Maioria rejeita proposta para aumentar salário mínimo
A maioria rejeitou hoje a proposta de resolução do PCP para a aumento do salário mínimo nacional, com o PSD a argumentar que a situação económica não aconselha qualquer actualização para 2011.
"Entendemos nós, PSD, como aliás qualquer pessoa de bom senso, que a evolução económica e o imperativo da competitividade da economia se não aconselham esta actualização para 2011, muito menos justificam os 600 euros para 2013", afirmou o deputado do PSD Pedro Roque, no plenário da Assembleia da República, durante a discussão do projecto de resolução do PCP que recomenda ao Governo o aumento do salário mínimo de 485 euros para 500 euros.
Acusando os comunistas de quererem "olimpicamente ignorar que o país atravessa um momento muito delicado", Pedro Roque recordou ainda que o memorando assinado com a 'troika' compromete o Governo a só aumentar o salário mínimo nacional "se justificado pela evolução económica e do mercado de trabalho" e após a revisão do acordo de assistência financeira.
Pelo CDS-PP, o deputado Raul Almeida lembrou também que "o lugar certo" para a definição do valor dos ordenados é a concertação social e não a Assembleia da República, frisando igualmente que "não é o Governo que paga o salário mínimo nacional".
Raul Almeida destacou ainda a "preocupação" que o Governo tem manifestado em "poupar" os portugueses que têm rendimentos mais baixos dos sacrifícios que têm sido pedidos, notando que, mais do que a ideia de salário mínimo, o CDS-PP continua a defender o "salário justo".
Antes, a maioria tinha já ouvido duras críticas das bancadas da oposição, com o deputado do PCP Jorge Machado a assinalar a "notável mudança de discurso" de sociais-democratas e democratas-cristãos relativamente a esta matéria.
Por Lusa
Fotografia: Leonardo Negrão / Global Imagens