Metallica antevêem novo álbum mais pesado e directo
Começa a tomar forma o novo disco dos Metallica e começam a surgir alguns indicadores do que poderá transmitir musicalmente o sucessor de “Death Magnetic”.
Em entrevista à Rolling Stones, o baterista Lars Ulrich falou do processo de composição. “Temos cerca de oito temas. Fazemos as coisas em rounds. Alguém surge com alguma coisa, depois deixamo-la, passamos para outra coisa, aparece mais alguma coisa básica, deixámo-la novamente e voltamos a repetir o círculo”, explicou o dinamarquês e uma das figuras de proa da banda. “No próximo mês vamos retomar os trabalhos e embelezá-lo, do género: vamos duplicar esta parte e aplicar outra pequena a meio”.
A análise de Kirk Hammet (guitarrista) é mais minuciosa e aponta a um disco mais directo. “Se o ‘Death Magnetic’ fosse um lógico sucessor de ‘… And Justice For All’ [1988], o próximo seria um ‘Black Album’ mais pesado. Não vamos enveredar por um caminho tão profundo em termos de complexidade como aconteceu no ‘Death Magnetic’. O material que temos criado é mais orientado para o groove, uma versão mais pesado do que fizemos no início dos anos 90.”
A complementar uma ideia de frieza e objectividade, Lars Ulrich faz algumas comparações com o passado: “Quando as pessoas pensam no nosso material antigo, pensam no ‘Justice [For All]’. Mas olhemos para o tema ‘Harvester Of Sorrow’. Trata-se de um tema muito simples de cinco minutos e o ‘Fuel’ [do álbum ‘Reload’ de 1997] é um tema absolutamente abrasador ao vivo. Neste momento, estou com um pensamento mais curto, mais directo ao ponto.”
Recentemente foi também anunciado que os Metallica estão a trabalhar num filme em 3D, pese embora numa fase muito inicial. Lars explicou que se trata de uma espécie de “The Song Remains The Same” dos Led Zeppelin [filme-concerto de 1976]. “Em vez de todas as partes extra-concerto serem alusivas aos membros da banda, passamos a ter uma história que se desenrola e é projectada no fundo do palco.”
Ainda sem título, realizador ou argumento finalizado, o certo é que a banda será dona e senhora de todo o projecto. “A partir do momento em que usamos o dinheiro dos outros, temos que considerar as suas opiniões, o que não muito divertido”, salientou o baterista. Ao mesmo tempo Kirk explica que inicialmente não era intenção da banda abraçar esta ideia. “Fomos convencidos pelos nossos managers de que seria muito divertido e que esta seria uma forma de tocar num palco enorme, fazer o maior concerto ao vivo de sempre dos Metallica - o passar ao próximo nível.”