photo logopost_zps4920d857.png photo headerteste_zps0e0d15f7.png

Ricardo Santos abandona 20 anos depois

Os rumores da saída do líder e fundador dos Morbid Death, para muitos o autêntico símbolo vivo do metal açoriano, ficaram hoje oficialmente confirmados em entrevista que o próprio concedeu ao jornal Açoriano Oriental.

O vocalista/baixista da primeira banda de metal pesado dos Açores explicou a sua saída dizendo que “nada justifica fazer parte de um projecto só de corpo presente. A mente também tem que estar lá. São 20 anos de luta em prol do Heavy Metal e, como tudo na vida, o que nasce acaba por morrer. 20 anos de luta desigual que faz estragos a qualquer um, originando cansaço e saturação”

O músico refere ainda que o panorama musical açoriano “indirectamente poderá ter tido” influência na sua decisão. “Penso que se perdeu muito a mística. Não se respeita nem se apoia os músicos açorianos. Ter gosto em fazer música não é o suficiente”, atira Ricardo.

No rol dos presumíveis “culpados” desta decisão estão também os responsáveis pela Cultura nos Açores. “O Heavy Metal é o parente mais pobre da dita Cultura feita nos Açores e creio que será sempre assim, infelizmente. Poderá mudar quando estiver no pelouro da Cultura alguém que já fez algo pela Cultura, directamente. Assim, terá mais noções das dificuldades que qualquer músico/artista açoriano enfrenta no dia-a-dia, encontrando soluções válidas”.

Ricardo não esconde que tem havido muitos apelos para voltar atrás na sua decisão, havendo mesmo quem considere que com a sua saída “o panorama musical local vai morrer”, mas respondendo à questão se a mesma é totalmente irreversível, responde: “Como músico, digamos que sim!”

Com esta inesperada notícia, toda a gente se pergunta se há condições para os Morbid Death continuarem, ao que Ricardo assegura: “Neste momento, creio que não existe uma decisão em relação ao futuro dos Morbid Death. Existem ideias, todas elas válidas. Desde logo, disponibilizei-me para ajudá-los no que estiver ao meu alcance”. Contudo, adianta que em relação a arranjarem um substituto “existe essa hipótese”.

Talvez ainda mais inesperada é a postura de Ricardo Santos em relação à sua própria carreira como músico, deixando no ar a ideia de que talvez não volte a tocar. “O equipamento existe para ser utilizado e não vejo qual a necessidade de arrumá-lo no fundo de um quarto. Não sou materialista e prefiro ver alguém a utilizar o que utilizei. Será uma honra para mim”.

Por fim, frisa que os seus planos futuros passam por dedicar mais tempo a si e à sua família “que a qualquer momento aumentará”. Em termos musicais diz já ter recebido “um convite informal para escrever letras para um álbum”, mas diz ser “ainda um pouco cedo para falar disso”.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...