Na Indonésia polícia prende e castiga punks
A polícia de Banda Aceh, capital da província de Aceh, na Indonésia, deteve 65 jovens num concerto de punk rock no passado sábado, alegadamente por ameaça aos valores islâmicos. Como pena, vão passar dez dias na prisão para “reabilitação moral”.
Assim que foram detidos, foi-lhes rapado o cabelo (inclusive às mulheres), retirado o vestuário – considerado “repugnante” pela polícia - e acessórios alusivos ao punk e imposto um banho para “purificação espiritual". O processo culmina com um treino militar e aulas religiosas.
O inspector da polícia local afirma que “não estão a torturar ninguém” nem a “violar os direitos humanos”. “Vou lembrar a polícia para não infringir os direitos humanos. Estamos orientados para educar a nossa comunidade, a nossa nação. Este é o nosso país.”
Estes métodos já foram alvo de críticas pelo director executivo da Coligação dos Direitos Humanos de Aceh. “Que educação é essa? Estes actos da polícia não são consistentes porque os punks não fizeram nada de errado. A música punk é a sua forma de expressão. É normal e encontra-se em todo o mundo. É um direito que têm de expressar a sua liberdade.”
Um dos jovens detidos, de 20 anos, mostrou-se incrédulo e injustiçado com o que lhe está a acontecer. “Porquê? Porquê o meu cabelo? Não magoamos ninguém. Esta foi a forma que escolhemos para nos expressarmos. Porque nos estão a tratar como criminosos?”