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Fónix, mais impostos?

O aumento do IVA de seis para 23% dos ingressos para espectáculos decorrente das severas medidas de austeridade conhecidas na semana transata no âmbito da brutal proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2011, com repercussões e similitudes nos anos seguintes, terá várias consequências:

1 - retração das carreiras ao vivo de inúmeros grupos e músicos, que verão os seus cachets significativamente reduzidos, assim como o seu público. Não usufruindo as populações da satisfação das suas necessidades básicas os gastos supérfulos serão obviamente os primeiros a sacrificar. Sim, porque, não duvidemos, muito em breve veremos grassar miséria neste país e muita gente terá que fazer opções;

2 - muitas bandas ver-se-ão obrigadas a encerrar a carreira, a forçá-la a um hiato ou a mantê-la de forma pontual e residual, já que os seus músicos se verão obrigados a encontrar segundos ou terceiros empregos (se os conseguirem) que lhes garantam a sobrevivência;

3 - várias promotoras, agências de management e booking e salas de espectáculos incorrem no risco de fechar ou passar a ter um volume de negócios residual, lembrando que muitas delas, de pequenas e médias dimesões, poderão laborar meramente para se limitarem a manter a actividade, não gerando lucros sequer. Resultado: aumento do desemprego;

4 - as promotoras que pretenderem sobreviver terão que se adaptar a um contexto económico-social extremamente adverso e reduzir o preço dos ingressos ou de alguma forma suportar o aumento do IVA, como muitas empresas do sector da restauração e da hotelaria prevêm fazer. Obviamente que os valores dos serviços e produtos prestados por ambos são distintos, mas a opção será entre gerar menos lucro ou não o fazer de todo;

5 - por todas estas razões, assistiremos a um decréscimo brutal dos já escassos apoios privados às entidades do sector, especialmente às mais frágeis e menos visíveis, com menor poder económico, que nalguns casos serão pura e simplesmente obliteradas.

Dico

Amanhã, dia 20, os agentes e profissionais em geral ligados às empresas do espectáculo reúnem-se no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, para discutir este inusitado aumento nos ingressos proposto no OE.

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