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Review - I, Machinery - "A1"

I, MACHINERY
“A1”
[EP – Edição de autor]

É difícil entender o fenómeno Meshuggah como uma coisa partilhável artisticamente. Quer isto dizer que, sendo esta uma das bandas mais personalizadas de que há memória, intentar uma recriação por mais bem-intencionada que seja, soa sempre a algo submisso e/ou patente de uma certa falta de originalidade.

Os I, Machinery são mais uns fiéis discípulos do grupo sueco (embora se oiça muito de Gojira aqui e ali, especialmente em “Human Condition), mas desta vez oriundos de Portugal (que tinha uma “lacuna” nesta área, ainda que nos Açores existam os Psy Enemy). E onde está o problema disso, já que os Meshuggah devem ou deveriam ser um forte exemplo a seguir? É que a fórmula, voltamos a repetir, é algo pouco permeável a outras interpretações. Bom, temos vários exemplos de outras bandas que se não fossem os Meshuggah certamente não existiriam (Textures, Tesseract, Peryphery, Mnemic, ou mesmo o gritante caso dos franceses Four Question Marks), mas convenientemente (tirando estes últimos) aplicaram mais melodia e capacidade de fusão com outros géneros, acabando por romper com o princípio rígido de composição dos autores de "Obzen".

De certa forma, é nesse sentido que os I, Machinery, de Vila Nova de Gaia, terão de olhar. E será que não o fazem? Justiça feita, aqui não há um Jens Kidman a vociferar como um louco possuído por uma qualquer máquina desgovernada. Não temos também um Fredrik Thordendal nem um Tomas Haake, mas a tentativa é a de prestar uma (justa, diga-se) vassalagem à sua obra e legado.

Há diferenças. A voz é mais death/gore, por vezes esganiçada (como em “Caaba”) e limpa mas sem melaço - mais declamatória. Em termos rítmicos e de assimilação do que é a teia complexa de compassos dos Meshuggah, a banda demonstra grande conhecimento e, sem dúvida, que não deixará indiferente os devotos do género. Lamenta-se o nível da produção, especialmente da bateria (programada), embora se entenda perfeitamente nesta fase da carreira. E para toda essa aproximação aos Meshuggah, não faltam, como não podia deixar de ser, as guitarras de oito cordas (ou pelo menos parecem).

Todavia, tudo isto não significa um veto ao trabalho dos I, Machinery. A sua destreza é notável, o seu som é consistente, espesso, groovy e propenso a causar danos ao vivo. Falta, como eles devem concordar, explorar ainda elementos que os consigam constituir não apenas como seguidores, mas também líderes. [6.5/10] N.C.

Data de lançamento: 1 de Janeiro de 2012
Nota de estúdio: Não disponível
Estilo: Death/math/progressive metal
Origem: Vila Nova de Gaia (Portugal)
Formação: Não disponível

Alinhamento:
1. “Lomani” (3:57)
2. “Tumatauenga” (3:45)
3. “Vivisection” (3:42)
4. “Caaba” (3:39)
5. “Abaddon” (3:54)
6. “Murphy” (3:33)
7. “Human Condition” (3:47)
Duração: 24:17 minutos

Elementos:
Não disponível

Discografia:
- “A1” [EP – 2012]

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