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Review

ROBOT DEALER
“Cave-Disco”
[EP – Edição de autor]

Surgiram não se sabe bem quando, mas foi em Sintra. Não estão preocupados com rótulos – também já vimos esse filme – e até criam um para si próprio - idem. “Cave-Disco” é o título do EP de estreia dos Robot Dealer e também a forma como este quarteto gosta de descrever o seu universo musical. É saudável isto, embora apenas uma convicção pessoal. Porém, o que realmente interessa é que vindos do “nada” até têm atitude e transmitem algo – um ambiente de "discoteca esconsa", como dizem no comunicado oficial deste disco, degradante, húmido, podre e de ressaca depois de uma noite de bastante perversão e libido à flor da pele.

Musicalmente, em concreto, o que podemos encontrar por aqui? Metal? Apenas uma distorçãozinha. Rock? É um pouco mais isso, mas regado de electro pop que os aproximam, por vezes, de algo dançável mas sempre obscuro e fedendo a testosterona. Os esforços em termos de produção não foram grandes – dizem ter gravado tudo num take. Andarão à procura da tal espontaneidade que muitas vezes falta nas bandas actuais, mas, diga-se, de outra maneira não podia ser se queriam “amandar” com este disco para a mais recôndita das caves, onde cérebros prestes a fritar entram numa dança espasmódica antes de se iniciar uma orgia.

“Deixa-me pintar os teus seios, depois quero-te trincar”, rezam assim mesmo, em português, em "Lábios de Pintar". Não há aqui muitos tabus (mas também não concorrem para um porno act). Na verdade, é a mensagem e os sinistros momentos que Adriano L. relata que dão um toque especial a este trabalho. A música, sem ser "grande espingarda" serve os seus propósitos, está bem estruturada, com bons refrões e uma batida normalmente contagiante.

Isto é pouco ainda, é verdade, são apenas quatro amostras. Estarão ainda longe da magistralidade de uns Bizarra Locomotiva – até porque não correm exactamente no mesmo patamar (fica apenas um razoável elemento comparativo para os leitores/ouvintes) – mas a atitude e a subtileza para explorar o rock com a música industrial mais acessível, cantada em português, parecem suficientes já “à nascença” para poderem subir um pouco mais à superfície a breve trecho. [7/10] N.C.

Estilo: Electro/Rock/Pop

Discografia:
- “Cave-Disco” [EP – 2011]

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