Review - Ektomorf - "The Acoustic"
EKTOMORF
“The Acoustic”
[CD – AFM Records]
Como o próprio nome indica, este não é um novo disco dos húngaros Ektomorf - sim aqueles que ousaram emular o som dos Soulfy e acabaram numa situação de quase suicídio artístico. De qualquer forma, este também não é um disco só de versões, pois até apresenta cinco novos temas. Em comum, apresentarem-se em formato acústico.
Mas então que raio se passou na cabeça dos Ektomorf? A ideia parece ter criado força quando prepararam um “concerto secreto” em 2010, em Berlim, neste preciso formato. O público parece ter gostado tanto que a banda decidiu mesmo lançar um álbum acústico. E não é que se saem realmente bem? Até arriscamos a dizer que é um bom tónico para quem não suporta o nu-thrash cavaleriano que sempre foi, “tão e somente”, a única razão de ser dos Ektomorf.
Dos “clássicos”, a banda vai buscar “I Know Them” de “Destroy” (2004), “Who Can I Trust” de “Outcast” (2006) e “Redemption”, “Stigmatized” e “I’m In Hate” do mais recente “Redemption” (2010). Até aí podemos confirmar que os arranjos e a melodia que lhes aplicaram, concederam-lhes uma nova vida, transfigurando consideravelmente os originais, até mesmo para o já de si semi-acústico “Who Can I Trust”. Não foi, portanto, apenas uma questão de deixar de lado os instrumentos eléctricos.
Criar cinco novos temas neste formato terá sido outro dos grandes desafios, mesmo que a banda tenha revelado um ou outro resquício desta faceta em discos anteriores. Ou mesmo pelo facto de Zoltán Farkas se ter convencido de que até era capaz de cantar (sim, cantar, em registo limpo) no seu último single “Sea Of My Mysery”. Mas longe estaríamos todos de pensar que os Ektomorf levavam tanto jeito quando se desligavam da corrente. E vénia para o seu vocalista nas versões de Lynyrd Skynyrd “Simple Man” e para toda a banda (principalmente os guitarristas) na forma como dá, por exemplo, uma nova visão à improbabilíssima “Folsom Prison Blues” de Jonhy Cash – um dos grandes momentos deste disco.
Quanto aos temas debutantes, a banda mostra-se como “peixe na água”, por incrível que pareça, e saca baladas que podem fazer inveja a muitos artistas pop ou country. É verdade que Zoltán não será um vocalista exímio em registo cantado, mas também está longe de envergonhar este material.
Embora possa ter sido chocante para os fãs dos Ektomorf receber a notícia de que a banda iria gravar um disco acústico, estes últimos fizeram, no entanto, já saber que se trata apenas de um capítulo isolado na sua carreira. Porém, o mesmo até não se pode dizer para aqueles que nem podiam com o cheiro deles (de tanto Soulfly que era), pois excluídas as “amarras” de um metaleiro ferrenho, há que reconhecer que o grupo faz aqui disparar o respeito em seu torno. Afinal de contas, demonstraram grande versatilidade, bom gosto e competência interpretativa neste departamento muito em particular. [7.8/10] N.C.
Data de lançamento: 17 de Fevereiro de 2012
Nota de estúdio: Produzido, captado, misturado e masterizado por Tue Madsen (Antfarm Studios, Dinamarca)
Estilo: Acústico/rock
Origem: Mezőkovácsháza (Hungria)
Formação: 1993
Alinhamento:
1. “I Know Them” (4:39)
2. “I’m In Hate” (3:46)
3. “Be Free” (3:26)
4. “Redemption” (3:38)
5. “Simple Man” (5:01) [cover Lynyrd Skynyrd)
6. “To Smoulder” (3:17)
7. “Folsom Prison Blues” (3:10) [cover Jonhy Cash]
8. “Again” (4:07)
9. “Through Your Eyes” (3:23)
10. “Fate” (2:08)
11. “Stigmatized” (5:00)
12. “Who Can I Trust” (5:11)
Duração: 45:26 minutos
Elementos:
- Zoltán Farkas (voz, guitarra)
- Michael Rank (guitarra)
- Zsabolcs Murvai (baixo)
- Robert Jaksa (bateria)
Discografia:
- “Hangok” (Demo – 1996)
- “Romok Alatt” (Demo – 1997)
- “Ektomorf” (Demo – 1998)
- “Kalyi Jag” (CD – 2000)
- “I Scream Up To The Sky” (CD – 2002)
- “Destroy” (CD – 2004)
- “Instinct” (CD – 2005)
- “Live And Raw – You Get What You Give” (CD – 2005)
- “Outcast” (CD – 2006)
- “What Doesn’t Kill Me…” (CD – 2009)
- “Redemption” (CD – 2010)
- “The Acoustic” (CD – 2012)