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«Se tratarmos as pessoas como animais elas vão reagir como tal»: Mark Greenway [Napalm Death]

Numa altura em que estão prestes a editar o 14º álbum da sua carreira, “Utilitarian” (a 27 de Fevereiro), Mark “Barney” Greenway falou em entrevista à Metal Blast sobre a temática à volta do novo álbum dos lendários Napalm Death que, segundo o seu título, alude ao sistema moral baseado no princípio das acções em favor do bem-estar.

“A felicidade é subjectiva, mas também pode significar que ‘boas’ acções causam ‘boas’ consequências”, esclarece Mark, crente de que “de um ponto de vista mais abrangente, se toda a gente puser em prática este princípio, em teoria, o mundo pode tornar-se num local melhor e as coisas negativas tornam-se mínimas”. Todavia, o dilema do condicionamento do comportamento humano vem ao de cima, ainda que Mark assuma que tem “uma vida muito ética” e realmente tome as suas decisões consoante tenham “um impacto negativo” ou não.

Ainda questionado sobre o estado de conflito social nos Estados Unidos, na Europa ou no mundo Árabe, Mark não tem dúvidas em apontar os culpados. “De modo geral, as pessoas exclamam ‘Oh, as pessoas estão a roubar’, mas existem dois pontos da questão. O primeiro é, quem começou esta corrida até ao topo do período consumista? Os governos, e estes estão agora a criticar as pessoas por tentarem obter os bens que os políticos lhes têm impingido durante décadas. O segundo ponto é, se tratarmos as pessoas que têm razão como animais e as colocarmos no fundo da pirâmide da nossa sociedade, elas vão reagir como tal.”

Conhecido pelo seu lado activista em prol dos direitos dos animais, o vocalista inglês de 42 anos aponta a várias reformas urgentes. “A produção industrial tem que mudar completamente a sua mentalidade. Adoraria que toda a gente fosse vegetariana, mas não é um prospecto realista. Todavia, estou certo de que a abolição da produção industrial da forma como a conhecemos tem que desaparecer. Se tivermos quintas tradicionais, tudo é orgânico e os animais têm liberdade. Sei que não implica que não sejam mortos, mas darmos pequenos passos já será importante. As fábricas são simplesmente brutais, os animais não têm a mais diminuta qualidade de vida”, replica Mark.

Outro assunto que actualmente está sempre sob forte discussão é o da pirataria. Neste âmbito, Mark mostra-se seguro de que o “bloqueio” de sites como o The Pirate Bay não é solução. “Penso que esse tipo de censura está errado, em qualquer circunstância”. Contudo, é peremptório ao considerar que nos primeiros três meses de lançamentos, período mais importante de vendas, a partilha ilegal de MP3 torna-se grave se as editoras não recolherem proveitos e não voltarem a investir nas bandas. “Sou muito liberal e tolerante em relação a muitas coisas, mas realmente isso magoa-nos”. Por outro lado, Mark garante que prefere que “uma criança com recursos muito limitados tenha acesso a música dessa forma do que nunca chegar a tê-lo”.
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