Review - Haven Denied - "Illusions - Between Truth And Lie"
HAVEN DENIED
“Illusions – Between Truth And Lie”
[CD - SG Records]
Estão por cá há 13 anos e aparentemente souberam como propulsar o seu som e, sobretudo, a sua técnica. À primeira vista, temos que realçar o excelente guitarrista que é Henrique Pinto. Os solos virtuosos abundam por este trabalho e acabam por manifestar o que de melhor se faz ao nível das seis cordas neste cantinho à beira mar plantado.
Este é já o terceiro longa-duração dos bracarenses Haven Denied e reúne um conjunto de dez temas pautados por uma sonoridade variada, mas com uma linha mestra assente num thrash metal moderno e pleno de melodias (a beijar terrenos dos Arch Enemy, Killswitch Engage e Machine Head, ocasionalmente). A técnica que, sobretudo, os homens das cordas (baixo incluído) patenteiam, fá-los até conferir um salutar ar progressista. Para trás ficou (mais concretamente na estreia homónima de 2006) a preponderância dos teclados e atenuou-se também a costela mais contundente e pesada do anterior “Symbiosis”, de 2009.
No geral, a interpretação é muito sólida, apesar de acharmos que nem sempre o registo vocal de Luís Cerqueira (a lembrar Henrique Loureiro, primeiro vocalista dos Cycles) é o mais adequado ou convincente, incidindo, sobretudo, num registo limpo que é mais declamado do que cantado. Por vezes, sente-se mesmo que um berro se enquadrava muito melhor com a violência instrumental ou que então as partes melódicas precisam de mais alma e pulmão para soarem mesmo emotivas.
Em termos de composição, a banda demonstra muitas ideias (talvez até demasiadas), mas falta ainda conseguirem confluir todas elas para verdadeiros hinos, sim com aqueles refrões magnânimes que identifica qualquer banda. Os ambientes que criam em “Deadly Memories” ou na final “Terminus” (com um grande sentimento entre o tuga e as raízes orientais) dá ainda ênfase à ideia de que a banda gosta de navegar em várias águas, à procura do tal “refúgio” moral, étnico, histórico e filosófico que expressam no seu conceito. Contudo, se olharmos para os dois anteriores discos da banda, infere-se que talvez ainda estejam à procura da sua identidade, pois todos diferem grandemente em certos aspectos.
Ganharam o prémio para a melhor performance nacional no Rock Rendez Worten, em Novembro passado, e deixaram muito boa gente (Fernando Ribeiro, dos Moonspell, incluído) rendida. O que acaba por não ser surpresa dado o alto nível técnico da banda. Contudo, estamos certos de que para o grupo dar o salto (incluindo gravação num estúdio e com um produtor de topo) é preciso ainda atingir um maior discernimento e originalidade ao nível da escrita. [7/10] N.C.
Nota de estúdio: Produzido por Ricardo Caldas (Symbiosis Recording Studios, Portugal)
Estilo: Thrash/prog/metalcore
Origem: Braga (Portugal)
Formação: 1999
Alinhamento:
1. “Our Lives Are Gone” (4:49)
2. “Are You Really A Man” (4:27)
3. “Ego Crisis” (3:19)
4. “Of Illusions We Will Die” (6:01)
5. “Fathers Of The Same Son” (4:22)
6. “Mind Rapists” (4:57)
7. “Deadly Memories” (4:24)
8. “You Used To Like” (3:49)
9. “You Used To Like” (3:49)
10. “Times Of Waste” (5:23)
11. “Terminus” (2:52)
Duração: 42:23 minutos
Elementos:
- Luís Cerqueira (voz)
- Henrique Pinto (guitarra)
- Miguel Silva (guitarra/voz)
- Miguel Silva (guitarra/voz)
- Simão Vilaverde (baixo)
- Ricardo Caldas (bateria)
Discografia:
- “Haven Denied” (CD – 2006)
- “Symbiosis” (CD – 2009)
- “Unplugged” (CD – 2011)
- “Illusions – Between Truth And Lie” (CD – 2011)