão, doom, sludge. “Vendaval” é mais stoner e psicadélico. Um adjectivo para “Gold”?
Pedro: Expansão mental numa só palavra!

E o porquê do seu título?
M: O “Gold" foi um sonho que tive. Levantei-me e descrevi-o. Este disco fala do valor da vida, daquilo que as pessoas não aproveitam. As letras do álbum foram escritas entrelinhas.

Há colaborações?
M: A do Puli, meu irmão, o grande senhor Mr. Wolf (dos Offshore).

Falando do videoclip de “Sustain The Living”, como correu a sua concepção?
M: Fomos nós que o gravámos. Em menos de 24 horas filmámos tudo. O orçamento foi zero, é preciso é ter bom gosto. Queremos ainda gravar quatro até ao final do ano.

Qual foi/é o resultado da entrada dos elementos novos na banda?
M: Foi um bocado triste ao início perder dois membros mas a banda precisava de dar o salto. Veio dar tudo de bom à banda. Em termos de composição, eu  compus quase tudo e entreguei ao resto dos membros que contribuíram positivamente. Há males que vêm por bem.

Quais são as vossas bandas favoritas?
P: Jimmi Hendrix!
Mike Ghost – Há três discos que ouço todos os dias talvez: o “Panopticon” dos Isis, “The Eye of Every Storm” dos Neurosis e “Mezzanine” dos Massive Attack. Para este disco andei a ouvir o último de Alberta Cross e o “Drastic Fantastic” de KT Tunstall. Gosto de ouvir coisas diferentes para além daquelas guitarras cheias de distorção.

E a nível nacional?
M: Linda Martini, EAK, Wild Tiger Affair, Matilha (com quem temos estado em estúdio)… mas, sinceramente, é difícil escolher uma. Há muitas bandas boas com quem já tocámos.

Sentem-se confortáveis a ouvir a vossa própria música?
M: Sim, lembra-nos o que andávamos a fazer. Não vamos cuspir no prato em que comemos. Houve tempos em que não tocávamos certas músicas ao vivo, não porque não gostamos delas mas simplesmente por teimosia.

Em relação a projectos paralelos, como vão os Riding Panico e os If Lucy Fell?
M: Os Riding Panico são a única banda que em palco me leva para outros sítios. A banda não acabou, ainda agora tivemos uma proposta para o Milhões de Festa. Eles são mais uma banda de estados de espírito do que uma banda full-time. É díficil conciliá-la com os outros elementos, pois cada um tem um projecto diferente.
P: Os If Lucy Fell vão ao Milhões de Festa. Já há um ano e tal que não tocamos... todos têm bandas diferentes. Todos pensam que já acabamos, mas não.

Mark Martins

TRACK BY TRACK by Mike Ghost e Pedro Cobrado

“Illusion One”: Remonta-me a Alice in Chains no refrão e rock progressivo pelo meio. Aliás, em todo o disco se sente os anos 90. Arábia e Egipto são outros nomes a ter em conta por todo o disco, muito por causa das guitarras.

“Broken In Fiction”: O riff foi composto na garagem dos PAUS e Linda Martini. Rock progressivo, passa para um refrão bastante orelhudo e depois para uma parte à “pirata”. A música poderia fazer parte do “Hellstone” se fosse gravado agora.

“Sustain The Living”: O primeiro single. Tem um pouco do disco todo. É o seu resumo.

“4:44 AM”: É “Hellstone” do princípio ao fim. Quando estávamos a gravar a parte final da música, o Makoto teve de se ausentar do estúdio. A música é lenta! É uma história de amor.

“Atlantic”: É a música mais rápida do disco. O refrão remonta-me a High On Fire e tem um riff à For The Glory. Temos mais “Hellstone”. Há também uma pitada de oeste.

“The Ground Beneath The Ground We’ve Been”: É a música mais longa do disco. Tem um riff à “Hellstone” que nunca chegamos a gravar. É pesada, drástica, épica. É das minhas favoritas porque nos leva a todo o lado. Há uma pitada de Metallica, Deftones, Converge, Botch e Ministry.

“Bracara”: A letra fala de Braga e da primeira vez que tocámos lá. O riff e a bridge são mais parecidos com “Vendaval”. Foi a primeira música que tocámos quando abrimos para Torche.

“When Crimson Trips”: Tem uma parte com três minutos de saxofone. Dos seus seis minutos totais, três deles são improviso. O refrão é muito orelhudo. Para mim, é a faixa que mais surpreende no disco.

“SAVN”: Em norueguês significa saudade. É o único interlúdio do disco. Faz-me lembrar um cargueiro no meio do mar gelado. Cola-se à última faixa que é a…

“The Golden”: Remonta um pouco a “Vendaval”. O disco está muito épico e assustador. Parece que há uma sequência natural. Não é uma música complexa. O disco acaba mesmo lá em cima.

Em geral, orgulhamo-nos muito deste álbum, das dores de cabeça de um mês de composição e um mês e meio de gravação. Sem dúvida nenhuma é o melhor da nossa carreira.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...