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Review - Aborted - "Global Flatline"

ABORTED
“Global Flatline”
[CD – Century Media]

As mudanças profundas muitas vezes auguram coisas negativas, pois desafia-se uma estabilidade essencial para qualquer “ecossistema”. Se bem que habituados, Sven De Caluwé, o único membro fundador dos influentes Aborted, surpreendeu todos novamente ao arrumar drasticamente a casa, com a entrada de uma fornada totalmente nova de elementos que substituem a formação do antecessor “Strychnine.213”, de 2008. Mas como as regras existem para ser quebradas, o “desequilíbrio” que vieram trazer a este novo álbum é altamente revitalizador e voraz.

“Global Flatline” vem confirmar o incremento de brutalidade e violência do EP “Coronary Reconstruction”, de 2010. Mais, este disco concorre à coisa mais destrutiva que a banda criou até à data, ultrapassando clássicos como “Engineering The Dead” ou “Goremageddon”. E a culpa é de um baterista que desafia os mais altos dígitos metronómicos e uma dupla de guitarristas muito técnica e versátil. O baixo também está mais saliente e os solos de guitarra, ainda que poucos, manifestam enorme apuro técnico e melódico.

Consequentemente, “Global Flatline” está bastante distante dos dois últimos longa-duração dos belgas, que num contexto death/gore até foram bastante macios. Sem chocar ninguém, até porque o groove e a melodia foram sempre elementos que circunscreveram os Aborted num terreno musical muito próprio, este regresso em álbum não dissolve por completo este modus operandi. Ao invés inocula uma fúria desenfreada oxigenada por ocasionais passagens mais arrastadas, sinistras e declamatórias. E para tornar a experiência ainda mais intensa e doentia, temos aqui as participações vocais de Trevor Strnad (Black Dahlia Murder), Julian Truchan (Benighted), Jason Netherton (Misery Index) e Keijo Niinima (Rotten Sound).

Duas últimas referências para a produção de Jacob Hansen (Volbeat, Pestilence, Hatesphere), que quebra a osmologia old school do disco anterior mas acresce a bestialidade, e o artwork retro/filme série B que ilustra bem o arrebate sanguinário que a banda pretende reincarnar.

Com uma cara quase renovada na totalidade e tanta gana para destruir tudo o que se move, não temos dúvidas em afirmar que os Aborted estão bem e recomendam-se. [8.8/10] N.C.

Data de lançamento: 23 de Janeiro de 2012
Nota de estúdio: Gravado, misturado e masterizado por Jacob Hansen (Hansen Studios, Dinamarca)
Estilo: Death/grind
Origem: Waregem (Bélgica)
Formação: 1995
Artwork: Justin Osbourn (Slasher Design)

Alinhamento:
1. “Omega Mortis” (0:59)
2. “Global Flatline” (3:12)
3. “The Origin Of Disease” (3:04)
4. “Coronary Reconstruction” (4:28)
5. “Fecal Forgery” (2:45)
6. “Of Scabs And Boils” (2:53)
7. “Vermicular, Obscene, Obese” (2:51)
8. “Expurgation Euphoria” (3:43)
9. “From A Tepid Whiff” (3:04)
10. “The Kallinger Theory” (3:44)
11. “Our Father, Who Art Of Feces” (2:43)
12. “Grime” (3:48)
13. “Endstille” (6:27)
Duração: 40:61 minutos

Elementos:
- Sven De Caluwé (voz)
- Eran Segal (guitarra)
- Michael Wilson (guitarra)
- JB Van De Wal (baixo)
- Ken Bedene (bateria)

Discografia:
- “The Necrotorous Chronicles" (Demo – 1997)
- “The Splat Pack” (Demo – 1998)
- “The Purity Of Perversion” (CD – 1999)
- “Eructations Of Carnal Artistry” (Split CD c/ Christ Denied – 2000)
- “Engineering The Dead” (CD – 2001)
- “Created To Kill" (4-way Split CD c/ Misery Index, Brodequin e Drowning – 2002)
- “Goremageddon: The Saw And The Carnage Done” (CD – 2003)
- “Deceased In The East/Extirpated Live Emanations" (Live-Split 10’ c/ Exhumed – 2003)
- “The Haematobic” (EP – 2004)
- “The Archaic Abattoir” (CD – 2005)
- “Slaughter & Apparatus: A Methodical Overture” (CD – 2007)
- “Strychnine.213” (CD - 2008)
- “Coronary Reconstruction” (EP – 2010)
- “Global Flatline” (CD – 2012)


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